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19/05/2018

Manifesto do Macho Poeta

Manifesto do Macho Poeta
Barata Cichetto
Do Livro "A Solidão é Uma Ratazana Cinzenta" (antologia) - Maldita Editora de Poesia - 2018

Abaixo a todos os chatos. De galocha, que não mais existem. Ninguém mais usa galochas. Ninguém sabe o que são galochas. Eu usei galochas. Usei sapatos com saltos pregados. Sapatos de couro. Não de plástico. Usei Congas e Bambas. E usei cuecas Samba Canção. E usei calção, não "shorts" ou "bermudas". Coisas absurdas. Sou macho poeta. Poeta macho. Abaixo o que está embaixo. Nunca fumei maconha. É uma vergonha. Precisar ficar bem. À custa de remédios & outras drogas. É legal ficar bem. Fique bem! Abaixo as feministas. Feminismo é eufemismo. Abaixo o machismo. Abaixo o achismo. Abaixo o catecismo. O altruísmo. O comunismo. E o ceticismo. Abaixo todos os chatos. De boina. De camiseta do Chê. De camisa vermelha. E verde amarela. Da seleção. Não sou flor. Que se cheire. Nem que feda. Nem que ceda. Não sou seda. Conceda a próxima dança. Já dancei em bailes de garagem. Com Cuba Libre e Samba. Geração Tubaína. Sem Heroína. Nem Tubaína com Cocaína. Trepei com putas. Da São João. Com a Ipiranga. No "Século XX". E Um. Abaixo a todos os chatos. De Facebook. De Orkut. E do cu da mãe. Geração de merda. Politicamente correta. Impoliticamente certa. E politicamente reta. A torta e a direita. A torta e à esquerda.  E o tal do Deus, sentado à esquerda do filho. À direita do Espírito Santo. A abaixo do Amém. Doin. Do-In. Acupuntura. Contracultura. Contra a Cultura. Subcultura. Ideologia teológica. Teologia ideológica. Anarquia de esquerda. Sou anarco-monaquista. Não maniqueísta. Artista. O joio da joia. As joias da coroa. Fodi uma coroa. De quarenta quando eu tinha trinta. E poucos. Dentes. E ela tinha todos os dentes. Postiços. Dentadura. Abaixo a dentadura. Ela me chupou sem dentadura. Abaixo a ditadura. Dos dentes. Sou macho poeta. Acho poeta. Acho. Sem poesia. Gritando na rua. Sua solidão. E eu. Que nem sei ser poeta. Acho que perdi. A ilusão. E o tesão. De ser poeta. Perdi o trem. Que saía de Guaianases. E ia até a Luz. A estação. Perdi o trem. E a estação. A Primavera perdida. Em mil novecentos e sessenta e oito. O Inverno chega daqui a pouco. E o Outono nem sei quando é. O Verão é de esquerda. O Inverno de direita. Verão comunista. Quente. Inverno gelado. Na Sibéria. Coisa séria! E nem tudo que é sério é triste. E a tristeza nunca é infelicidade. Felicidade é quente. Fria é a realidade. Felicidade nunca rima com realidade. Vou pegar outro ônibus. E ir ao centro da Cidade. Que por infelicidade. Não fica no centro. Risque o mapa. Fica na Lapa.  Num hotel sem estrelas. Na beira da estação. E na Penha. Fica apenas meu coração. Minha cabeça pegou o Metrô. E desceu na Barra Funda. Ali fodi uma bunda. De uma lésbica com cara de David Bowie. Ou seria de Lou Reed? Ah... Eu sou macho poeta. Daqueles que não prestam. Que falam de putas. De lésbicas. E não entende sobre ideologia de gênero. Nem de ideologia. Nem de gênero. Não sou generoso. Sou oneroso. Horroroso. Então cai fora! Seu filho da puta. Sua filha da luta. Sua luta é uma puta. Detesto lutas. Prefiro às frutas. E outras rimas.  Das outras primas. Abaixo a guerrilha. A cigarrilha. E abaixo da virilha. Tem meu pau. Duro. Pendendo para a esquerda. Mas sempre para cima. Ou mole. Depois do gole. Sou perverso. Em meu universo. Há apenas estrelas. E um buraco negro onde enfio meu caralho. Jogo baralho com o Diabo. De pijama listrado no boteco da esquina. Palitando os dentes. E cuspindo nacos de carne do dia anterior. Sou escroto. Sou esgoto. Sou macho poeta. Me acho profeta. E ejaculo. Porra na tua cara. De satisfação. Foda-se a tua política. Teu partido quebrado. Partido. E teu pai filho da puta. Dei um soco na boca. Do estômago. Daquele que nunca foi meu pai. Sou macho poeta. Daquele que não empresta. Sua solidão. E que não manifesta. Nenhum gesto de perdão. Perdão é perda de tempo. Ao perdão prefiro a solidão. Ontem cuspi na tua cara. Toda minha indignação. Disse eu à nação. Indignação. Indigna nação. Meu sangue é italiano. Feito molho de macarrão. Sou macho poeta. Macho. Eu acho!
P.S.: Cuidado com macho poeta. Aquele que não empresta. Sua dignidade ao perdão. Cuidado com o macho poeta. Que não se afeta. Por pedidos de perdão. Cuidado com macho poeta. Que detesta. Feminazismo de ocasião. Cuidado com macho poeta. Que não atesta. Com marca na testa. Seu perdão. Seu tesão. E sua solidão. Cuidado com macho poeta. Que não presta. Que detesta. Podridão. Que não tem na testa. A marca do idiota. Do agiota. E do poliglota. E cuidado com macho poeta. Que é o que resta. Desse mundo sem macho. E sem poeta.

19/05/2018

Um comentário:

  1. Cuidado com macho poeta. Aquele que não empresta. Sua dignidade ao perdão. Cuidado com o macho poeta. Que não se afeta. Por pedidos de perdão. Cuidado com macho poeta. Que detesta. Feminazismo de ocasião. Cuidado com macho poeta. Que não atesta. Com marca na testa. Seu perdão. Seu tesão. E sua solidão. Cuidado com macho poeta. Que não presta. Que detesta. Podridão. Que não tem na testa. A marca do idiota. Do agiota. E do poliglota. E cuidado com macho poeta. Que é o que resta. Desse mundo sem macho. E sem poeta.

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