Barata Cichetto
Quero entrar pela tua janela feito um anjo safado,
Pendurar no cabide as minhas asas e ficar pelado.
Andar pelo quarto quieto, nas pontas dos dedos,
Vendo sombras vivas que habitam teus segredos.
Vou-te olhar deitada sob o branco clarão da lua,
Enquanto dorme pintada de estrelas, bela e nua.
Pegar uma cadeira e me sentar junto a teu leito,
E sem te tocar, fazer amor como nunca foi feito.
De manhã, quando pela mesma janela entrar o sol,
Partirei te deixando coberta apenas com um lençol,
E anjo vadio, irei aos deuses confessar meus desejos,
Enquanto acorda serena, embriagada de meus beijos.
Nunca saberá de mim, duvidará da própria sanidade,
Mas dentro de si sempre haverá o fruto da eternidade,
E quando eu à Terra retornar, feito um homem carnal,
Nos amaremos até chegar a última noite do juízo final.
14/12/2019
©Luiz Carlos Cichetto
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