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30/09/2019

Escritores Precisam Parar de Ler

Escritores Precisam Parar de Ler
Luiz Carlos Cichetto



Sempre fui um bom leitor. Desde garoto lia muito. De histórias em quadrinhos a clássicos brasileiros como Machado e Alencar; de  livros de receitas da Dona Benta aos catecismos do Carlos Zéfiro. Lia de tudo, qualquer coisa que caisse à frente de meus olhos. Lia embalagem de papel higiênico e bula de remédio quando ia ao banheiro cagar; lia embalagem de preservativo antes de foder uma puta e propaganda em revista de mulher pelada. Qualquer coisa eu lia, lia qualquer coisa mesmo. De fichas técnicas em discos, contracapas e orelhas de livros a manuais de instruções de liquidificadores. E até notas fiscais eu lia. Poesia, prosa, prosa em poesia, poesia em prosa, tudo eu lia. Romance, ensaio, biografia, era tudo o que eu queria. Aí comecei a escrever, e então lia mais ainda. Queria ser igual, queria ser melhor que todos os que lia. Augusto, Baudelaire, Charles, Huxley, Orwell eram minha sobremesa, meu café da tarde e meu jantar e meu remédio para dormir, ou ficar acordado. Lia, lia, lia. Lia até a mim mesmo, o que eu escrevia. E as vezes me achava bom, às vezes não. Eu sabia o que queria. E quanto mais eu lia, mais eu escrevia. Agora não sei. Depois de tantos anos, e já se foi meio século nessa brincadeira de ler que me esqueço de ler. Além dos olhos cansados e os braços um tanto curtos para enxergar um livro, há a canseira de alguém que tanto leu, que se esqueceu o que era seu. Não leio mais. Escrevo sem ler. Afinal sou um escritor, e escritores precisam ter tempo para viver.

30/09/2019

29/09/2019

Sem Tetos

Sem Tetos
Barata Cichetto

Há pessoas que moram em casas tão grandes, que ninguém se encontra; e outras em moradias tão pequenas, que ninguém se procura. Há pessoas morando em casas tão imensas, que ninguém se enxerga; e outras habitando em casas tão pequenas, que ninguém se vê. Há pessoas dentro de casas grandes, pessoas dentro de casas pequenas, e até pessoas em casas invisíveis; todas morando em alguma casa, mas ninguém morando em ninguém.

09/11/2018

26/09/2019

Fome

Fome
Barata Cichetto



Eu quero lhe foder, de quatro ou de duas
Patas, e feito uma cadela mijona das ruas.

Eu quero lhe comer, no prato ou na mesa
Posta, e feito jantar de rico com sobremesa.

Eu quero lhe lamber, sem nojo de ser um cão
Sarnento, e feito a um padeiro te fazer de pão.

Eu quero lhe morder, chupar sangue da veia
Jugular, e feito a um vampiro te fazer de ceia.

28/10/2018


25/09/2019

Dieta da Morte

Dieta da Morte®
Barata Cichetto


Diariamente alimento muito bem minha morte,
É preciso que ela esteja saudável, firme e forte,
Para quando eu a enfrentar no combate final,
Esperando que não acabe a luta antes do sinal.

O café da manhã uma caneca de pesadelos,
E um punhado arrancado de meus cabelos,
Seu almoço é o que sobrou da noite anterior,
Com restos da solidão podre do meu interior.

A tarde seu café é servido gelado e amargo,
E um cigarro que por ela mesma não largo.
Depois, o jantar é um prato cheio de ódio,
Que eu engoli a seco, sem soda nem sódio.

Antes de me deitar uma tigela de ideias suicidas,
Temperadas com lágrimas a gosto dos parricidas.
Acordo de madrugada, barriga roncando de fome:
Não sei se é a morte ou se sou eu que não dorme.

25/09/2019

Um Pouco do Que Fiz, Mas o Google Não Diz

Um Pouco do Que Fiz, Mas o Google Não Diz


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- Revist'A Barata - Fanzine (6 Edições) - 2002/2003
- Revista Versus - Fanzine (4 Edições) - 2012/2013
- 1 Livro de Poesia Impresso em Mimeógrafo - 1981
- 14 Livros de Poesia Autoeditados - 2010/2018
- 12 Livros de Ensaio, Crônicas, Contos, Autobiografia - Autoeditados - 2010/2018
- 1 Romance - Amazon Books - 2019
- 2 Livros de Ensaio e Biografia - Amazon Books - 2019
- 3 Romances, 2 Livros de Poesia e 2 de Contos, Inéditos, num total de cerca de 4.000 páginas escritas.

24/09/2019

Putas Não Gostam de Dinheiro

Putas Não Gostam de Dinheiro®
Barata Cichetto


Eu a chamei de puta, e ela disse que não,
- Não sou puta! Gritou batendo na mão.
E depois de chupar-me o pinto uma hora,
Gemeu: - Eu quero dinheiro e quero agora!
Pensei direito, e dei-lhe notas e um cheque;
Ela saiu, comprou novas botas e um leque,
E quando chegou, eu tinha ido ao puteiro:
O meu gosto é por putas, não por dinheiro.

22/09/2019

22/09/2019

Orgasmos Oníricos

Orgasmos Oníricos
Barata Cichetto



Ontem a noite nós transamos em escuridão total
E no escuro qualquer tolo é um amante imortal.

Mas ontem trepamos em silêncio quase criminoso
Porque calado qualquer poeta é um ser libidinoso.

E entre orgasmos oníricos, o silêncio e a escuridão
Ficamos olhando estrelas mudas diante da solidão.

01/07/2015