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25/09/2017

Vaca Profana

Lembra de mim? Eu não. Não lembro de mim. Lembro de ti. E de quanto era bom. Lembrar de existir. Lembro bem de ti. Do teu melado escorrendo pelas minhas pernas. Sentada no meu pau. E lembro de mim, sim. Te colocando de quatro na cama. E chupando teu cu. Segurando teus peitos enormes. Que desafiavam a Lei da Gravidade. Lembro que queria engravidar. De mim. Lembro daquilo que me pedia. E lembro que fedia. Quando gozava. E peidava. Lembro dos gemidos. Temidos. Grunhidos. Latidos. Uivos. Loba criança. Menina. Lembro do cheiro. Da tua buceta. Lembro que me pedia. Mais. Que me mordia. Demais. Que sabia. Menos. Mais ou menos. Jamais. Lembro que não era mais ou menos. Era mais. Demais. Jamais. Que era pequena. Que era grande. A tua bunda. Que era puta. Que era lésbica. Era tudo o que queria. E eu era sempre o teu querer. E eu queria. Te foder. Te bater. Te comer. Eu era um tolo. E queria teu bolo. Enfeitado de sangue. Coração triturado. Desamado padrão. Podre. Poeta. Nobre. Pobre. E era rico. Quando te via. Sentada no pinico. A mijar. Sangue. Tua calcinha enterrada na bunda. Uniforme de vagabunda. Tetas. Short de nylon. Chinelos de couro. Ouro nos olhos. Gozo instantâneo. De quatro. Chupava meu pau. E a eletricidade acabou na casa. E eu, brincando de eletricista. Lhe dei um choque. E mordeu meu rosto. Com gosto. Depois passou os dedos. Lambeu meu sangue. E soube de meus segredos. E eu e meus medos. Tinha todos. Os que podia. E com meus medos. Te fodia. E queria. Foder mais. Era amante. Concubina do diabo. Fugida da igreja. Nascida na desgraça. Congregada. Desejo do Cão. Manteiga com pão. Saudades do não. De te foder no chão. No carpete. Queimar meu joelho. Te foder no espelho. Quebrar o encanto. Ah, que pranto é esse agora? Por que chora? Morta? Enterrada? Cremada? Gorda? Jogada? Pelada? Pirada? Drogada? Que nada! Não existe mais nada. A não ser a maldita poesia. Que insiste. Resiste. Em riste. Feito meu pau. Que fode. Que pode. E que explode. Quando chega. Ao fim. E numa manhã de segunda sem feira. Bato punheta pensando em tua buceta. Amarga. Com gosto de giro. E de quebra. Toda a angustia torta. Te pensando morta. Em pé na porta. Da solidão. Lembro dos teus pedidos. Dos gemidos. Fremidos. Lembro de me mandar embora. A tal hora. E chorar pela volta. Na hora tal. E tal senhora. Besuntar de óleo de amêndoas. Doces. Comida baiana. Na feira de artesanato. Da Praia. Grande. Enorme. Demais. Ir a feira. Com sacola e chinelos havaianas azuis. Comprar brócolis. Alface. Repolho. Sob o olho esperto e desejoso. Do feirante. Que te queria feito fruta. Na sua banca. Que a queria feito puta. Na sua cama. E eu sabia. Que não era nem puta. Nem freira. Nem Maria. Nem Rita. Era vadia. Escrava. Senhoria. E sabia. Que tinha desejo. Por teu pai. E eu por teu espírito. Era um santo. No teu altar. Profano. Humano. Demais. E penso que o Inferno. Não é um lugar. Onde possas estar. E nos outros. Não pode passar. Olho as cicatrizes dos teus cigarros nas minhas pernas e costas. E pergunto se ainda gostas. De maltratar. Sade. Sadista. Maloqueira. A beira. Da linha. E não há mais trem de carga. Na tua ferrovia. Não ande na linha. Ouça Johnny Cash. Não sabe? Percebe. Recebe. Há um pote de ouro no fim do teu arco-íris. E na tua íris cor de mel. Lentes de contato que te dei. Já que não podia te dar olhos. Nem visão. Nem vistas ao mar. Nem televisão. Canivetes ao mar. Calcinha lambuzada de porra alheia. E ali alheia. A mim. E a minha vontade. De te matar. Cortar tua garganta. Servir na janta. Aos cachorros da rua. Depois uivar para a Lua. Cheia de malícia. De quem chama a Polícia. O pai. Ou o Pai. Ninguém poderia te salvar. Nem eu. Nem ninguém. E eu. Um eterno desajeitado. Rejeitado. Nem sabia o que era esporrar. Mesmo assim esporrei. Na tua cara. E a minha tara. Era te fuder. Na frente da outra. De outras. De outros. De todos. Com quem pudesse fuder. Fudida. Querida. Ferida sangrando. Numa segunda. Sem feira. Nem feirantes. Sem amantes. Sem brilho. Só o Sol. Idiota. Teimando aquecer. E eu. Idiota. Tentando esquecer.

25/09/2017

21/09/2017

Nem São Nem Salvo

Sobrevivi. Nem são nem salvo. Nem tão são. Nem tão salvo. Nem sujo nem alvo. Nem cabeludo nem calvo. Sobrevivi. Alvo! De balas. Doces. De festim. Alvo! De denúncias. De renúncias. De pronúncias. Dei três tiros na cara da morte. E sobrevivi. Por sorte.  E não há mais nada a ser feito. Aproveito. Em proveito próprio. Do conceito. De misericórdia. Misantropia. Entropia. Distopia. Há mais porcos que chiqueiros. Admirável. Mundo. Novo. Bravo mundo novo. Bravo! Escravo. Da dor. E da agonia. Bravo mundo. Alvo mundo. Salvo mundo. Cada uma no seu dia. E todas no mesmo minuto. Mas é fato. Que sobrevivi. Sem saber de fato. Se vivi.

20/09/2017

18/09/2017

O Menino Que Matou o Homem

O Menino Que Matou o Homem
Barata Cichetto
 
Quero ser lido. Ser tido. Como ídolo. Ter ido. Ter sido. Temido. (Tímido). Não ter medos. Ter segredos. Quero ser visto. Como perigo. Às famílias. Um perigo. Constante. Inconstante. Por um instante. Que seja. Por um mutante. Que enseja. Amante. De cerveja. Quero ser lido. Agora. Por uma senhora. De salto. E um senhor. Alto. Do alto do meu ser. E saber. Saber das coisas. Que não sei. Se são. Ser são. São Barata. Aos que não são.  Nem serão. Santos. Nem putos. Nem brutos. Dos lutos. De bruços. Na cama. De bunda pra cima. Em cima de si. Só sendo. Quero continuar sendo. O que sou. O que fui. E ser o que ainda serei. Nunca o homem que matou o menino. Mas o menino que matou o homem. Com um estilingue. Com forquilha de galho de árvore. E uma pedra. Que nem era de Drummond. Nem de nenhum Andrade. Quero ser o que fui. Mas que é apenas o que será. Quero ser lido. Feito qualquer escritor. De filme americano. Morar numa cabana. Feito qualquer personagem. Ser a imagem. E semelhança. De uma criança. Com espírito de ancião. Assim não. Ser mais que sou. Menos que fui. Igual ao que serei. Quero ser lido. Quero ser tido. Como inimigo. Publico numero um. Dois. Três. O tarado do quarteirão. O malvado de plantão. O alvo das críticas. Dos críticos. E dos políticos. Ser noticia de jornal. Estar da televisão. Às oito da noite. Antes da novela. Depois do pastor. E antes do padre. De colarinho. E do outro de gravata. Quero vender palavras. Sem querer troco. Vender caro. Ao caro amigo. Barato. Ao inimigo. Alugar verbos. Advérbios. Comprar sentenças inteiras. Apenas para trocar de adjetivo. Ou de objetivo. Vender a alma. Ou trocar por calma. Quero ser belo. Ter um pau de dez polegadas. Comer a Delegada. A Advogada. E a Empregada. Quero ser pai. E mãe. De tudo que eu criar. Criar até passarinho. E galinha em terreiro. Quero ser guerreiro. Inteiro. Guerrilheiro. Atirar pedras em placas de trânsito. Dar tiros em estudantes de segundo grau. Subir outro degrau. Na escala de evolução humana. E de dois em dois. Subir a escada para o Céu. Heaven and Hell. And réu. Do tribunal. De Justiça Celestial. Ser Juiz. Ser Luiz. Quero caminhar. Ao contrário. Beber na fonte. Derrubar a ponte. Comer meretriz. A imperatriz. A embaixatriz. Sou Luiz. Aprendiz. De feiticeiro. De justiceiro. Carniceiro. De arruaceiro. De cachaceiro. De carpinteiro. Pedreiro. Faceiro. Quero ser lido. Metido. Fluído. E tido. Como perigoso. Glorioso. Gostoso. Incestuoso. Maldoso. Melindroso. Quero se poeta. Profeta. Esteta. Pai da estética. E da esquelética. Morfética. Antiética. Poesia. Escrever em jornal. Comer coxinha. Mortadela. Pão com manteiga. E arrotar presunto. Na cara do punk. Do repórter. De terno. Ser eterno. Quero foder. Poder. Empoderar. O imponderável. Quero ser mito. Acredito. Quero ser Cristo. Duvido. Quero ser Belial. Belo e tal. O Mal. Encarnado. O Bem. Encantado. Ser. Ser. Ser. Quero crescer. Quero ser lido. Quero ter. Ter. Ter. Meter. Não apenas. Escrever. Sobre o ser. E ser apenas o escrito. Ser proscrito. Com a conta bancária lotada. Andar de carro. Na estrada cheia de pedágios. Pagar as contas com cartão ouro. De tolo. O vento no rosto. Motocicletas. Carros. Seres. Quero ser visto. Quisto. Um cisto. No ovário. No calvário. Sudário. Guardar no armário. A carteira de identidade. Armar a liberdade. Com balas de festim. Festejar o Dia da Padroeira. E do Padrão. Ser patrão. Patrono. Ter um trono. Com adorno. De serpentes. E cachos de uvas. Mandar as chuvas. Molhar as vulvas. De viúvas. Ser rei. Serei. Da tempestade. E do tempo. Em tempo. De ser. Elevado. A categoria de imortal. Da Academia. Busto de metal. Na Praça da Republica. Nome de rua. No centro da cidade. Avenida. Na periferia. Viaduto em estrada. Nome de estância hidromineral. Escritor fulano de tal. De tal e qual. Vate de filme. Com ciúme da vaidade. Vaiado em festival. Rei do Carnaval. Dono de canavial. Quero ser escritor. Criador. Deus. Qualquer um. Dos seus. Escrever dedicatória. Em página de rosto. Ter o gosto. Nascer em Agosto. Morrer em Julho. Ter orgulho. De ser. Sal. Pimenta.  Cagar no prato. Que comi. Cagar regra. De três. Para seis. Trocar seis. Por uma dúzia. E meia. Andar de meia no chão de terra. Declarar guerra. Com a Terra. Mandar leitor tomar no cu. E assinar contrato. Com editora de grife. Multinacional. Ser internacional. Universal. Ter meu reino. Ser um deus. Para ateus. E judeus. E quero ser lido. Polido. Tido. Como intelectual. Mostrar meu pau. No sarau. Sujeito legal. E coisa e tal. E por fim perguntar. O que há de mal. Em ser lido?

18/09/2017

14/09/2017

Sofismas de Sofia

Ontem transei com a Sofia. Fi-lo porque queria. E tanto queria que tive um orgasmo. De filosofia. E de poesia. Gozei muito. Gozamos. Porque quisemos. Porque fizemos. Poesia. E Filosofia. Eu e Sofia. Sofia e eu. Fiz amor com Sofia. E ela queria. E porquê quis. Então fiz. Poesia. Com Sofia. Mas a Filosofia era o que eu queria. Mas Sofia nem sabia. O que era Poesia. E eu nem sabia. Quem era Sofia.
11/09/2017

10/09/2017

Escritores no Cinema

Nos filmes de Hollywood, sempre que aparece a personagem de um escritor, este quase sempre é invejado, quase sempre vive numa cabana isolada, quase sempre ainda usa uma máquina de escrever, quase sempre tem problemas de relacionamento, quase sempre é detestado pelos vizinhos, mas amável com crianças e animais, quase sempre ganhou uma bela grana com livros de merda, quase sempre estão escrevendo a obra de suas vidas, quase sempre acabam conseguindo. Então pergunto: a realidade americana de literatura é melhor, muito melhor que a terra brasilis, ou quase sempre eles são mentirosos? Sempre? Ou quase sempre?
O que pensam, meus amigos escritores de Facebook? Ou melhor: o que pensam, meus amigos de Facebook que são escritores?

24/08/2017

Fui

Fui
Barata Cichetto

(Direitos Autorais Reservados)

Nos últimos sete ou oito anos, desde que criei um trabalho de artesanato de livros, que me possibilitou publicar, além de livros de pessoas interessadas, meus próprios livros, venho publicando cerca de dois ou três livros meus por ano. Tiragens bem pequenas na maioria das vezes. As menores giraram em torno de quinze ou vinte, chegando as maiores a cem. A maior parte dos livros "publicados" são de poesia, tendo feito treze nesse período.
A maior parte foi comprada por amigos mais chegados, em eventos que organizo e em redes sociais. Muitos foram doados a amigos, poucos por interesse de mídia. Amigos possivelmente os leram. A mídia, claro, ignorou, da mesma forma que, durante um tempo mandei textos de minha autoria a concursos literários, sem resultado nenhum.
Então fico aqui, nesta manha fria de inverno, depois de uma noite gelada de insônia, pensando sobre os erros que cometi durante cerca de quarenta e cinco anos que me dedico à escrita, e que me fizeram chegar a situação atual, com pilhas e pilhas de escritos, um currículo artístico que engloba atuação em inúmeras áreas, com uma produção constante, intensa e de qualidade, e nenhuma, ou quase nenhuma projeção dentro dos meios artísticos, tendo que me manter à custa de bicos, trabalhos espúrios e uma série de outras artimanhas, enquanto escritores medíocres, moleques e molecas sem não chegam a unha do meu trabalho, seja em vivência, qualidade e quantidade, brilham sobre holofotes, ganham fama e dinheiro.
Foram muitos, decerto, meus erros. Alguns identifico claramente, outros não. Mas decerto meu maior erro foi acreditar na independência.  Independência artística e financeira, sem permitir que o desejo de fama ou dinheiro corrompessem meu pensamento e, por conseguinte minha arte.
Mas agora, beirando aos sessenta anos, sem nada que possa me dar esperanças de ter o lugar que mereço, me entristeço. E é apenas o que consigo sentir. Tristeza.
Tristeza de não ter minha obra conhecida e reconhecida. Lida, vista e ouvida por muito mais pessoas. Isso é o mínimo que merece aquele que trabalha com paixão, dedicação, que faz de cada texto, de cada pincelada, de cada palavra, um artesanato preciso e ótima qualidade, no computo geral. Mas, afinal, a cada dia menos há lugar para mim, num mundo em que a intolerância do politicamente correto cada vez mais amordaça e amarra os braços dos artistas. Morro um pouco a cada manhã gelada de inverno, a cada noite quente de verão. Acreditei no trabalho, na perseverança, na qualidade que vem com o estudo, com a leitura e com o aprimoramento cultural, intelectual. Esperei. Esperei. Esperei. Trabalhei. Trabalhei. Trabalhei. Mas agora escrevo apenas para mim. Por mim. E sobre mim. Sou o que me importa. Tenho que ser. O não ser.
E na minha lápide imaginária, colocada na tampa de uma caixa de madeira onde estarão minhas cinzas, rogo que esteja escrito apenas: "Fui". Fui por ter sido, fui por ter ido.

24/08/2017

17/08/2017

Escriditadores

Escriditadores

Eu sei escrever a mão, em máquina de escrever. E até com pedaço de carvão, se necessário. Sempre fiz isso. E também sei ler. Cartas, livros, revistas e até receitas de remédios e de bolos. Sempre fiz isso. Portanto, se acabar o Facebook, a Internet e até mesmo a energia elétrica do mundo, continuarei a ler e a escrever. Fazia isso às velas, à noite. De dia. Qualquer horário. Então escrevo isso para que fique bem claro que Facebook não faz escritores, com sua fama de quatrocentos cliques. Tenho poucos leitores, mas nenhum me pede livros de graça, não me imploram dedicatórias, nem lotam salas da FLIP por minha causa. São poucos, sim. Mas entendem o que sou. E me respeitam por isso. Eu sou escritor. Respeito qualquer pessoa que leia qualquer coisa minha. E a entenda. Por isso, escriditadores de Facebook, meu mais profundo desprezo à sua vaidade. Fiquem com seus quatroquinhentos cliques que eu fico com meus dez leitores. Eu os respeito, porque são pessoas. Não máquinas. E eles me respeitam pelo mesmo motivo.

Barata Cichetto, 31/07/2017

29/07/2017

Mantenha a Esquerda Livre

Uso um anel em cada um dos dedos da mão esquerda. A direita precisa ficar livre para trabalhar, que sou destro. Todos de aço inox, coisa estranha, sem valor de mercado. Não uso ouro capitalista. Nem de prata socialista. Aliás, comparar capitalismo com socialismo é o mesmo que comparar elefantes com cachorros só por ter quatro patas. Não tenho patas, tenho dedos. E no da esquerda, como já disse, um um anel em cada um. A esquerda é inutil. Sou destro, também já disse.  Deixe a direita livre. Para trabalhar. "Deixe a esquerda livre" diz a placa verde na escada rolante do Metrô. Deixe a esquerda livre. Livre para atrapalhar. Caminhe sobre uma superficie em movimento e quebre a sua cara, idiota. Tenho também meu direito de segurar com as duas mãos, a esquerda e a direita, em ambas as barras, da esquerda e da direita, na escada  rolante. Afinal, tenho o meu direito - já que todo mundo agora tem direito -, de ter medo de cair daquela merda.  E tenho o direito de esmurrar o filho da puta que acha que é direito dele caminhar por uma escada rolante quando tem uma porra de uma escada fixa sem ninguém bem ao lado. Está com pressa, corno? O corno acha que tem o direito de me empurrar. E eu acho que tenho direito de o espancar. Devo cumprir meu direito e mandar o direito do que acha que tem todo direito a puta que o pariu? Mantenha a esquerda livre. Mantenha a direita em punho!
30/07/2017

13/07/2017

Em Memória de Ismênia


A Morte tem feito seu papel, carregando nas suas costas largas, indistintamente a todos. Não cede a apelos, não tem religião, ideologia, crença, preferência, preconceito. Etc. Falar assim é piegas, tolo. Mas a morte é tola e piegas. Simples, simplista, minimalista. Individualista. Egoísta. Ditadora. Traiçoeira. Incidental. Simples. Justa. Extremamente justa. Clara. Extremamente clara. Por horas, caímos na tentação de considerá-la injusta, cruel. E na velocidade da era moderna, a cada dia mais deixamos de senti-la, mas não ela, que continua por ai, mais e mais presente, mesmo contra a vontade de poetas e de ditadores. De fato, na atual era, moderna, tecnológica, avançada, veloz, em que pensamos muito e sentimos pouco, sua devida importância foi relegada a colocarmos fitas pretas de luto em rede social e esquecermos-nos daqueles que Ela levou, poucos dias depois. Não há memória suficiente em nossos cérebros para caber saudades e luto real. Temos informação em tempo real, sexo em tempo real, dinheiro e poder em tempo real. Achamos todo esse tempo que desperdiçarmos com asneiras e tolices, como tempo real. E nos esquecemos do que é de fato real. Esquecemos-nos da Morte. Não temos tempo para a morte, mas Ela sempre terá tempo para nós. E a única coisa real é Ela. Que nos espreita, nos espia e fica de tocaia atrás de cada pensamento, depois de cada esquina, após cada página de livro. Mas pouco nos importa a morte, pois apesar de tudo que temos, não temos vida. Então, sem vida não há morte. Ou seria melhor dizer que sem morte não há vida.
Em memória de Ismênia, 13/07/2017, Barata Cichetto

29/06/2017

Rugas e Fugas


Rugas e Fugas

Não tenho vergonha das minhas profundas rugas
E nem dos restos que sobraram das minhas fugas
Mas se elas não são cicatrizes das guerras perdidas
Ao menos são máscaras disfarçando minhas feridas.
Barata Cichetto, 29/06/2017