(*Mau poeta)
Barata Cichetto
Chega agora a mim um Poema, feito um fugitivo
E arrombando a porta da minha cabeça, furtivo
Amedrontado ainda, senta-se e comigo conversa
Embora ainda desconheça sobre o que ele versa.
Assustado feito criança fugindo de marimbondos
Ou um criminoso que cometeu crimes hediondos
Busca o Poema um refúgio em mim, cúmplice fiel
Feito uma mãe que não escorraça um filho cruel.
E desde quando chegou a mim o temido malfeitor
Tremendo nas carnes feito um escravo a seu feitor
Que deixei de ser o justo para tornar-me justiceiro
Deixei de ser carne viva e tornei-me um carniceiro.
E somos dois ali, um com o outro sentindo temor
Embora nos tratemos com respeito e bom humor
Mas feito dupla de garotos a porta do colégio
Silenciamos na cumplicidade desse sortilégio.
Feito bárbaro sanguinário com as roupas sujas
Chega o guerrilheiro e começamos as intrujas
E conhecendo um do outro o poder da artilharia
Sangramos em batalha por mera quinquilharia.
Não há espadas, nem escudos ou armas de fogo
Porque nesta batalha a vida não é parte do jogo
Mas como nas guerras, morrem muitos e poucos
Nos matamos feito aos soldados, crentes e loucos.
A minha mente é um campo de batalha invisível
Então travamos a guerra por território indivisível
E um quanto o outro temos da guerra a estratégia
Comandando exércitos bem armados com egrégia.
Em meio a tantas batalhas nenhuma chance à paz
E entre eu e o Poema, apenas um à vida será capaz
Pois ao tomarmos um do outro o inimigo território
Acabamos mortos sentados na mesa do escritório.
30/05/2013
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