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10/05/2019

Descanse Em Paz!

Descanse Em Paz!
Barata Cichetto

A Poesia está morta. Morreu quando acabou o décimo nono século . E agora, somos todos tal cachorros desenterrando ossos em sepulturas. Pouco sobra, pouco sobrou, apenas restos insepultos de poetas tolos que ainda acreditam em amores românticos, poesias e sonhos. E no ideal. Mas a fedorenta carniça exala seu odor. Afeta minhas narinas. A Poesia está morta e sepultada. È carniça!

E não pensem que eu não choro por ela, pois diariamente derramo minhas lágrimas sobre seu túmulo, no Cemitério dos Sonhos. O coveiro atira agora a ultima das pás de terra sobre o cadáver inerte da poesia insepulta e fedorenta. Mas ainda tenho tempo de atirar uma flor dentro daquele túmulo. "Descanse em Paz, querida Poesia!". 

E em respeito à memória da Poesia, e em honra á sua glória, rendo agora a minha alma. E prometo sobre o túmulo da Poesia: Não escrevo outro Poema!

E peço: em nome da Memória da Poesia que deixem que ela descanse nalgum firmamento estrelado em algum outro mundo, quando algum outro Poeta a encontrará e dela fará seu ideal e seu sonho. Porque neste, senhoras e senhores, a Poesia não tem lugar. A Realidade, com todos os seus nomes, sobrenomes e alcunhas nos escravizou. E onde existe escravidão não existe o Sonho, não existe o Ideal, não existem amores românticos. E sem eles, não existe Poesia!

27/07/2010

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