E ESTE AQUI? AINDA SOU EU!
Luiz Carlos Barata Cichetto
E este, assim, sou eu: esfarrapado. Desdentado, roto, maltrapilho e ferrado. Sem eira nem beira, à beira de um ataque... Do coração. Assim, este aqui sou eu, lúcido, translúcido e cristalino. Nem preto nem branco apenas humano. Apenas um, humano ser. E este, que não dorme nem sonha, este aqui sou eu. Maquiavélico, maldoso, cuspidor e punheteiro. Sou eu. Assim! Assim, este aqui sou. Eu? Sou o que sou e não onde estou, porque os pés são mais importantes que o lugar, parafraseando toscamente ao Franz. As vezes as noites são curtas demais e os dias longos demais... Mas para todos esses casos, há a poesia. To buy or not to be.. this is the really question. E este, ali adiante, também sou eu. Refletido num espelho quebrado, invertido, rachado e empoeirado. Eu, apenas eu. Que pensou que eram doces as uvas. E percebeu que eram frutas as vulvas. Ou seria o contrário? Metralhadoras não cospem doces, putas não fedem perfume e eu, este que sou eu, ainda sonha. Perdido, fedido, fodido e mal pago! Eu, apenas eu e ninguém mais. Quem mais seria? E ainda pergunto: quem sou eu? Eu mesmo? Quem? Quem dá mais... Quem dá? Pra mim? Quem dá pra mim? Quem pra mim dá, empresta aos deuses... Então... Dá pra mim? A mim. Este que sou eu, esfarrapado, desdentado, punheteiro, duro e safado. Quem dá mais? Leilão de poetas e de poesia. Quem dá mais? E eu, eu mesmo, este mesmo, que não fede, mas não cheira... Que não cheira nem fuma... Maconha. Marlboro e café... Tem cigarro aí, Rogério Skylab? Ele me disse, tome um cigarro, mas vá fumar em outro lugar, porque quem fuma junto conspira, inspira e aspira. Ontem peguei um caminho. O caminho mais rápido era de Metrô, mas não era linha a 743, Era a estrada 666, estrada da dor, Facção Central, Central do Brasil, Brasil Central. Onde é que está meu Rock'n'Roll? Ah, foi ao Inferno, mas ao contrário do Poeta ainda não voltou. E este aqui sou eu, sem tirar nem por... Pondo e tirando, pondo e tirando, pondo e tirando... Gozei! Tirando o tirano, este aqui sou eu! Algo em mim está morto e eu não sei quem fui. Morto e torto. Torto? E o porto, como fica nessa rima? Porto... Alegre... As praças de Quintana... Um dia chego lá... Em Porto... Alegre? Triste ou alegre eu chego lá. Tem tanto bêbado e tanta puta na estrada que é capaz de eu não chegar. Ao porto.. Aporto... Aeroporto, espaçoporto. "Não fique triste, venha ser minha..." Cantou Luiz Carlos, o Porto! O Peso... Pesa muito? E este ainda sou eu... Ainda sou. Eu? Este aqui ainda sou... Ainda somos? Eu, paranóico, paródico, esquizofrênico. Eu? Ainda eu. E mais ninguém...
13/11/2013
13/11/2013
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