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10/12/2019

O Filósofo Nosso de Cada Dia

O Filósofo Nosso de Cada Dia
Barata Cichetto



No Brasil aparece um filosofo "genial" todos os dias. A mídia constrói filósofos como se fossem astros do funk ou bonecos de playmobil. O problema é que a imensa maioria deles não é de filósofos - e nem falo em formação de nível superior, pois não é a formação acadêmica que determina -, já que se detém a falar como sociólogos movidos por ideologias políticas. O verdadeiro filósofo não fala do coletivo em relação ao individual, o filósofo real deve tratar do individuo em relação ao um coletivo muito maior que problemas de favelas, cotas, polícia e bandido. Deve o filósofo se preocupar com as vicissitudes da mente e da alma do ser humano, gerador de toda a saúde e enfermidade do mundo. Filósofos a serviço de ideologias políticas de qualquer natureza, não apenas ofendem o sentido da Filosofia, como perdem qualquer respeito às suas ideias. A Filosofia não requer canudo, mas requer isenção política para que seu pensamento possa ser livre. Sem pensamento livre não existe Filosofia, apenas Sociologia barata, corrompida e amorfa.

06/12/2019
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

08/12/2019

Solemnia Soletude

Solemnia Soletude
Barata Cichetto




Não queira saber onde ando, que é lugar estranho,
Tem um cheiro forte de enxofre, amônia e estanho.
Lugar esquisito cheio de poesia e literatura doente,
E onde poetas estão mortos, e nada há de coerente.
Neste lugar as fadas andam de fardas à moda antiga,
E as putas são soldados, e me chamam para a briga.

Não queira saber onde, que estou em lugar nenhum,
Nem dentro de mim existo e nem vou a lugar algum.
E se não vou, não sou e nem estou, o que resta fazer,
Senão ficar escondido até que eu possa te satisfazer?
Estou dentro do teu pensamento feito vontade fatal,
Um lugar estranho, onde a verdade é o vírus mortal.

8/12/2019
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

06/12/2019

Caixa de Pandorga

Caixa de Pandorga
Barata Cichetto




Eu não guardo desejos na caixa de segredos,
Abro a tampa e deixo soltos todos os medos.

Guardo na caixa apenas presentes e balas,
Delícias que não cabem num par de malas.

Nas caixas não há males que não possa suportar,
Somente prazeres, que dos medos podem libertar.

06/12/2019

05/12/2019

Insomnia Solemnia

Insomnia Solemnia
Barata Cichetto



Estou deitado no sofá da sala. É madrugada, e todos dormem, até mesmo quem nesta noite me causa os pensamentos mais confusos. 
Apanho o celular e entro num desses sites de filmes pornôs. Quem sabe toda aquele escancaramento de gente se comendo, de bucetas e bundas, afastem meus pensamentos confusos sobre ela, que dorme.
Pior. Ali todas as mulheres parecem as mesmas. Ou melhor, a mesma. Ela. E todos os caras que as comem se parecem comigo. A diferença é que eles comem, mas eu não. Ela dorme. Eu não. Ela sonha. Eu apenas espero. Com o pau na mão, até um pouco frouxo, de tanto esperar. 
Aquela gemedeira nos pornôs nem me excita. Dão até raiva. Gosto de mulheres que gritam e gemem alto, e nesse momento sou até capaz de imaginar o quão alto seriam os gemidos dela. Mas ela dorme, e eu estou no silêncio total, sem sequer um suspiro que sopre um ar quente e rápido no meu rosto.
Queria dormir, mas só pensar que agora ela dorme, com as pernas seminuas, solitárias e carentes, enquanto também as minhas estão sobre o solitário braço do sofá,  minha mão instintivamente tateia minha cueca e alisa meu pinto.
Liberto, ele se ergue e equilibra buscando o ar. Ele a deseja, sonha tanto quanto eu estar dentro dela. Somos dois solitários. Eu e meu pinto. E ela também, e sua vagina também. Eu e meu pinto pensamos nela e na sua vagina. 
Ah, aquela bundinha magrinha, aqueles peitinhos pequenos, aquele pescoço longo, digo ao meu pinto. Ele se anima, e ficamos um bom tempo trocando fábulas de desejo, e lamentando. 
Eu o seguro pelo pescoço e massageio. Ele quase que sorri.  E depois dorme. Até ele dorme. E eu não. 

04/12/2019

04/12/2019

Breves Reflexões Sobre o Tempo

Breves Reflexões Sobre o Tempo
Barata Cichetto



1  - O Tempo e a Consciência

Eu poderia esperar. Esperar e esperar. Não puxar papo. E esperar que o silêncio fosse quebrado ou morto. Mas as longas noites do meu tempo cobram caro por minha paciência.
Eu poderia parar de olhar, parar de querer saber onde anda, o que faz e o pensa nesse exato momento, mas o tempo me cobra eficiência.
Eu poderia parar de querer, de sonhar, acreditar que um dia possa alguma coisa acontecer, mas o maldito tempo me cobra a tua ausência.
Eu podia me aquietar, parar de olhar no relógio, e achar que ainda é cedo para falar, que nunca é tarde parar esperar, mas o tempo, esse deus cruel, me cobra sua dependência.
Não posso mais esperar. Pela minha impaciência.
Preciso esperar. Em nome da minha consciência.


2  - O Tempo e a Ciência

O tempo é um deus infiel.
O dia e a noite nunca se encontram: um nasce o outro morre: assim como o poeta e a esperança.
O tempo não me seduz, me engana. Sempre me enganou. É um deus matreiro.
Sempre tive o tempo como um inimigo: era rápido quando eu o queria lento, e lento quando o queria rápido, sempre me traindo e me enganando, fazendo sempre a sua, dele, vontade. Um ditador cruel, que agora cobra minha rebeldia contra ele, como uma espécie de anarquista temporal. Não fosse pelo tempo seríamos eternos, porque não conheceríamos e fim. E nunca morre quem não conhece o fim.

04/12/2019
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

02/12/2019

Poesia Líquida (Solemnia)

Poesia Líquida
(Solemnia)
Barata Cichetto




Eu quero a poesia nervosa do meio das tuas pernas finas,
Rimar teus segredos com meus medos, presos nas retinas.
Abraçar tua bunda, lamber tua vagina e esperar teus jatos,
Esquecer o que existe e o que não haverá depois dos fatos.

Quero tua boca grudada, guardada pelas tuas incoerências,
Beber cerveja nos teus lábios, e descobrir tuas indecências.
Escutar um grito que sai de dentro do teu útero libidinoso,
E falar que quero o que preciso e preciso do que é delicioso.

Uma tarde, uma noite, uma manhã, a qualquer tempo do dia,
Correr pelo teu paraíso e escorrer pelos infernos da covardia.
O caminho do desejo é o único a ser perseguido antes do fim,
E não quero ir antes de hoje, não quero morrer antes de mim.

Penso nos teus olhos tristes e imagino tuas lutas sangrentas,
Em si existe um mundo pintado apenas com cores magentas.
Quero tuas cores mais intensas, pintar de laranja a tua fome,
E depois te dar minha poesia líquida, gritando pelo teu nome.

1/12/2019
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados

01/12/2019

O Espelho de Clarice

O Espelho de Clarice
Barata Cichetto



Ela disse que eu era Lispector com um pau,
E respondi: "Ah, mas eu nem sou tão mau."
E se eu fosse eu, disse eu, jamais seria ela:
Eu estaria morto e não pulando pela janela.

Clarice, disse àquela poeta cruel e amarga,
Era vício, cigarro mortal que não se apaga.

A poeta morreu, e foi apenas há um instante,
E se eu fosse eu, eu seria um livro na estante.
Ah, clara Clarice, dos estreitos olhos sem cor,
Serei eu sendo eu, até mesmo quando não for.

Ah, minha rainha imortal de olhares tristes,
Trago em minhas mãos o doce que pedistes.

E eu, poeta menor, de joelhos diante de Clarice,
Insisto no caminho errado dos coelhos de Alice.
Em frente de espelhos, ainda tento em vão chorar,
Pensando que a morte não pode mais me esperar.

19/11/2019
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados.