Barata Cichetto
Podemos criar paraísos de forma artificial, Baudelaire e seus cometas no país das salamandras. O Paraíso é meu, e crio onde quiser. Quero em Minas, quero no fim do mundo, quero daqui um segundo. Um Paraíso artificial, com cheiro de café. Um cigarro de palha, minhas gatas vadiando no terreiro, e no fim de tudo, uma buceta bem quentinha. Uma mulher, de vestido longo de chita, com nada por baixo a não ser o arrepio. Quero criar meus paraísos, e posso criá-los até no Inferno. Estou comprando uma passagem só de ida. Morar no ar, no mar, no bar, em qualquer lugar, que possa chamar de lar. Nas montanhas de Minas, no Cerrado, no Sertão. Escondido atrás dos teus mamilos. Quero beber café na xícara da tua boca, e te chamar de louca, assim por chamar. Dormir pelado, abraçado aos teus pés. Erguer uma casa de bambu, tomar banho sem xampu, e é claro, comer seu cu. Simples as coisas que quero, além de um Paraíso artificial, construído sobre a terra batida, com palha no chão, tua mão por cobertor e teu colo por travesseiro. Ah, mas tem o vinho, que não pode faltar. Bebido nas taças dos teus seios, no colo em V. Podemos criar paraísos com um passe de mágica, assim como se cria poesia, assim como se cria desejo. Em nenhum paraíso artificial pode faltar poesia e desejo. E não pode faltar Sol...
16/12/2019
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