Barata Cichetto
A minha poesia não agrada aos poetas modernos,
Fêmeas ou machos que usam botas, saias e ternos.
O que pensam ser, oh, nobres colegas de profissão,
Que fazem poesia como pedido, defesa e confissão?
Acaso adulterando as formas e subtraindo a estética,
Pensam mesmo estarem fazendo revolução poética?
Minha poesia não é bem quista nem por poetistas,
Poetas de barro mole que pensam que são artistas.
O que pensam ser quando crescerem, oh, raquíticas,
Agindo como se poemas fossem desculpas políticas?
Decerto acreditam que a pobre poesia é arte coletiva,
E fazem dela bandeira para sua indignação seletiva?
A minha poesia não é bem amada pelas desamadas,
Falsas vadias de falsos falos e vaginas desanimadas.
E o que gostariam de ter em troca de sua felicidade,
Além das farsas perenes da própria excentricidade?
E o que temem em mim, além de abalar sua crença,
Que poesia é enfermidade sem nunca ser a doença?
Minha nunca pobre poesia é mal vista pelos machos,
Que das efemérides comunistas são meros capachos.
E do que gostariam que eu falasse nos meus versos,
Antes que eu transforme em pedaços seus universos?
E por fim, ainda pergunto sem esperar pela resposta,
Que espécie de poeta engole apenas o que não gosta?
15/09/2019
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