Barata Cichetto
Um dia acordei Barata, e não era literatura
Mas fruto de uma sessão interna de tortura
E se acordei Barata, então Gregor Samsa ainda vive
Dentro da cabeça do monstro que em mim sobrevive.
Ser Barata não é pouco, louco daquele que não sente
Pois poeta é ser doente, que nunca a si mesmo mente
E nessa balada, ao sabor de uma tempestade mental
Grito de dor, e nada mais pode ser feito com o Metal.
Um dia morri sozinho num buraco lotado de bichas
E era pior que morrer num lugar cheio de lagartixas
Que louca balada era aquela, onde pegaram meu pau
O Inferno das lésbicas, que era não bom nem era mau.
Tinha uma puta anciã, além de uma lésbica quase anã
Mas eu tinha que chegar ao fim num culto ao deus Onã
E então a enrugada e a pequena grudaram suas bocas
Com as mãos enfiadas no meio de suas pernas loucas.
Uma das piranhas gritou: "Hey, Barata, quer casar comigo?"
E eu lhe disse, "Quieta, Rachel, que Lou Reed é meu amigo!"
Então cantaram as putas, as bichas e a lésbica sem jeito:
"Doo-doo-doo-doo-doo!" E juntas pularam em meu peito.
Naquele Inferno só tinha uísque custando muito dinheiro
Misturado com urina de travesti e desinfetante de banheiro
E se fiquei muito bêbado e sem grana foi culpa do destino
Mas não conseguia sair da privada com cólica de intestino.
De manhã, ainda com gosto de ferrugem suja na língua
Acordei deitado ao lado de uma diarista morta à míngua
E ao pensar que eu tinha comido aquela buceta imunda
Vomitei sem antes enfiar meu pau inteiro naquela bunda.
E se eu era agora um porco, fodendo empregadas nojentas
Que tal ser mais imundo e deixar de viver a bater punhetas?
Então naquela manhã, transformado num inseto monstruoso
Barata ficou sendo o meu nobre apelido de poeta mentiroso.
27/06/2017
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados
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