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19/10/2018

Somos Todos Pessoas

Somos Todos Pessoas
(Editorial Para Uma Revista Abortada)
Museu Ferroviário de Araraquara, Foto: Barata Cichetto

Somos todos pessoas. Pessoas de bem, pessoas de mal, de açúcar, e de sal. Somos todos pessoas, fernandos ou orlandos, cidadãos comuns ou sem uns. Pessoas sem pessoas, pessoas de muitas pessoas, pessoas de ninguém, pessoas de alguém. Somos todos pessoas, poetas, profetas, paulos e saulos; marcos e pedros; jucas e lucas. Somos pessoas sem eira, pessoas sem beira. Somos todos pessoas, e pessoas são fatos. Pessoas são natas, daqui ou dali; pessoas de Araraquara, de São Carlos, de São Paulo. Somos pessoas, escritoras, cantoras; encantadoras e desencantadas. Somos pessoas feito Pessoa, que não querem nada, e pessoas que querem tudo. Pessoas que correm, que morrem, pessoas que socorrem; pessoas culpadas, pessoas inocentes. pessoas decentes, pessoas carentes; pessoas anãs, pessoas sãs, pessoas pagãs, pessoas crentes, pessoas doentes. Somos ciros, epitácios, estácios e inácios. Somos josés, saramagos, magos e bruxos; luizes e Camões; gagos, juízes e anões; antônios e joões. Somos todos pessoas. Augustos e Anjos, demônios e arcanjos. Somos pessoas com medos, com segredos; pessoas que acordam cedo, pessoas que não dormem, pessoas que não comem; pessoas com nomes, sem sobrenomes. Somos todos pessoas, simples ou complexas, côncavas ou convexas. Somos pessoas a toas, pessoas boas; pessoas más; mas somos pessoas, e pessoas são pessoas, apenas pessoas, e nada mais; pessoas normais, anormais; ademais, pessoas, outras jamais. Somos todos pessoas, doces e brutas, santas e putas; pessoas engraçadas, e desgraçadas; somos pessoas do sim, e pessoas do não. Somos todos pessoas, pessoas que são filhas, pessoas que são pais; pessoas que são filhos, pessoas que são mães. Somos joanas e anas, mários e marias, fernandas e amandas. Somos pessoas, que caminham e que param, que andam e mandam; pessoas que comandam. Somos franciscos e chicos, ricos e fredericos. Pessoas sem dinheiro, pessoas que devem, pessoas que recebem; pessoas que pagam, pessoas que pegam, que enxergam, que cegam; que negam, e que renegam. Somos todos pessoas, e pessoas são o inferno de outras pessoas. Somos todos pessoas más, mas algumas pessoas são mais más que outras pessoas más. Somos pessoas pessoais, sociais, antissociais. Somos todos pessoas, de peles escuras, e de peles claras; pessoas coloridas, pessoas doloridas, de qualquer cor; de fraldas ou de andador. Somos todos pessoas, que fazem poemas, que trazem problemas, que criam sistemas. Pessoas como quaisquer pessoas, que se prezam, que rezam, que se enfezam; pessoas que se atrasam, que chegam antes da hora. Somos todos pessoas; cristinas, marisas, marinas; faladoras e fingidoras; albertos e caeiros, covardes e guerreiros. Somos todos pessoas; pessoas das cidades e dos campos, álvaros, augustos e cids, humbertos e eduardos. Somos todos pessoas, somos quaisquer pessoas; de Portugal, do Brasil, de Moçambique; quaisquer pessoas, que falem português, que cantem em inglês, ou que façam poesia em chinês. Somos pessoas, que fazem versos, que criam universos, que fazem inversos, e causem inversões. Somos pessoas, diferentes versões, subversões. Somos pessoas; subversivas, vivas. E apenas quando somos pessoas mortas, deixamos de ser pessoas.
Barata Cichetto, Araraquara, 26/09/2018
Publicado Originalmente em 27/09/2018, em: http://www.abarata.com.br/revistapessoasararaquara/

Aforismo

Aforismo:
A pornografia é, de todas, a mais honesta forma de amor, por ser desejo e carne; sem a mentira do romantismo poético, e a pieguice hipócrita da religião judaico-cristã. (Barata Cichetto)

Quase Demônio

Quase Demônio
Barata Cichetto

Eu não durmo de pijama, durmo pelado, e acordo melado. Sou quase um santo, exceto por um detalhe: não uso manto e ando pelas ruas sem andor nem andador.
Eu não durmo, nem de pijama e mijo na cama, durmo pelado e acordo gelado. Sou idoso, ruidoso, teimoso, tinhoso, quase um demônio, exceto por um detalhe: estou morto.

Beijem o altar, e esqueçam do santo,
Aqueçam a sombra, dispam o manto.
Se somos mortos, todos deuses com próstatas,
Cromossomos tortos, tolos, as vezes apóstatas.

16/10/2018

13/10/2018

O Analfabeto (Que Se Acha) Político

O Analfabeto (Que Se Acha) Político

O pior analfabeto é o analfabeto que se acha político. Ele ouve, mas apenas o que quer, e fala apenas o que querem. Ele participa dos acontecimentos apenas com o intuito de aparecer;  ele não sabe o custo de coisa alguma, menos ainda de alimentação, e acha que tudo é culpa do patrão. O analfabeto que se acha político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que ama a política. Não sabe o imbecil que da sua arrogância - e não da ignorância do outro - é que nasce a intolerância, e o pior dos bandidos, que é o político corrupto e lacaio de interesses próprios, que usa o analfabeto que se acha político como comida para sua fome de poder.

Uma resposta ao texto de autoria não confirmada. Texto atribuído a Bertolt Brecht:
“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.
10/10/2018

10/10/2018

A Fábrica de Moedores de Carnes Com Logotipo da Estrela Vermelha

A Fábrica de Moedores de Carnes Com Logotipo da Estrela Vermelha
Barata Cichetto

Há quem diga que as "esquerdas" em nada contribuem com a indústria, mas é preciso ser justo e dar-lhes crédito, não por uma invenção no conceito exato da palavra, mas no aperfeiçoamento de um artefato: o Moedor de Carne.

Particularmente no Brasil, mas de resto no mundo inteiro, desde os anos 1950, mas mais utilizado a partir de meados dos 80, o Moedor de Carne, produzido por uma empresa extremamente lucrativa, cujo logotipo comercial é uma estrela, tem se tornado item obrigatório na entrada de empresas jornalísticas, e especialmente nas portarias de escolas, particularmente nas faculdades, na área de humanas.

Como qualquer empresa que precisa expandir seu mercado, a fabricante dos moedores de carne as colocam gratuitamente nesses lugares, sabendo que no final das contas lucrará, senão com a venda da máquina, com o produto dela. Aliás, é esse lucro pelo qual a empresa realmente se interessa.

O funcionamento, entretanto, é um tanto diferente: o moedor de carne da empresa da estrela vermelha não aceita qualquer carne, apenas cérebro virgem, que depois de moído é entregue à sede da empresa,  que por sua vez, em função de contratos milionários com empresas do exterior, transforma cérebro virgem moído na mais pura e tenra mortadela.

Esse produto, que por suas características populares, é distribuído gratuitamente a outros portadores de cérebros virgens, que após a ingestão passam a ter alucinações e, logo depois procuram por algum lugar onde haja um desses moedores, que estão atualmente distribuídos em todas as praças e ruas do país, e entregam seus cérebros para serem moídos alegremente.

Há duas versões desses moedores de cérebro virgem: elétrica, movido pela geradores instalados disfarçadamente em favelas, e outra manual, movida por um exército de jornalistas, professores e até pequenos empresários, que nisso veem oportunidade de alavancar seus negócios.

Tempos atrás, algumas pessoas tentaram destruir a fábrica da empresa que tem como logotipo comercial a estrela vermelha, prendendo um dos gerentes. Acontece que a distribuição gratuita dos moedores em pontos estratégicos, como gabinetes de alto escalão, salas de juristas e de tribunais, era tão estrategicamente calculada, sendo que foi negociada e então trocada a prisão desse gerente pela libertação do grande SEO da empresa. 

Além do mais, contando com seus dois principais exércitos, o dos que doaram alegremente seus cérebros para serem moídos, e o dos que se alimentam da mortadela deles produzidos, e com as máquinas trabalhando a todo vapor por obra dos manipuladores da manivela, auxiliados pelo departamento de marketing, muito eficaz, da empresa, a fábrica de moedores de carne, que pelas leis deveria ter tido sua falência decretada, continuou a produzir mais e mais.

Entretanto, há noticias de pessoas que tentam, até com risco de morte, parar essa indústria e devolver os cérebros à seus legítimos donos. E esses são chamados de fascistas.

Outras ainda tentam mostrar que ter o cérebro moído não é bom, que cérebros frescos e funcionando dentro da cabeça é o correto. E esses são também chamados de fascistas.

E de armas em punho, foices, martelos e facas, os exércitos caminham pelas ruas, feito zumbis do apocalipse, pedindo liberdade ao gerente da fábrica, e acreditando que, assim, estarão falando em nome da liberdade e da igualdade.

Realmente, numa industria de cérebros moídos tudo se parece igual, mas mesmo ali ainda existem diferenças, pois quem aperta o botão da máquina, quem gira a manivela, nunca será igual. Afinal, todas as mortadelas são iguais, mas algumas são mais iguais que as outras.

09/10/2018

Publicado também no Facebook: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2626867687330185&set=a.193341887349456&type=3&theater

06/10/2018

O Socialismo de Resultados do Senhor Zuckerberg

O Socialismo de Resultados do Senhor Zuckerberg
Barata Cichetto


Endereço da imagem: https://thenewmodernman.files.wordpress.com/2016/05/zuckerface-book.jpg



O que é obsceno, senhor Zuckerberg? O que é ofensivo?  O que o seu software, ou seja lá o que for que o senhor utilize para censurar uma coisa e deixar outra, foi programado para decidir? Quem decide o que é ofensivo, senhor Zuckerberg? Seus robôs criados em universidades por professores falsos socialistas como o senhor? Claro que não é o senhor, um moleque mimado que construiu fortuna passando por cima de todas as regras morais, sociais, e se aproveitando muitas vezes do trabalho alheio. Claro que não, o senhor não cria as regras, apenas se aproveita, e muito bem, delas. As regras desse gramscismo nojento a abjeto que mina como cupim no tronco de uma árvore, o sistema político e social mundial, a começar pela democracia, que juram tanto defender, mas apenas como discurso, já que a prática é sempre outra.

O que é ofensivo, senhor Zuckerberg? O que eu considero ofensivo é a sua cara de pau, de se fingir de bom moço, doando a maior parte de sua herança, se fazendo passar por humanista socialista. Socialista, senhor Zucker? Boa piada, que só acha engraçado quem o senhor faz acreditar que está fazendo uma revolução, nivelando ao mais rasteiro o pensamento humano, e sua decorrente capacidade de pensar e reagir, desacreditando aqueles que têm o que realmente contribuir, com a desculpa de que todos tem algo a falar, e deve ser ouvido. Não, senhor Mark, nem todos, e a maioria não tem o que falar, não tem informação nem cultura, não tem base para discutir senão a cor do burro quando foge, mas a sua forma de ganhar ficar milionário usando ideias socialistas, fazendo com que idiotas acreditem que podem ser ouvidos deu muito certo. Seus robôs e zumbis fazem o serviço sujo, essa é sua "Regra da Comunidade".

O controle de mídia é um dos objetivos da esquerda torpe, cujo braço adornado que o senhor representa, o politicamente correto, age de forma a transformar em ofensa e crime tudo aquilo que não lhes interessa. Nada dos brutamontes em porões esfumaçados, nada de ferros em brasa, suas armas são seus zumbis, são suas "Regras da Comunidade". Para pessoas como o senhor não existe democracia, não existe liberdade e não existe pensamento livre, já que as únicas formas de pensamento e ação que lhes interessa e é autorizada, é pensar de acordo com o que os senhores e seus zumbis vermelhos pensam. A minha imagem e meu poema eróticos de fato não correspondem às suas "Regras de Comunidade", afinal. Pensamento livre não combina com cartilhas falso-socialistas.

Sabe o que é ofensivo para mim, Senhor Zuckerberg? Pessoas cagando e mijando nas ruas com a desculpa de protesto político, coisa que seus robôs e zumbis deixam passar, não uma imagem de "A Origem do Mundo". Sabe o que é ofensivo para mim, senhor Zucker?  Genocidas como Stalin, Pol Pot, Che Guevara e Fidel Castro sendo tratados com reverência, enquanto uma capa de um disco de Rock de 40 anos atrás é censurada e seu postador bloqueado. Sabe o que é ofensivo para mim, Senhor Zuck? Perceber o ódio que sua rede proporcionou e dela se alimenta, não a foto de uma bunda ou de um par de peitos. Sabe o que é ofensivo, senhor? É o senhor criar a ilusão de igualdade e liberdade de expressão, mas apenas às que servem a seus propósitos. Tal e qual, sem um milímetro de diferença, dos pastores cristãos e dos ditadores de esquerda, que fazem dela o motor para suas conquistas. Isso é ofensivo. E garanto que não apenas a mim.

Tenho 60 e uso Internet há mais de 20. Não nasci nem fui criado dentro dela. Ademais vi surgirem intocáveis monstros como Napster, aliás, seu ex-sócio, MSN, ICQ e Orkut. Todos se julgavam eternos e seus donos deuses do mundo. Mas todos eles tiveram fim, depois de enganar, como o senhor engana, bilhões de pessoas mundo afora, com propostas socialistas falsas. E espero sinceramente, e pelo bem da saúde mental da sociedade mundial, e da sobrevivência da espécie humana, que o senhor e esse seu produto, ao qual me sinto quase que obrigado a participar, afundem rapidamente. O senhor, senhor Zuckerberg, criou uma droga, da qual todos necessitam, e a ideia de que é a única coisa no mundo a salvá-lo. E quando a droga começa a não mais fazer efeito, aumenta-se o potencial. Seu produto acabou com a independência de outros veículos, destruiu jornais e blogs, e até mesmo outras formas de comunicação. E se quisermos nos comunicar nesse mundo, temos que ser cordeiros em suas mãos, vivendo de acordo com suas regras. Esse é o seu socialismo, senhor Zuckerberg?

Todo o conceito que existia com a criação da Internet foi jogado por terra, tudo pelo qual se trabalhou durante anos, e tudo que foi criado por mentes individuais para resultados coletivos, o senhor e seus asseclas jogaram no lixo, implantando uma ideia mentirosa sobre igualdade, coletivismo e outras pragas. Uma mentira, uma hipocrisia, alimentada por ideias socialistas, mas obtendo um resultado capitalista. Bem a cara desse comunismo podre, que só engana a zumbis que programam seus robôs totalitários.

Fui bloqueado em sua rede por publicar uma imagem que, sim, tem caráter erótico, e a desculpa é que são as "Regras da Comunidade". E muitos dirão que há regras a serem seguidas, regras que são feitas pelo dono do espaço, no caso o senhor. Mas também sei, que somos nós, bilhões de usuários que realmente somos os responsáveis por sua fortuna, alimentando gratuitamente com conteúdo o seu site e até em alguns casos, pagando para isso. Somos nós, que ao fornecermos dados que são usados, comercializados pelo senhor, aumentamos ainda mais sua fortuna. Onde está seu socialismo, senhor Berg? Onde está seu humanitarismo? Onde está? Não seja obsceno, Mark. Não seja ofensivo, Zucker querido!

Nota: não sou ingênuo para pensar que meu querido Mark lerá isso. Talvez alguns de seus robôs zumbis vermelhos leiam, e daí me denunciem por algum motivo, me bloqueiem e me excluam dessa rede. Talvez nada disso aconteça, e apenas cerca de quatro ou cinco pessoas no máximo leiam, comentem, e tudo continua como está. Minha intenção, já que este texto está sendo publicado em outros locais na Internet, é apenas deixar clara a verdadeira cara desse livro, que tem capa, mas não tem conteúdo, e custa muito mais caro que a maioria das pessoas pensa.

Luiz Carlos Giraçol Cichetto, Aka Barata, 06/10/2018

O conteúdo que foi postado na minha fanpage "Barata Cichetto Escritor", razão do bloqueio no Facebook:


24/09/2018

Por Que Sou Um Anarco-Monaquista

Por Que Sou Um Anarco-Monaquista
Barata Cichetto


Diante do processo eleitoral em que vivemos, ponho-me a pensar, não sobre candidatos e partidos, mas sim sobre a democracia em si. Seria mesmo a democracia o anjo alado do bem, contra o demônio cornado? Seria ela o contraponto, o antônimo à ditadura? Existe um terceiro pensamento?
Penso que a democracia comete seu primeiro erro já na sua definição: "governo em que o povo exerce a soberania.", o que já me soa como algo falacioso, já que precisaríamos antes definir concretamente termos como "povo" e "soberania". A meu ver, é uma definição vaga e hipócrita. E todos sabemos que definições vagas dão margem a interpretações distorcidas, de acordo com interesses próprios, seja de grupos, seja de pessoas. 
Já a segunda definição, "sistema político em que os cidadãos elegem os seus dirigentes por meio de eleições periódicas", piora ainda mais as coisas, pois além de arvorar a determinadas pessoas o direito de falar e agir em seu nome acaba até por se contrapor à primeira premissa. O fato de um determinado político ser eleito, por ter um numero maior de votos que o outro, significa apenas que ele, na melhor das hipóteses, representa apenas o grupo de pessoas que o elegeu. Não o restante, que é obrigado a se submeter à vontade do outro grupo. 
Além disso, o próprio processo eleitoral é questionável, já que pelos custos financeiros, há de se concluir que esse eleito precisou de muito dinheiro e troca de favores, o que resulta no fato de que, portanto, ele não é representante sequer do grupo que o elegeu, mas sim do grupo que pagou os custos de sua eleição.
Agora, quando analisamos a terceira definição de democracia a coisa fica mesmo feia: "regime em que há liberdade de associação e de expressão e no qual não existem distinções ou privilégios de classe hereditários ou arbitrários.", já que sabemos que na prática coisa não funciona dessa forma, já que a existência da democracia é baseada justamente nos privilégios para que se exerça as tais liberdades. Aliás, "liberdade" é uma palavra tão vaga e poética, que dá margem também a interpretações múltiplas e pessoais, de acordo também com interesses de cada pessoa ou grupo.
Em resumo, todos os conceitos por trás de "democracia", a começa pela própria etimologia (dēmokratía, de dêmos 'povo' + * kratía 'força, poder') é falaciosa e hipócrita, pela excessiva existência de palavras não exatas, metafóricas, e seria o mesmo que se dizer que "democracia é amor".
Alia-se a essa análise, que o uso dos termos "democrático" e "popular" é abusivo e prontamente mentiroso. Todas as maiores e mais sangrentas ditaduras comunistas do mundo adotam como nome oficial "República Democrática" ou "República Popular", querendo reforçar o próprio conceito de uma representatividade que, nem de longe ocorre.
E então continuo mais além, e a discutir a própria validade da República, que em principio não é prerrogativa da Democracia, mas que no mundo moderno, é vendido como par casado. Então recorramos novamente ao dicionário: "forma de governo em que o Estado se constitui de modo a atender o interesse geral dos cidadãos." Família, não? E essa: "forma de governo na qual o povo é soberano, governando o Estado por meio de representantes investidos nas suas funções em poderes distintos." Impressionantemente idênticos, essas definições são formas de se fazer acreditar que uma coisa depende da outra, o que absolutamente não é verdade.
Basta que pensemos sobre as formas como as repúblicas foram instauradas no mundo, sempre de forma truculenta, e muitas vezes contra a vontade da maioria da população, à parte o que contam professores contaminados e vendedores de ideologias. A própria república brasileira nasceu de um golpe militar, e contra os desejos da população que em peso apoiava o então império de Dom Pedro II.
E quanto ao significado de império:"Estado que é comandado por um imperador." Pura e simplesmente, embora em alguns dicionários, desonestos intelectualmente, as definições venham carregadas de adjetivos, como nesta: "O significado mais estreito da palavra império concentraria -se na ideia imposição como forma de expansão.", como se todo sistema imperial fosse uma ditadura sanguinária, exercida por um sujeito gordo comendo uvas e fodendo com todas as mulheres do reino, o que é algo tão falacioso quando as próprias definições de "democracia", "povo", "liberdade".
No Império pode ser democrático? Se perguntar àquele seu professor de história, - aquele, sabe? - Ele dirá que não, pois segundo os conceitos ideológicos dele, o poder não pode estar concentrado nas mãos de indivíduos... Sei, mas e qual é a diferença entre um político eleito por interesses escusos, com um mandato de quatro, seis, oito anos, e de imperador? A diferença é que na "democracia", o poder é dividido entre determinados grupos que dividem entre si os feudos, numa cascata que propicia a corrupção social e moral. Já no Império, esse poder é concentrado em apenas uma pessoa, o que no final das contas é bem mais fácil de ser controlado. E combatido. Na "democracia", trocentos mil políticos criam leis de acordo com os interesses próprios, do grupo pequeno que representam, que muitas vezes divergem entre si, enquanto no império todas as decisões são unilaterais a partir do governante. Na "democracia", no final das contas, ninguém quem fez o que, o que dá margem a "esquecimentos", enquanto no Império, qualquer pessoa sabe quem tomou determinada ação.
Ah, mas dirão aqueles que se opõem a ideia, na "democracia" podemos trocar periodicamente um governante eleito... Sim, pode, é claro, mas não vejo isso da mesma forma que eles, afinal qual é mesmo a vantagem de se trocar a cada quatro, cinco anos um presidente, um prefeito, um senador, em detrimento de se manter no poder alguém que se sabe ficará a vida inteira ali? Não, seu professor de história não sabe, mas eu lhe digo: nenhuma! Ou melhor, existe, sim, uma vantagem, e ela é totalmente a favor da monarquia, e é simples: é bem mais fácil fiscalizar apenas um, ou um grupo bem pequeno e homogênio, do que um grupo bem maior. Seria bem fácil saber o que um Rei pensa, do que quatrocentos políticos.
Enfim, ao contrário da crença popular: sim, a democracia não é perfeita; e não, não é a melhor opção que temos.
E a minha definição política é clara, a despeito da risadinha ignorante de escárnio o seu professor de história comunista: sou um anarco monarquista, por ser bem mais fácil chutar o rabo de um rei e mandar ele reinar na puta que o pariu, do que ficar esperando a próxima, depois a próxima e a outra eleição, e, como disse mestre Saramago: "tirar um governo de quem não se gosta e colocar outro que talvez venha a se gostar." Talvez.

24/09/2018