O CONTEÚDO DESTE BLOG É ESPELHADO DO BLOG BARATA CICHETTO. O CONTEÚDO FOI RESTAURADO EM 01/09/2019, SENDO PERDIDAS TODAS AS VISUALIZAÇÕES DESDE 2011.
Plágio é Crime: Todos os Textos Publicados, Exceto Quando Indicados, São de Autoria de Luiz Carlos Cichetto, e Têm Direitos Autorais Registrados no E.D.A. (Escritório de Direitos Autorais) - Reprodução Proibida!


01/09/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - 20

Barata Sem Eira Nem Beira - 20
31/08/2015

Poesia - Barata - Barata
Gustavo Magno - Versos Intimos  (Augusto dos Anjos)

David Bowie - Diamond Dogs
Lou Reed - Pale Blue Eyes
Gentle Giant - Working All Day
Poesia - Barata - Convergencias

Entrevista Interface
Amyr  - Paulo Beto - RIP 3 - Ephemerides-II
John Lord - Sarabande
E.A.Poe - Considerazioni
Poesia - Barata - Dicotomia Convergente

Piry - Herói Moderno
Pops -  Som Imaginario de Jimi Hendrix
Mac Rybell - The Lantern
Poesia - Barata - Dor

Fanny - Rock & Roll Survivors
Susi Quatro - Can the Can
Janis Joplin - Kozmic Blues
Poesia - Barata - Metastase

Spirit - Taurus
Poesia - Barata - Epitafio

26/08/2015

Bacanal de Poesia

Bacanal de Poesia
Barata Cichetto
Direitos Autorais Reservados


O autor diz que é poesia. E o leitor, o que diz? O leitor não diz, ele sente. Ressente, pressente.  O leitor chupa a poesia como a um pênis e engole o esperma depois do gozo. Se goza junto ou não é outro problema. O autor estimula o leitor, mexe nas suas zonas erógenas, desperta sua libido e seu pensamento lascivo. Masturba, perturba, bolina o leitor. O autor come o leitor, transa com ele numa relação sexualmente ativa, promíscua, sacana; às vezes incestuosa. Quase um estupro, consentido, em determinadas situações. O faz gozar. Jorrar, ter um squirt. Ejaculação. Ou não. Num fetiche violento, o autor xinga o leitor, ofende, venda seus olhos, amarra suas pernas com cordas e os pulsos com algemas. E depois o penetra violentamente. O autor faz o leitor acreditar em suas promessas de casamento e de prazer. E por vezes mente sobre elas. O autor engravida o leitor. Filhos bastardos. O autor é um tarado. Leitor não tem que ter razão. Tem que ter tesão.

25/08/2015

25/08/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 19

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 19

Daniel Lewen - Nectar

Judas Priest - Dragonaut
Jethro Tull - My Sunday Feeling
Rata Blanca - Poder Vivo
Aeroblus - Tema Solisimo

Bad Axe - Cities Of Rage
Band Of Skulls - Death By Diamonds and Pearls
Cynthia Witthoft - Motherfucker Blues.
Nico - (Chelsea Girl ) - Eulogy to Lenny Bruce

Joelho de Porco -  Boeing 723897
Seu Juvenal - Antropofagia Disfarcada
Violeta de Outono - Noturno Deserto
Daniel Lewen - Vulcano O Ritual do Fogo

17/08/2015

Barata Sem Eira Nem Beira - 18

Barata Sem Eira Nem Beira - Programa 18
17/08/2015

Abertura Thundercats
Ruy Maurity - Batismo dos Bichos
Versão: José Jorge
(Bob Dylan - Man Gave Names To All the Animals)

Poesia: Barata - Ponto B, de Barata
Focus -  House Of The King
Uriah Heep - Traveller In Time
Nazareth - Razamanaz
Abertura Banana Split

Poesia: Denise Avila - Ilusões Etilicas
Outlanders - Black Flags and Beer (2012)
Vírus - Batalha no Setor Antares
Robertinho De Recife - Metalmania
(Judas Priest, Accept e Robertinho de Recife – 23-04-2015 – Rio de Janeiro (Vivo Rio)
Abertura Durango Kid

Texto: Aforismo Novo Ciberpajé
(Posthuman Tantra - Ato IV: Enterro Cósmico )
Aforismo - Barata
Aforismo - Muqueta na Oreia
Abertura Rintintin

Poesia: Barata - O Inferno Sou Eu
Tom Waits - Heart Attack and Vine
Patti Smith -  Ask The Angel
Ruth Copeland (Funkadelic) - Gimme Shelter - 1972
Abertura Fantomas

Blackmores Night - Child In Time (Live)
Aforismo - Dimitri Brandi
Posthuman Tantra - Ato IV: Enterro Cósmico
Abertura Anjo do Espaço

-----------------------------------------------------------
Aforismos do Ciberpajé
Feminismo e masculinismo são apenas mais algumas das nomenclaturas criadas para destilar o ódio ao outro. Esse ódio perverso que tem acompanhado todos os "ismos", do socialismo ao fascismo, do nazismo ao capitalismo, do cristianismo ao maometanismo. Ele tem promovido cada vez mais divisões, assassinatos, desigualdades e genocídios. Bandeiras e fronteiras que não lograram nenhum êxito em suas pseudo-revoluções, é só observarmos o caos de desigualdade e injustiças que viceja no mundo, a devastação natural e os atos terroristas contumazes em nome de ideologias ou dogmas. (Ciberpajé)



Hypnos, Amyr Cantuiso Jr.

Hypnos
Amyr Cantusio Jr.
(16 de Agosto de 2015 - Teatro Interno da Concha Acústica - Campinas - SP)


Domingo é dia de muitas coisas. Arrumar a casa é uma delas. Ah, escutar musica, cuidar das plantas, dar banho em cachorros, tomar cerveja no boteco da esquina, de bermuda e chinelo. Depois, comer macarronada e .. Dormir. É. Um típico domingo paulistano, de típicos brasileiros, que trabalham a semana inteira.. Mas....

Mas quando a gente é "Do Rock", todas as coisas típicas deixam de ser. Passam a ser atípicas, fora do contexto. Fora de ordem. Caos. enfim. O Rock é assim. Mesmo.

No domingo de Inverno, quente além da conta, de São Paulo, em meio de um Agosto também inteiramente quente, contrariando a antiga máxima da São Paulo da Garoa, eu me preparava para fazer algumas dessas coisas típicas. Um dia absolutamente monótono se anunciou e já chegava meio dia quando eu pensava em cumprir o sagrado momento da cerveja no boteco da esquina.. Quando uma chamada de Facebook mudou tudo.

Amyr Cantusio Jr. que também atende pelo codinome de Alpha III iria fazer uma apresentação em Campinas, sua cidade naquela tarde. Tinha me conformado em não poder ir. Sem dinheiro nem disposição de enfrentar três ou quatro meios de transporte para atravessar pouco mais de cem quilômetros até aquela cidade, tinha resolvido nem pensar mais nisso.

Eis que surge o amigo Adilson Oliveira. Musico, admirador do trabalho de Amyr, parceiro de Stay Rock Brazil e convida: "Vamos para Campinas ver a apresentação do Amyr?"  - Eita, mas é tarde. Dá tempo? "Dá, sim. A apresentação é as três da tarde. Se sairmos agora chegamos a tempo." . Fechado, disse eu. Vou tomar um banho e em uma hora nos encontramos no Metrô. E dai pegamos a estrada.

Precisamente em uma hora e o esperava na estação Carrão do Metrô. Pegamos a Anhanguera e em pouco mais de uma hora e meia estávamos no Parque Taquaral, um local maravilhoso, com muita vegetação, animais, lagos e famílias com crianças. Um paraíso.

Logo estávamos em frente a Concha Acústica, local inaugurado, segundo o próprio Amyr em 1976, onde ele tinha tocado com sua banda na época, o "Spectro". Construção maravilhosa, com um anfiteatro romano perfeito e a concha em forma de folha, muito alta, uns quinze metros de altura.

A apresentação de Amyr, intimista, ocorreria no subsolo, numa área pequena mas aconchegante. Descemos, eu Adilson e Flávia, sua esposa, e ao fim da escada em leque avisto Amyr. A surpresa feliz tomou conta de seus olhos e um forte abraço aconteceu. Ali também, além da Cathia, simpática esposa de Amyr, encontro o poeta  Dríade, Arnaldo Caproni, de quem eu tinha editado três livros de poesia, mas ainda não conhecia pessoalmente.


Por sorte, nossa, o show ainda não havia começado. Falamos um pouco e logo Amyr toma seu lugar no grande palco, onde reinavam solitários uma tela pintada por ele e um pequeno "aparelho" que me deixou encafifado. Onde estariam os teclados? Amyr começa a falar, sem seque microfone, mas audível pela acústica e tamanho do espaço e fala rapidamente sobre sua trajetória e sobre como seria o espetáculo. E assume os controles do tal pequeno aparelho: um "Alessis" sintetizador que se mostra um verdadeiro gigante em tonalidades e sonoridades nas mãos desse musico fenomenal, dono de uma carreira primorosa, com uma produção gigantesca ao longo de 40 anos de carreira.

O tema, que Amyr chama de "Hypnos", seria dividido em três partes. Sentado logo na primeira fila de cadeiras, bem de frente ao musico, logo na primeira parte começo a sentir sensações "estranhas", percebendo que aquele som, aquela musica de alguma forma começa a me levar a um estado de transe. Além da atmosfera criada pela musica, a iluminação, a cargo de Vinicius Dias, criam um clima de viagem, de percepção modificada. Num determinado momento, lembro-me claramente de ter colocado minhas mãos em forma de triangulo a frente do rosto e ter a sensação de estar manipulando uma bola muito macia, sedosa e quente. Uma esfera muito macia que tomava forma de acordo com as nuances da musica.

A segunda parte, segundo o próprio musico, seria um tema mais "simples", na linha de Vangelis. Nesse ponto, todo aquele clima nos transporte a uma viagem no tempo e no espaço. Londres, cinquenta anos atrás. O clima de psicodelia, lisérgica e sinergia das apresentações do Pink Floyd no inicio. As projeções, com imagens de discos voadores, alienígenas, estrelas, o pequeno Alessis enchendo o ambiente de uma sonoridade por horas sufocante, paranoica, esquizofrênica. Uma sensação de que poderíamos tranquilamente sair dali voando, entrar numa máquina do tempo e materializar na Doce Londres dos anos sessenta. (Enquanto escrevo isto, Amyr me chama várias vezes no Facebook. Está eufórico com o resultado artístico, mas frustrado pelo pouco publico.)

Na terceira parte, ainda sobre o efeito do potente alucinógeno, me deixo levar pela atmosfera quase dark. Uma sensação de melancolia me invade. O som é pesado, denso, mas ao mesmo tempo é arrastado, deprimente, gótico. A morte deve ser assim, penso eu antes do final da apresentação. A iluminação, o tempo todo projetada sobre todo o palco, cria desenhos absurdos, ilógicos, incoerentes, alucinógenos sobre o quadro pintado por Amyr, exposto no palco, ao seu lado. Um espetáculo multimídia, transcendental, esotérico. Quase místico.. Quase?

No final da tarde deixamos Campinas, sem antes, na saída do Parque, avistar três cutias que passeavam tranquilamente. Na estrada, eu e Adilson falamos o tempo todo sobre as possibilidades maravilhosas, sob todos os aspectos artísticos, que um espetáculo desses proporcionaria às pessoas. Até quando as pessoas se fecharão em suas conchas não acústicas e não se permitirão experimentar experiências sensoriais, guiadas por músicos de qualidade, como desse gênio chamado Amyr Cantusio Jr.?

Abaixo uma amostra.


Video: Cathia Cantusio