Barata Cichetto
Quero saber do teu decote e da tua imaginação inescrupulosa,
De teus olhos melancólicos, e da tua boca tremida cor de rosa.
Onde passam teus cabelos jogados no rosto ao sabor da brisa,
E saber por quem tremem suas narinas, e tua mente indecisa.
Quero saber dos teus pés ligeiros, dos teus cheiros e sabores,
Entender o que pensa, saber onde te dói, cheirar teus odores.
Dizer-te que te quero, às seis da manhã, e às quatro da tarde,
E te possuir por trás, pela frente e soprar a ferida que te arde.
Quero querer, te amar ou te foder, usar palavras com poder,
E se não for te pedir demais, não deixar jamais de te comer.
Na solidão bucólica de teus desejos espero feito um monge,
Paciente e derretendo minhas asas de plástico ao sol longe,
Quero saber, apenas por saudades multicoloridas maiores,
Sobre teus desejos íntimos, detalhes ínfimos e pormenores.
Quero ser teu amigo constante, e amante por antigo prazer,
Mas apenas posso dar em troca aquilo que possa me trazer.
25/11/2019
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados
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