Barata Cichetto
Fruto de uma mente fértil e de uma poderosa imaginação
Horas a fio que penso não existir, um personagem apenas
Criado por um escritor estúpido, na marra, à duras penas.
Sinto uma estranha ausência de mim, ausência total de ser
Uma falta de estar e um buraco imenso que tende a crescer
E não existe lugar, não existe nada e sequer existe alguém
A preencher o nada, e meu nada não preenche a ninguém.
E por tempos eu acredito que tal fato é feito, e enfim
Que eu seja mesmo um personagem criado por mim
E sendo ambos um escritor, um ao outro cria e depois
Um cria ao outro que cria um e ambos criam aos dois.
Uma enorme confusão chega agora a minha lembrança
Pois se sou nada e criei a mim, à imagem e semelhança
E sou o nada que cria o nada que o nada recria de novo
Então, que nasceu primeiro: o nada, a galinha ou o ovo?
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