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21/06/2015

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 - Programa 10

Poesia: Tabacaria - Fernando Pessoa por Antônio Abujamra - Provocações

Poesia: Barata - Por Que Eu Não Falei das Flores
Jethro Tull - Nothing Is Easy
Joe Cocker - Delta Lady
Faith No More - War Pigs (Live)

Poesia: Lou Reed - The Raven (Edgar Allan Poe)
Rata Blanca - La Leyenda Del Hada y El Mago
The Runaways - Johnny Guitar
Cassia Eller Rock In Rio 2001 - Smells Like Teen Spirit

Poesia: Barata - Tarado
Mark Sandman with Treat Her Right - I Think She Likes Me
Mark Sandman with The Either Orchestra - Temptation
Morphine - You Speak My Language / Honey White

Poesia: Augusto de Campos - Os Corvos
Barata e Amyr - (Vitória) - 06 - Mil Novecentos e Noventa e Nove

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Por Que Eu Não Falei das Flores
Barata Cichetto
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Queria escrever um poema falando das flores e da criança
Sobre quanto acredito no poder de amores e na esperança
E falar sobre a felicidade, jogos simples e sobre brinquedos
Queria falar sobre a coragem e fé, mas tenho meus medos.

Minha verve é maldita, talvez, e não conheço senão a tristeza
E se a poesia é minha alma, sua fealdade não permite beleza
Mas nem alma acredito, e espíritos apenas de carne de porco
E decerto não há nada ao que eu possa agradecer um pouco.

Queria mesmo usar palavras bonitas, falar de anjos e deusas
Mas ao pensar em anjos lembro de belas bundas lisas e tesas
E nas outras em orgias homéricas no Paraíso e vinho amargo
Sou perverso, acredito, e as marcas do mal comigo eu trago.

Não, não quero falar sobre bondade, beleza e cheiros doces
Quero dar murros nas cabeças de idiotas, tratar aos coices
A parte boa de mim é má e meu lado pueril é cheio de rugas
E se tenho que falar de algo, será sobre os ratos e as pulgas.

05/02/2015
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Tarado
Barata Cichetto
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Agora preciso confessar, sou um tarado!

E nos nove andares da Andradas Meia Nove
Há muito tempo que nada anda ou se move
Muitas décadas que sua emoção não comove
E se as putas são doces, é algo que se prove.


Agora preciso confessar, sou um tarado!

Na São João, não tem mais putas bonitas
E nem feias, nem gordas, apenas sibaritas
Ficaram ricas e velhas, verdades sejam ditas
E se há putas, são todas elas hermafroditas.


Agora preciso confessar, sou um tarado!

Na Liberdade aquelas doces meninas quentes
Agora ficaram amargas, enrugadas e crentes
E não sei onde anda aquela mulata sem dentes
Que chupava o pau sujo de negros indigentes.


Agora preciso confessar, sou um tarado!

E no Paissandu onde meninas faziam chupeta
Havia uma puta que nunca dava a sua buceta
Mas agora ela apenas sabe bater uma punheta
A pastores que lhe retiram do corpo o capeta.

25/01/2015

16/06/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 09


Patti Smith - People Have The Power (Spoken Word) 2014
Poesia: Barata - Amorte 2
Patti Smith - Gimme Shelter
Lou Reed - Pale Blue Eyes
Camisa de Venus e Walter Franco - Canalha (Ao Vivo)
Dríade - Noite Tenebrosa
Bad Axe - 01 - Cities Of Rage
CWT - The Hundredweight (1973) - Steam Roller
Geordie - House Of The Rising Sun
Poesia: Barata - Sobre Prazeres e Cigarros
Rainbow - Long Live Rock 'N' Roll
Status Quo - Bye Bye Johnny
Made In Brazil com Cornélius Lúcifer - Kamikaze do Rock - 1987
Poesia: Poema em Linha Reta - Fernando Pessoa
Crom - Morbid  Existence

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Sobre Prazeres e Cigarros
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
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Há imensa ciência ao fumar. Ciência perfeita. Pegar o maço e arrebentar o plástico do lacre, feito hímen, tirando a virgindade de uma dama carente de ser consumida.  Não espero compreensão de um cigarro quando o queimo até o fim. Ele não me ama, eu não o amo, apenas eu o consumo até não restar a não ser cinzas. Feito seres humanos que convivem em relações amorosas. Se consomem até não restar senão cinzas. "Das cinzas as cinzas, do pó ao pó", não é isso que está escrito? Meu cigarro queima nos meus lábios e eu o consumo até o fim. E sou consumido por ele, numa antropofagia mutua e consentida. Há delícia e prazer nessa relação antropofágica. Em todas. Eu consumo o cigarro, consumo a fumaça que entra nos meus pulmões e o devoram. Vermes. Malditos. Eu sou o verme que consome a si mesmo. Me devoro e tento me decifrar. Morro sem saber. Sou verme, sou morto ainda vivo e vivo o que respiro. Há ciência no fumar. Há vida no cigarro, quanto possível de haver vida na morte e morte na vida. Esquisito? O que há de esquisito em morrer?

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Amorte 2
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
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Pois é impossível não feder morando num chiqueiro
Como não é possível não foder vivendo num puteiro
E se há a bosta dos porcos e o perfume das putas
Existe também o cheiro dos que perderem as lutas.

Putas cheirando a talco e porcos exalando seu cheiro
Nem todos estão mortos num cemitério, há o coveiro.

A morte é simples, tem cheiro de bunda de criança
Mas não há a merda e nem o cheiro da esperança
É matemática pura como quatro são dois mais dois
História em que existe o antes, mas nunca o depois.

Num mundo de impossibilidades ainda é possível
Criar a poesia do nada e rimar com o impossível.



08/06/2015

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 - Programa 08

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 - Programa 08

Rush - Anthem
Poesia: Barata - Troco Poesia Por Dinheiro
Meat Loaf - Bat Out Of Hell
Grand Funk - Et Pluribus Funk - 04 - I Come Tumblin
Black Sabbath - 08 - Breakout
Poesia: Barata - Ausência (Animal Serenade)
Manfred Mann's Earth Band - Spirits in the Night
Esperanto - Eleanor Rigby 2
Ram Jam - Black Betty
Poesia: Cassionei Niches Petri - Ateu
Crazy World of Arthur Brown - Fire
Screamin Jay Hawkins - I Put a Spell On You
Johnny Cash - (Ghost) Riders In The Sky
Poesia: Barata - Confissões de Um Abismo
Seu Juvenal - Homem Analogico
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"Estou escrevendo mais um texto antipático e arrogante no blog. Vou postar aqui para parecer mais arrogante ainda."
Luiz Carlos Barata Cichetto Arroganteie-se, Cassionei Niches Petry. rs
Cassionei Niches Petry Escrevi uma vez um aforismo: "Arrogo-me o direito de ser arrogante."
Cassionei Niches Petry: este poema que está no blog também está no meu romance "Os óculos de Paula". Teria sido escrito pelo personagem Fred. Gostaria de ouvi-lo na tua voz no programa:
http://cassionei.blogspot.com.br/2012/07/concurso-leia-um-exercicio-poetico-do.html
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Ateu
Cassionei Niches Petri
Exercício Poético 

ateu

ateu
atiça
ata
desata
à cata
mata
rato
pato
acredita
mentira
escrita
ateu
desacredita
cita
medita
regurgita
poética
cética
tua
ética
patética
anti
ateia
trava
tudo
turva
túnel
até
tem
gente
crente
tolerante
inocente
taco
tiro
certo
mente
demente
tio
tia
parente
tiro
da frente
teia
tecido
texto
testa
tino
desatino
teu
teísmo
atesta
intelecto
ateu
traça
trajeto
reto
torto
até
restar
morto.

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Confissões de Um Abismo
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

A um citador contumaz de Niezsche: "Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você."


Durante muito tempo eu mirei de perto o abismo
E numa falta absoluta de sentimento e de cinismo
Trocamos de lugar durante o resto da eternidade
E eu era agora o abismo e ele a minha perenidade.

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Ausência
(Animal Serenade)
Barata Cichetto

(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

"Busco um abrigo das tempestades vermelhas quase invisíveis" - Joanna Franko

Ando deprimido e obscuro feito sombra de um burro cansado
Cabisbaixo feito lesma e mal afortunado feito ao feto abortado.
E entre ser a sombra de um asno ou torto igual um desgraçado
Prefiro estar morto, teso e fétido por meus pesadelos derrotado.

Quando desapareci feito sombra, ninguém sentiu falta de mim
E quando morri feito um aborto, ninguém pensou ser meu fim.
Mas já que eu era morto, obscuro e torto, fui sem jamais ter ido
E ninguém lembrou que eu era, então eu fui sem jamais ter sido.

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Anthem
Rush

Know your place in life is where you want to be
Don't let them tell you that you owe it all to me
Keep on looking forward, no use in looking 'round
Hold your head above the crowd and they won't bring you down

Anthem of the heart and anthem of the mind
A funeral dirge for eyes gone blind
We marvel after those who sought
The wonders of the world, wonders of the world
Wonders of the world they wrought

Live for yourself
There's no one else more worth living for
Begging hands and bleeding hearts
Will only cry out for more

Anthem of the heart and anthem of the mind
A funeral dirge for eyes gone blind
We marvel after those who sought
The wonders of the world, wonders of the world
Wonders of the world they wrought

Well, I know they've always told you
Selfishness was wrong
Yet it was for me, not you
I came to write this song

Anthem of the heart and anthem of the mind
A funeral dirge for eyes gone blind
We marvel after those who sought
The wonders of the world, wonders of the world
Wonders of the world they wrought, wrought, wrought


Hino

Saiba que seu lugar na vida é onde você quer estar
Não os deixe falar que você deve tudo pra mim
Continue olhando pra frente, não há porque olhar em volta
Mantenha a sua cabeça longe do chão que eles não vão conseguir te derrubar

Hino do coração e hino da mente
Um canto fúnebre para olhos que não enxergam mais
Nós admiramos aqueles que procuraram
Novas maravilhas no mundo, maravilhas no mundo,
Maravilhas no mundo que eles forjaram

Viva para você mesmo
Não há mais ninguém por quem valha mais viver
Mãos esmoleiras e corações sangrentos
Irão apenas gritar por mais

Hino do coração e hino da mente
Um canto fúnebre para olhos que não enxergam mais
Nós admiramos aqueles que procuraram
Novas maravilhas no mundo, maravilhas no mundo,
Maravilhas no mundo que eles forjaram

Bem, eu sei que sempre te disseram
Que era errado o egoísmo
No entanto, era para mim, não você
Que eu escrevi esta canção

Hino do coração e hino da mente
Um canto fúnebre para olhos que não enxergam mais
Nós admiramos aqueles que procuraram
Novas maravilhas no mundo, maravilhas no mundo,
Maravilhas no mundo que eles forjaram.
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Troco Poesia Por Dinamite
Barata Cichetto
224 Páginas, 111 Poemas
Prefácio: Ciro Pessoa e Esdras M. Junior
Gatos & Alfaces Artesanato de Livros
Arte da Capa: Barata Cichetto sobre radiografia de seu próprio crânio
Contracapa: Nua Estrela
Preço: R$ 40,00 + 10,00 Frete (Brasil)
Pedidos: (11) 9 6358-9727

contato@gatosealfaces.com.br

01/06/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 07

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa  07

Uriah Heep (Demons and Wizards) - Rainbow Demon
Barata Suicida - Lúcifer
Luciferian Light Orchestra - Venus in Flames
Poesia: Barata - Indecências


Jerry Garcia - Sugaree (Studio Version)
Leonard Cohen - The Future
Blues Magoos - (We Ain't Got) Nothing Yet (1967)
Alvaro de Campos - Lisbon Revisited (1923) Rodrigo Alencar

X Japan - Rose of Pain (Live Performance)
La Renga - La Furia De La Bestia Rock
Titãs - Sonifera Ilha
Poesia: Barata - A Lenda da Fada da Foda
(Trilha Sonora: Epsylon - Libertango Metal)

Suzi Quatro - Race Is On

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Indecências
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)
Do livro "Troco Poesia Por Dinamite", 2015

“Temos o direito de esperar decência comum até mesmo de um poeta” - George Orwell. 

E esperam de mim decerto que eu tenha alguma decência
Pois a um poeta imaginam que se tenha alguma clemência
Mas eu que não sou um poeta e muito menos sou decente
Ajo como quem não ama de fato aquilo que deveras sente.

31/03/2014

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A Lenda da Fada da Foda
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)
Do livro "Troco Poesia Por Dinamite", 2015

Há muito tempo surgiu na Terra uma lenda
A respeito da mulher da buceta encantada
Que atraia a todos os machos à sua tenda
E depois da foda se transformava em fada.

E a todos os machos da aldeia a fada comeu
Como Fada da Foda ficou conhecida na região
E mesmo nos arredores com todos ela fodeu
Do rei ao príncipe e do exército toda a legião.

Antigos contam que a Fada tinha bela vagina
E que sua fama não lhe fazia jus a realidade
Pois era ela até mais gostosa que a Messalina
E seu orgasmo uma descarga de eletricidade.

A nenhum homem a fada poupava, a todos fodia
E as mulheres da cidade, desesperadas rezavam
Pela morte da Fada da Foda, oração de covardia
E quando mais a fada fodia, mas a desprezavam.

Chamaram o padre, o prefeito e até o imperador
Achando um jeito de estar livres da Fada da Foda
Mas com todos ela fodeu, sem respeito nem pudor
Afinal foder com ela era o ultimo suspiro da moda.

Até que os machos não comiam, fracos e doentes
E a fada os atraia e devorava como comida animal
Doíam-lhes os ossos, o caralho e caiam os dentes
Até que de inanição todos morriam, livres do mal.

As mulheres ficaram sem machos e sem vida a fada 
Pois as mulheres se rebelaram com a falta de pinto
Com ira a fizeram em pedaços até não sobrar nada
E essa é a história contada inteira do jeito que sinto.

E assim, do jeito dos que gostam de contar histórias
Que a lenda da Fada da Foda e sua buceta nasceu
E ainda hoje em dia aos que sabem de suas glórias
Contam felizes como foi das cinzas que ela renasceu.


26/05/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 06 - 25/05/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 06 - 25/05/2015

Nicotines - A Mil Por Hora

Coven - Black Sabbath
Sabaton - Primo Victoria
Vento Motivo - A Despedida do Poeta
Poesia: Barata - Olhos Vermelhos

Klaus Nomi - Total Eclipse
Curved Air - Vivaldi (Live)
The Cramps - Human Fly
Ciro Pessoa - Anis

Neil Young - Cinnamon Girl
Patti Smith - Horses &  Hey Joe
Nick Drake - Pink Moon
Poesia: Barata - Poesia em Preto e Branco

Nicotines - Rosa Junkie

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Poesia em Preto e Branco
Barata Cichetto
(Inspirado por uma entrevista de Ciro Pessoa)
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

Minha poesia não tem cor, nenhuma imagem frutacor
Arco-íris nem pensar, flores de plástico, jardim incolor
Produzida originalmente em preto e branco minha arte
Nuvem negra, chuva branca e putas incolores de Marte.

Em preto e branco é minha imagem refletida no espelho
Branco e preto minha bandeira, morte ao pano vermelho
Sem cor é minha paixão, só uma descolorida impressão
E coqueiros na praia balançam aos ventos da depressão.

Não há cor em mim, não há cor em minha amada buceta
Amo minha "mulher ampulheta", minha mulher a punheta
E se ao riscar a um fósforo, enxergo a chama descolorida
Penso que apenas no fogo existe a cor, realidade dolorida.

Acendo um cigarro e olho a fumaça branca desaparecer
Não é apenas a poesia a não ter cor, não posso esquecer
Sou eu mesmo ser tão sem cor que não deixo entrar a luz
E nos tempos coloridos, o preto e branco é o que me reluz.

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Psychotic Eyes
(Olhos Vermelhos)
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

Olhos, olhos... Procuro pelos meus olhos no espelho
E os encontro sem brilho, encharcados de vermelho
Aos meus olhos encontro, mas nunca em meu rosto
E parece que até o olhar têm medo do meu desgosto.

Olhos, olhos... E dentro de meu olhar busco a mim
Mas apenas a ausência encontro a buscar tal fim
E até meus olhos, que fogem do meu olhar insano
Sabem que dentro de mim existe algo desumano.

Ah, meus olhos! Onde anda seu antigo resplendor
Exibindo o brilho das flores em todo seu esplendor?
Agora os enxergo opacos, solitários e embaçados
O olhar dos loucos, dos poetas e dos desgraçados.

Ah, olhos meus...  Tremo perante os olhares do terror
Mas ao olhar em meus olhos encontro apenas horror
E entendo que são somente eles que me enxergam
Apenas meus olhos psicóticos que a mim renegam.

17/05/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 05

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 05 - 18/05/2015
Brasil: Uma Colônia Penal para Exilados
Amyr Cantusio Jr.

O Brasil se tornou uma sub-cultura atrofiada, permeada por criminosos, arte medíocre feita por marginais, pornografia, falta de educação e analfabetismo em massa.

Panelas de corruptos em todos setores, onde só entra quem participa do jabá nojento. Aqui nesta terra de bandidos, você não pode expressar o que pensa, porque você sempre é o ERRADO, a ovelha negra. Toda a mídia está de rabo amarrado com a política da degeneração, conformados e de cabeça baixa, só defendendo seu lado financeiro.

Há muito o idealismo desapareceu, e a revolução tão necessária não passa de um mito. Povo totalmente alienado, que mistura muito bem o marginalismo, com a subcultura sertaneja pop esdrúxula e religião de quinta categoria. Enquanto os ditos "crentes" estão orando neste mar de excremento de Igrejas dos Cem Nomes, seus filhos estão se prostituindo em bailes funk e tráfico de drogas.

O país está quase 100 % ANALFABETIZADO num projeto instalado por um governo sem vergonha, o qual representa bem o "povo do churrasco e das igrejas carnavalescas".

Neste estado, onde músicos como eu, que não podem e nem são permitidos espaços para tocar, mostrar a arte, vender ou demonstrar a própria música, só resta o Exílio.

De forma que quase é certo que ao menos para mim, não há mais horizontes dentro do Brasil, por falta total de interesse coletivo na minha arte.

Então, não toco mais. Já faz 2 anos que fiz meu último concerto de piano. O Alpha III vinha tocando uma vez ao ano, com muita pressão e contrariedades, e total falta de apoio de qualquer segmento. Inútil tentar fazer ARTE de nível numa Sub-Cultura que impera e insiste na corrupção e mediocridade.

Aos fãs restam meus CDs e LPs e esporádicos contatos. Infelizmente creio que estou terminando minha trajetória artística forçado pelas circunstâncias adversas.

Que fique aqui o meu registro biográfico da verdade sobre "o que é ser músico que preza por um nível no Brasil".

Grato.

Amyr Cantusio Jr., Maio 2015

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Edgar Winter & Ringo Starr And His All Starr Band - Frankenstein
Hawkwind - Sonic Attack
Peter, Paul & Mary - 500 Miles
Alma Celta - Celtic Soul

Rata Blanca and Glenn Hughes - Stormbringer
Melvins - Lizzy
Kamboja - Contagem Final
Leonard Cohen - Who by Fire

Sweet - Ballroom Blitz
The Animals - Inside Looking Out (Live, 1966)
The Kinks - Lola
Patrulha do Espaço - Justiça e Rock'n'Roll


Amyr Cantusio Jr - Mil Novecentos e Noventa e Nove





13/05/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 04



Blues Riders - Nos Caminhos da Morte
Babe Ruth - The Mexican (Live in Canada - 1974)
Joy Division - Transmission
Augusto de Campos (Rimbaud) - O Barco Bêbado

Mão Morta - Horas de Matar
Lou Reed - Animal Serenade - 2004  (Outtake) Sweet Jane
Rammstein - Te Quiero Puta
Mário Bortolotto e Banda Saco de Ratos - Putaria

T.M. Stevens - Burn
Steely Dan - Do It Again
Tierra Santa - Sangre De Reyes
Barata - Troco Poesia Por Dinheiro

Encerramento: Alpha III - Ajna


Troco Poesia Por Dinheiro
Barata Cichetto
Do Livro Troco Poesia Por Dinamite
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
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Não fosse por Baudelaire eu seria um poeta incomparável
E não fosse por Rimbaud seria um mercenário inigualável
Mas da forma que a Poesia deseja, sou poeta despejado
Pobre e desconhecido, pelas amantes homem indesejado.

A Europa está morta e a África fede a defuntos insepultos
E eu caminho na sujeira da periferia entre bichas e putos
Mas da forma como a Poesia me deseja, sou amante total
Maldito poeta, fodendo doentes com sua síndrome mortal.

Queria mesmo era foder e ter dinheiro, foda-se a hipocrisia
Ter dentes inteiros, roupas decentes, mas tenho só a Poesia
E que grande bosta nascer poeta, eu preferia ser natimorto
Ou ter a sorte de ser apenas outro ato hediondo de aborto.

Quem sabe o que faria minha mãe se ao olhar àquele ser
Soubesse que em lugar de médico seria poeta ao crescer
Decerto num ato de vingança contra a natureza maldosa
Me jogaria na latrina e iria dormir com a mente insidiosa.

19/01/2015

05/05/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 03 - 04/05/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 03 - 04/05/2015

Psychotic Eyes - The Hand of Fate
The Psycheground Group  - 01- Psycheground
Christopher Lee - 02. Charles the Great
Lunare Music - Ciberpajé - Lua Divinal - 03 Aforismo III

Honest John - Crazy Shoes
Ethel The Frog - Eleanor Rigby (Beatles Cover)
PJ Harvey - To Bring You My Love
Barata - Eu Sou Egoísta (Raul Seixas)

Humble Pie - I Don't Need No Doctor
Xutos e Pontapés - Sem Eira Nem Beira
Billy Bond y La Pesada Del Rock And Roll - La Maldita Maquina de Matar
Barata Cichetto - Troco Poesia Por Rock'n'Roll


Troco Poesia Por Rock'n'Roll
Barata Cichetto
(Registrado no Escritório de Direitos Autorais da FBN
Todos os Direitos Autorais Protegidos - Cópia Proibida)

A nenhum poeta é permitido seguir os passos de Rimbaud, o cínico
E passar alguma Temporada no Inferno, com o olhar de um clínico
Quanto a mim trago o Inferno nas mãos e espalho sobre a Terra Santa
E prefiro me lambuzar com o melado de putas a foder virgens na janta.

E a nenhum é permitido largar a poesia, tal Rimbaud, o mercenário
Aos poetas é permitido ter dinheiro sem guardar a alma no armário
E quanto a mim, me permito não ter luxos, médicos ou puteiros caros
De forma a manter minha obra com sensos que atualmente são raros.

A ninguém é permitido ler Rimbaud nem Bukowski com olhos de vício
O ópio e a bebida não constroem um poeta, que o é por seu sacrifício
Mas quanto a mim, não desejo ser cordeiro, nem o mártir de esquina
Apenas viciado em letras, em notas e nas pernas de uma doce cafetina.

E a nenhum, seja Dos Anjos, Verlaine ou Baudelaire, o poeta algo deve
Pois Poesia é o Espírito Santo e a Sagrada Alma daquele que a escreve
Quanto a mim, não acerto contas com outros criadores por ser deidade
E se há deuses no Infinito são eles poetas cheios de egoísmo e vaidade.

01/02/2015


Eu Sou Egoísta
Raul Seixas

Se você acha que tem pouca sorte
Se lhe preocupa a doença ou a morte
Se você sente receio do inferno
Do fogo eterno
De Deus, do mal

Eu sou estrela no abismo do espaço
O que eu quero
É o que eu penso e o que eu faço
Onde eu estou não há bicho-papão
Eu vou sempre avante no nada infinito
Flamejando o meu rock, meu grito
Minha espada é a guitarra na mão

Se o que você quer em sua vida paz é só paz
Muitas doçuras, seu nome em cartaz
E fica arretado se o açúcar demora
E você chora, você reza
Você pede, você implora

Enquanto eu
Provo sempre o vinagre e o vinho
Eu quero é ter tentação no caminho
Pois o homem é o exercício que faz
Eu sei que o mais puro gosto do mel
É apenas defeito do fel
E que a guerra é produto da paz

O que eu como a prato pleno
Bem pode ser o seu veneno
Mas como vai você saber sem tentar?

Se você acha que eu digo fascista
Mista, simplista ou anti-socialista
Eu admito, você tá na pista
Eu sou ego
Eu sou ista
Eu sou ego
Eu sou ista
Eu sou egoísta
Eu sou egoísta
Por que não?
Por que não?
Por que não?
Por que não?

27/04/2015

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 Programa 02 - 27/04/2015

Deep Purple - (Shades Of Deep Purple) - Prelude - Happiness - I'm So Glad
Paul McCartney - 10. Helen Wheels
Allen Ginsberg & Paul McCartney - The Ballad Of The Skeletons
Motorhead - Orgasmatron (Spoken Word)

Danzig - Godless
Ruth Copeland - Play With Fire
Discurso do Filme A Nascente (Gary Cooper, 1949) - Ayn Rand
Rush - Anthem

Robin Trower - Live - Too Rolling Stoned
Carro Bomba - Pragas Urbanas
Natalie Merchant - Adventures Of  Isabel (Poema Ogden Nash)

Encerramento:
- Barata Cichetto - O Caminhoneiro e o Roqueiro - Homenagem a Percy Weiss


"Quando Percy Weiss nasceu, 'Voz', um dos deuses do Rock proclamou à humanidade: 'Aqui tens, humanos, a minha descendência, meu dileto filho. Será este que lhes entrego, Percy Weiss, aquele que lhes encantará e trará emoções com sua Voz. Será ele, a Voz do Rock.” (Trecho inicial do release escrito em 2007)



O Caminhoneiro e o Roqueiro
(A Agostinho Santos e Percy Weiss, que partiram hoje)

Das mãos do caminhoneiro, da garganta do cantor, a arte
E se a maior é a da existência, ambos fizeram a sua parte
Cumpre-nos apenas seguir o féretro, perdidos na estrada
E sobramos nessa sina de dor, em uma saudade apertada.

Dos fados e do blues, a voz e a vez de um par de artistas
Que a morte agora carrega nas suas asas de aço egoístas
E na estrada mortal, a caminho do lugar que nem existe
A malvada espera o bom artista e o caminhoneiro triste.

E a voz ainda ruge e o trovão surge do fundo da garganta
Poemas não nos bastam, há horas que poesia não adianta
Se nunca calar é o lema, não chorar o tema nunca escrito
Silêncio daqueles que em palavras não pode ser descrito.

A voz não sucumbe, voz não morre, é apenas delírio final
E nunca bastamos, nunca estamos a frente da morte afinal
Uma tristeza daquelas, de ateu poeta e maldito sem direção
É a de quem perde um amigo e o sentido que dita o coração.

14/04/2015


21/04/2015

Barata Sem Eira Nem Beira 2015 Programa 01 - 20/04/2015

Barata Sem Eira Nem Beira 2015
Programa 01 - 20/04/2015

Alice Cooper 01- Abril -1974 - Brazil - Muscle Of Love
Camisa de Vênus - A Ferro e Fogo (Ao Vivo)
Grand Funk - On Time - Heartbreaker (1969)
Morphine - Radar / The Only One
- Barata Por Barata - Manifesto Underground

Muqueta na Oreia - Primogênito de Uma Meretriz
Orion's Beethoven - Amistades Desparejas
Rush - The Anarchist
Truth And Janey - It´s All Above Us
- Barata - Carro Bomba - Fui

Outro Destino - Apenas Uma História
T-Rex - Children Of The Revolution
Gil Scott-Heron - The Revolution Will Not Be Televised
Raul Seixas - Novo Aeon
- Barata - Aforismo Ciberpajé

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Manifesto Underground
Barata Cichetto

E agora, que os subterrâneos não são mais de veludo
Que não há mais a mulher tetuda e o homem peludo?
E agora, que meu arco-íris está desbotado e imundo
E não há mais buracos onde se esconder do mundo?

As minhocas olham para cima e não enxergam Pink Floyd
Não gosto do Arnaldo Baptista, onde é que está meu Rock?

E agora, que não existem mais virgens, nem putas a parir?
E se não há motivos para chorar, nenhuma razão para rir
Nenhum porquê de viver, vários de morrer, sem esperança
Pois é ela, a que se espera, apenas um sorriso de criança?

As minhocas morreram ao sol, Syd Barrett gordo e careca
As águas que rolam carregam pedras, nada pode ser feito.

No Rock havia o sonho, independência e vida por instantes
Alice Cooper não mora mais aqui, nesse país de mutantes
E se não há mais veludo nem underground, sem camurça azul
Meus sapatos estão guardados até que eu possa andar ao sul.

As pedras não rolam, não há mais glória no Rock, só história
Ela de fato queria ser um anjo, e eu queria comer sua bunda.

Mas agora a poesia morreu e restam apenas poetas de chapéu
Não há caixas de som em árvores, nem noivas cobertas de véu
E não culpem ao dinheiro, pois é o poder aquilo que lhes domina
Tanto que não é o demônio, mas o santo que ao anjo extermina.

Mas ainda há Gatos & Alfaces, like a rolling stone, oh baby blue
It's all over now, e Bob Dylan comendo pastel na feira de quinta.

Mas agora, que estão empoeirados os meus discos de vinil
Reclamo da falta de acordes sinceros e detesto Gilberto Gil
Buarque o burguês tem inveja de pobre, Caetano é um tolo
E eu nem sei se vomito ou se como outro pedaço desse bolo.

Golpe de Estado, um Carro Bomba e Patrulha ainda no Espaço
Oswaldo conta histórias enquanto bebemos cerveja na Galeria.

Domingo de manhã, Lou Reed morto, eu sem eira nenhuma
A poesia consola e o Rock ainda pulsa, sem duvida alguma
E as minhas gatas dormem sobre minhas pernas doloridas
Não sei se pinto as paredes de branco ou as deixo coloridas.

E o underground não é mais de veludo, mas de plástico bolha
Embalado para presente, caros presentes sem futuro nenhum.

Há um tesouro no fundo do baú e o baú no fundo do poço
E estou velho demais para tanta tristeza na hora do almoço
Mas ao sul de Parador há um nobre a quem chamo ditador
Sob o sol do norte morre um pobre sob as balas do atirador.

E sob a fúria de Titãs, um poeta não fingidor, mas um Pessoa
Num grito rompe o rito e o mito do Rock jamais será o mesmo.

No submundo habita o underground e isso não deu no jornal
E na farsa da força, à força deu um beijo e nela fez o sexo anal
O aborto é crime a quem não dou perdão e nem desculpas
E acima do direito ao corpo há o dever da vida e suas culpas.

Lennon disse para imaginarmos um mundo com menos posses
Mas morava no Dakota e agora está no Céu com Diamantes.

Agora construo minha casa com pregos e martelo na madeira
Esmago os dedos na escada e pinto com verniz outra cadeira
Vinho barato antes do jantar e meu braço cansado de martelar
E depois de tanto tempo tenho aquilo que posso chamar de lar.

Nos setenta eu tinha calças com boca de sino, anel de caveira
E o gosto incrível pelas musicas que tocavam no rádio de pilha.

Um dia sonhei que comia a Patti Smith debaixo do palco escuro
Era um tempo de solidão, de um desejo sujo, um tanto obscuro
Mas eu a comia, e Iggy, a iguana verde e gosmenta se debatia
E todos sabíam que era pelo demônio que ela tinha simpatia.

Um dia fui hippie e lendo histórias de Zéfiro eu batia punheta
O perigo na esquina, e revistas suecas dentro das fotonovelas.

Nos subterrâneos haviam sonhos, pesadelo hoje é a intolerância
E se no porão haviam os socos, a dor surge agora da arrogância
Ando com medo por ruas perigosas tingidas de rubro e amarelo
E agora não há dor que eu não sinta, pois meus ossos são farelo.

Hoje nada mais é proibido, tudo é divino, permitido e maravilhoso
E se nada é proibido, me é permitido proibir aquilo que é perigoso.

Termino o meu manifesto underground cagando pelas pernas
Provando que na poesia nem no Rock as mentiras são eternas
E se há alguma verdade nisso tudo, está dentro da sua cabeça
Pois se falo é porque qui-lo, algo para que de mim não esqueça.

Não há nenhuma chave na porta, mas dentro do seu estômago
Vomite e a encontre, pois a porta é a sua única real esperança.

22/03/2015
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Fui
Carro Bomba

Mais uma esquina deixei pra trás
Mais uma luz se apaga
Não vejo sombras na calçada
Mais um lugar ficou pra trás
Eu não escuto nada
Deus não me vê na madrugada

Down Down Down
Down na estrada
Down Down Down
A cada milha andada

Nuvem negra me deixa em paz
O corpo sente a calma
Não cabe na ampulheta
O deserto da minha alma
Bolsos vazios e nada mais
Diversas histórias
Discos e acordes
Guardados na memória

Down Down Down
Down na estrada
Down Down Down
A cada milha andada