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04/08/2019

Cristo na Piscina Com Doze Putas

Cristo na Piscina Com Doze Putas
Barata Cichetto
Ao Amigo Carlos Manuel

Queria ser como Jim Morrison, morrer em Paris, afogado numa banheira. Queria morrer num bacanal, em Lisboa com doze putas numa piscina cheia de champagne, proclamando igual um cristo meu evangelho da sacanagem. Apóstolas apóstatas bebendo do meu vinho, comendo do meu pão, e fodendo até eu morrer, afogado em meu próprio gozo. E depois elas sairiam pelo mundo, pregando minha palavra, em poemas sacanas como de Bocage. Queria morrer na Europa, em qualquer lugar, que não fosse em Moscou, com suas putas secas de pernas longas e cérebros de minhoca. Podia ser em Roma, a eterna cidade de Fellini e de Sophia, ou até mesmo em Madrid, na terra de Dali, o anarco monaquista, me fingindo de artista Queria morrer longe daqui, onde fui sentenciado, mas nunca declarado morto, nem sepultado. Em Paris a meia noite, com Agnes filmando a tragédia. E a comédia. E transformando minha morte num falso documentário. Eu compraria um tumulo no Cemitério do Père-Lachaise, ao lado de Proust e Wilde, ou no Montparnasse onde seria enterrado na mesma terra de Baudelaire. E as doze putas iriam me visitar, depositar flores e roubar meu corpo da sepultura, gritando aleluia, ressurreição. E depois cantariam a Marselhessa em ritmo de Rock and Roll dançando peladas debaixo da Torre Eiffel, que cairia com o peso do pecado. Queria morrer lendo minha poesia no palco do Moulin Rouge, com as doze putas me beijando e jurando por algum deus, que são apenas meus os pecados das cadelas. Postar a mesa e no meio da ceia, perguntar qual delas irá me trair, com algum comunista anão, por trinta moedas, e todas elas se levantariam e ergueriam a mão. Queria morrer, batendo punheta na esquina mais sórdida de Lisboa, de Paris ou de Madrid. Ou sendo chupado por alguma matrona de tetas grandes nos becos imundos de Roma. Tenho uma morte anunciada, organizada e denunciada e não encontro as palavras para escrever o que sinto, enquanto meu pinto repousa nas minhas calças, sem nenhuma dançarina de cancan, nenhuma puta dos Bálcãs ou quaisquer megeras pagãs para chupar. Queria morrer em Berlin, violentando o muro de verde. E as doze putas chupando meu pau no caixão, enquanto uma orquestra toca "O Crepúsculo dos Deuses". "Du hast?" eu perguntaria a todas elas. E jamais saberia a resposta. Queria morrer em qualquer lugar, que fosse longe o suficiente de mim, mas perto de doze putas apóstolas de um evangelho profano. Mas morro, nas esquinas de uma cidade morta, no hemisfério sul de lugar nenhum. "I'm finally dead."

03/08/2019 

4 comentários:

  1. Obrigado Barata, um verdadeiro hino a tudo aquilo que gosto é isso tudo a poesia, nos salva deste mundo, tua imaginação é de outro mundo, es um génio do improviso gostava ter teu talento, mas não tenho cada um no seu galho, no seu lugar, o meu lugar é ler teus versos e livros ficar em admiração.

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    1. Fica este texto em tua homenagem, pelos longos papos por rede social, e pelo apoio a mim, como pessoa e como escritor. Quem sabe um dia posso eu colocar nos trilhos este "sonho" e ir a Paris, Lisboa, Viseu, e aí, antes de morrer façamos uma farra com doze putas numa piscina. Grato, meu amigo!

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  2. Seria uma honra amigo, por vezes a vida faz milagres...tudo é possivel...uma vez o Jim Morrison perguntou ao vizinho dele se ele acretitava no sonho e magia da vida...ele respondeu que sim, a noite o Jim foi colocar 100 dollars debaixo da porte do vizinho...obrigado Barata...se não for nesta vida ..nós vamos com toda a certeza noutra vida ter as doze putas...venham elas de Paris...Roma...ou do Inferno...

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  3. Se houver um Inferno, nele será. Desde que com as doze putas.

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