Barata Cichetto
Sou daqueles que fingem, nem que apenas um momento,
Estar louco, sentir o orgasmo ou ter qualquer sentimento.
Daqueles que sempre desmentem que o fingir não é sentir,
Apenas por defeito ou por efeito de meu direito de mentir.
Sou daqueles que sentem muito, mas nunca sentem nada,
Aguardando do outro lado quando o cavalo desce escada.
Que jamais aceitaria o perdão em seu último dia mundial,
E que trocam uma confeitaria por um pedaço de pão de sal.
Sou dos que morrem sem gritar, chorando na escuridão,
No silêncio profundo dos intestinos sombrios da solidão.
Daqueles que sofrem o que podem, sem pedir desculpas,
Acreditando que pedido de perdão é confissão de culpas.
Sou dos que não chegam ao Inferno por tédio e covardia,
Mas que fugiu do Paraíso antes de ser preso por rebeldia.
Daqueles que morrem todas as manhãs depois do café,
Fingindo que existir é uma mentira ou apenas ato de fé.
19/09/2019
©Luiz Carlos Cichetto
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