Luiz Carlos Cichetto
De qualquer forma, chamar de "carreira literária" é quase uma zombaria comigo mesmo, já que fora as auto-publicações artesanais, jamais consegui ser publicado por uma editora "de verdade", e quase nenhum dinheiro recebi com meus escritos.
Comemorar? Não, talvez apenas relembrar uma data, olhando para as pilhas de folhas impressas que empoeiram no meu armário, e que um dia, quem sabe num futuro em que eu não possa estar, seja a panaceia de alguém, que hoje ignora tanto meu trabalho quanto minha pessoa.
Nunca pleiteei nada que não fosse meu por direito, e isso inclui reconhecimento a um trabalho intenso, grande e vasto.
Meu sentimento é de que, findo este ano de 2019, tudo isso cesse, que eu não fique mais esperando o resultado de um email enviado a uma editora, de um concurso literário ou de qualquer migalha de uma curtida em rede social. Escrever sempre foi minha vida, e só há um meio de acabar com isso.
20/11/2019
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados
45 anos de vida literária ativa, mesmo (ainda) estando no underground, é um feito e tanto. Se por lado você não alcançou o reconhecimento que lhe é devido após todo esse tempo, por outro lado, você foi visto, lido e ouvido por uns poucos que se sentem privilegiados por fazerem parte, direta ou indiretamente, do seu universo.
ResponderExcluirDe todo modo, uma coisa é certa: seus poemas jamais voltarão para a caixa de sapatos.
É certo que não voltarão. Agora, não precisamos mais rasgar poemas, basta apertar a tecla Delete do computador. Por outro lado, não pretendo fazer isso, pois ainda tenho intenção de irritar muito a esta e as próximas gerações. E sou grato por ter a você entre esses poucos leitores e amigos que acompanham meu trabalho.
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