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26/10/2017

Outro Texto Sem Final

Outro Texto Sem Final
Barata Cichetto

Deixe-me agora escrever outro texto. Totalmente fora do contexto. Sem nenhum pretexto. Em curso. Que ganhe um concurso. Que me dê recurso. Fazer discurso. Em feira. Livre. Literária. Deixe-me escrever um poema. Sem vírgulas. Nem parênteses. Aparentemente poético. Antiético. Estético. Sem parágrafos. Sem linhas. Sem espaços. Sem tabulação. Sem adulação. Nem dois dedos da margem. Um texto à minha imagem. E semelhança. Mais imagem que semelhança. Um texto sem esperança. De ser lido. De ser tido. Como literatura. Sem ter sido. Como tortura. Uma tortura. Verbal. Nominal. Anal. Vaginal. Cerebral. Ataque de pânico. Sopro no coração. Mentira. Hipocrisia. Causa mortis. Escrevo por que é solido. Se fosse liquido eu beberia. Ficaria bêbado de texto. Como ontem fiquei de poesia. Se eu fosse mesmo um escritor. Ou quem sabe um torturador. Contaria tua história. Da minha maneira. Se fosse um terrorista. Explodiria teus miolos. E esparramaria pela Quinta Avenida. Em Nova Iorque. Dançando um Rock. De Lou Reed. Se eu fosse moço. Te jogaria no poço. Te esquartejaria. E colocaria numa mala. Então fala! Diga o que pensa. Ou me deixa inquieto. Quieto. Escrevendo um texto. Que jamais ganhará prêmios. Que jamais será lido. Por ninguém. Ou apenas por alguém. Um amigo. Quem sabe uma legião de dois. Não mais. Anormais. Se eu fosse anormal. Seria tudo normal. A qualquer um. Seria um animal. Urrando na jaula. Mijando na aula. Na sala. Na cozinha. E no quintal. Que tal? Se eu fosse o que quer. Eu não seria alguém. Seria ninguém. Quem? Quem disse que sou escritor? Quem disse que sou? Não sou nada. Estou tudo. Tudo é o que estou. Mas nunca estive na China. Nem na Grécia. Nem na esquina eu fui. A esquina é que vem até mim. Trazendo aquele boteco fedorento. Com bêbados odiosos. Que não sabem que sou escritor. Que não sabem. Todos estão perdidos. Com suas ideias políticas. Querem eleger outro presidente. Que é o mesmo. E se eu fosse escritor. Diria a eles que não. Que não é melhor. Que eleição. Que não é mais forte. Que sorte. Que sim é hipocrisia. Feito poesia. Então diria. Que poesia é o sim do não. E o não do sim. Poesia é assim. Eu diria de mim. Que não sou não. Nem sou sim. Sou o talvez e o senão. Se não for. Era para ser. Ser ou não ter. Eis a questão. Ter é não ser. Ser é uma palavra. Apenas uma. Entre tantas. Que não são. Há coisas que não são palavras. Nem todas as coisas são palavras. Algumas são apenas coisas. E eu que queria saber de todas as coisas. Conheci apenas poucas palavras. Muitas palavras. Poucas coisas. Coisa nenhuma. Coisa alguma. Palavra é apenas uma palavra. Simples. Feito a palavra eu. Que não significa eu. Apenas significa a palavra eu. Sem significado. E eu. Que não sou uma palavra. Escrevo um texto. Cheio de palavras que não são coisas. Enquanto muitas coisas. Que não são palavras. Acontecem. Crescem. Adoecem. Mas são as palavras. Que morrem. No fim. Mas antes. Escrevo outro texto. Para sair em revista. Com uma entrevista. Com um artista. Da televisão. E seu ponto de vista. Sem coesão. E meu texto. Sem nenhum pretexto. Vai para a lixeira. Do computador. Não sinto culpa. Nem dor. Não peço desculpa. Por matar palavras. Elas já foram abortadas. Em nome da modernidade. Da liberdade. E da vaidade. E só aviso. Quando parar de escrever. Para o leitor. Meu benfeitor. Vomitar. As palavras que lhe fiz engolir. A seco. Na marra. Por farra. E para me divertir. Da cara. De quem acha que arte. É parede de banheiro. Estupro de crianças. E sangue. E o crítico literário. Que é escritor. Dono de editora. Disse que meu escrito. Foi proscrito. Desperdício de papel. De bites. E de bytes. Malditos teclados de computador. Que zombam dos meus dedos longos. Malditos teclados de celulares. Que não gemem. Nem rangem. Estão mortos. Não escrevo sobre mortos. E quem dera um ataque de coração. Antes de terminar de escrever. Eu nem teria tempo de descrever. Minha morte. Nem de dizer.  Ad...

24/10/2017

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