Toda Poesia Que Eu Pude Carregar - O Testamento
Neste amo de 2020, posso considerar que completei minha existência como poeta, quiçá como escritor. Comecei a escrever por volta de 1972 ou 73, e em 1981 publiquei meu primeiro livro de poesia em mimeógrafo. Depois de ter toda minha obra se transformar em papel picado e 1982, por conta de uma pessoa enciumada e passar 15 anos praticamente sem escrever nada a não ser dedicados poemas amorosos que nunca foram lidos, completo agora sem nenhuma pompa nem honra meu ofício.
Desde o princípio, a sabotagem e o dar de ombros por parte de pessoas a quem busquei o mínimo de apoio se fizeram presentes, e me deixaram sempre do lado de fora da porta. Como exemplo cito os donos da chamada Geração Mimeógrafo, que desde meados dos anos 1970 ignoraram minhas cartas contendo poemas, e se recusaram a publicar. Muitos deles estão por aí, enfeitando feiras literárias com suas camisetas de cheguevara, suas bolsasdelona e seus veganismoscarnívoros.
E agora, no meio dessa pandemia fabricada, um experimento social que vem tendo os resultados previstos graças ao instinto grotesco e vaidoso da maioria da humanidade, reúno e organizo em volumes minha obra poética com intenção de colocar numa plataforma de publicação, não com o intuito de amealhar qualquer ganho, mas apenas para ter o prazer pessoal em ver tudo ali, pronto para a impressão. O título genérico desse trabalho é "Toda Poesia Que Eu Pude Carregar", e será composto de quatro tomos, sendo que os três primeiros de poesia rimada e escrita em versos mais ou menos metrificados e o último com minha poesia em crônica - ou crônica poética.
Serão mais de 2.000 páginas, com textos resgatados desde 1978 até 2020, e considero essa publicação como uma espécie de Testamento, sem considerar como legítimo nenhum herdeiro a ele, já que os que podem ser considerados "herdeiros legais", não tem qualquer direito a ele, pois que me abandonaram há muito, e nunca contribuíram ou participaram nem com a migalha de sua leitura para que eu chegasse aonde cheguei. Tudo foi fruto do meu próprio sangue&suor&lágrimas, e nem um reles e mísero centavo, caso tenham um mínimo de caráter, lhes pode ser lucro.
Encerro assim, já que não existe mais tempo para a poesia. No mundo que sobrar, e que foi cuidadosamente planejado pelos seus donos, não existirá um só ser ou lugar onde caberá a poesia. Ficam, portanto, nesses calhamaços, o registro da minha existência.
Grato a todos e todas.
Luiz Carlos Giraçol Cichetto, aka Barata, Outono 2020.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Respeite o Direito do Autor e Não Esqueça de Deixar um Comentário.
Todos os Textos Publicados Têm Direitos Autorais Registrados no E.D.A. - Reprodução Proibida!