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17/09/2012

Os Coveiros do Rock


Os Coveiros do Rock
Luiz Carlos Barata Cichetto
Foto: Bell Giraçol - 2009

Acordei com uma caganeira desgraçada... Mas por força da imposição alheia, tenho que falar que acordei com problemas de intestino. Então caguei, ou seja, obrei, defequei. A ditadura do politicamente correto não permite que eu fale, mas como tomei porrada de milico com 15 anos de idade, no auge da ditadura militar eu mando esses bostas tomarem nos seus cus. Enquanto isso, o underground corteja o luxo e o luxo corteja o underground. Não sou de pedra, nem peço desculpas ou peço perdão. Não sou filho de ninguém, apenas um poeta filho-da-puta que acredita em poesia. Poesia é merda! Não sinto falta de deuses, nem de demônios, apenas falta de dinheiro e de reconhecimento do meu esforço de 40 anos escrevendo merdas que ninguém lê. Poesia é merda! Ah, conhece o novo livro do Coelho? A nova musica do Caetano? Ou a nova peça do Chico? Conhece, claro que conhece! Sabe mesmo o que é ser underground? Não sabe. Claro que não! Não brinque de ser pobre. Não tenho absolutamente nada contra ter dinheiro, mas tenho muito contra a hipocrisia e o fingimento. Não tenha inveja dos pobres. Eu não tenho! Bancar o underground morando em cobertura do Leblon ou em Pinheiros é fácil, camaradas. O difícil é ser poeta morando em Guaianases. Ser do contra quando suas contas estão pagas é fácil. Ser revolucionário em rede nacional e internacional social é fácil. Difícil é ser poeta no meio de um trem abarrotado de gente preocupada com o futebol e com igreja. Morar no centro da cidade e posar de excêntrico, usando calças rasgadas e camiseta furada é muito fácil. Difícil é morar na periferia e só ter isso pra vestir. Um dia me disseram, sobre um livrinho meu mimeografado, que não acreditavam em arte pobre e quem disse isso me mandou seu livro impresso em papel couchê. E agora escuto do "Professor", do "Mestre", trinta anos depois quase a mesma coisa. A periferia não conhecia fanzine, conhecia jornazinho mesmo. E eu continuo não fazendo fanzine, continuo fazendo jornalzinho. O "Príncipe" não conhece minha história e eu não conheço a dele. Empatamos, pois. Fui testemunha do incêndio do Joelma. E também do Andrauss. Tinha uma loja de departamentos embaixo.  Não sou andrógino nem caracol, sou Barata. E não rastejo, caminho desse jeito. Não sou técnico em nada, conheço apenas a madrugada. Moro na periferia, mas não defendo nenhuma zona. Nenhum ponto cardeal me consola. Nenhuma zona, nem a de conforto – Essa mesmo que não me conforta. A única zona que conheço bem e defendo é a do meretrício. Não me finjo de artista para comer o coveiro. Não morro e não pago enterro de ninguém. E por falar nisso há muito tempo tinha parado de pensar em morte, mas ultimamente tenho pensado em saltar, em pular, em cortar e em atirar. Atear fogo. Logo, pouca gente irá lembrar, mesmo. A palavra “saudade” foi criada para isso mesmo, para que deixemos ir, deixemos morrer sem sentir culpa. A “saudade” cumpre o papel de consolador e absolvedor das culpas. Não quero um séquito, nenhuma legião de puxassacos nem de chupabolas, apenas respeito e reconhecimento. Ter um trabalho reconhecido por sua qualidade consiste basicamente em duas coisas:  1 - Fazer o que a gente gosta e gostar daquilo que a gente faz - Isso se chama honestidade. 2 - Não deixar a vaidade acima da verdade e da arte - E isso também se chama honestidade. Não brinco de poetar, poesia não é brinquedo. Poesia não é musica e musica nunca será poesia. Música é matemática. Poesia? Poesia é mágica, mate-mágica. Ato mágico de combinar letras e palavras e depois brincar de escorregador com os sentimentos próprios e os alheios. Qualquer poeta é uma criança. Não pela inocência, mas pela ingenuidade. Criança pela crença. Sou também... Mas cansado, doente e triste. Criei muitas coisas. Criei poesias, cachorros, galinhas, esposas e filhos. As poesias estão mortas, os cachorros me morderam e morreram e o resto não lembra de nada. Ao bem a memória é curta, ao mal é eterna. Durante muito tempo tentei matar o poeta, diariamente com doses de morfina, mas o desgraçado não morreu. Infeliz! Agora quero saltar do mundo com ele andando, porque assim a queda pode ser mortal. Quero saltar, pular do mundo sem que ele perceba minha falta, embora saiba que ele nunca perceberá. Filosofia de John Rambo:”Ser dispensável não é não ser convidado para uma festa, mas ser convidado, não ir e ninguém notar sua falta”. Queria mesmo ter estudado algo importante, odontologia, medicina, qualquer coisa que pudesse contribuir para diminuir as dores das pessoas, mas o que fiz foi abraçar uma “ciência” que não causa, mas que mostra às pessoas suas dores. Já que era para ser assim, deveria então ter sido soldado, polícia ou mesmo assassino profissional, ao menos ganharia algum dinheiro e não teria tempo de pensar nas dores do mundo. As Dores do Mundo... Maldito Schopenhauer! Maldito Rock’n’Roll. Ah, poderia ao menos ter sido musico ou cantor, ao menos teria a chance de ser escutado. Ninguém escuta poetas, muito menos ouve estrelas.   Poetas nunca estão na Televisão a não ser quando estão envolvidos em algo dantesco. Não sou poeta. Poetas são aqueles moleques mimados e putinhas recém chegadas de Londres. Os trens da CPTM não carregam poetas, carregam apenas angustias em seus trilhos de aço, movidos por maquinistas automáticos que alertam para descerem pela porta da direita, cuidado com o vão da plataforma. Joguei minha poesia nos trilhos do trem e sorri ao vê-la espatifada e rasgada entre os dormentes. Está morta! Eu a matei!. O Rock também está morto, mas não fui eu quem o matou, mas ele agora apodrece no meio das ruas e os coveiros chegam para enterrá-lo com suas palavras de ordem, seu fanatismo e sua doença. Não acredito mais nas artes, nem nos artistas. Quem matou o Rock? Já foi ao espelho hoje? Minha amiga chilena, cujo pai foi amigo de Neruda, disse que “a poesia não morre, mas o poeta precisa sobreviver.” Sobreviver não é viver e eu não quero sobras, quero inteiro. Ademais, não acredito em ninguém com mais de dez. Sófocles disse que há algo de ameaçador num silêncio prolongado. Acho que qualquer silêncio é muito ameaçador, pois é nele que há a verdade. E o que me resta agora é apenas cortar o cabelo e a barba e depois abrir o gás deixando uma placa do lado de fora da porta: “não acenda fósforos.” O bebê está dormindo, façam silêncio que o Rock está morto! Então que foda-se o Rock e foda-se a Poesia! Vou cagar!

17/09/2012

14/09/2012

Copia Infiel – Ato 2 - Led Zeppelin - Moral e Ética – Parte 1


Copia Infiel – Ato 2 - Led Zeppelin - Moral e Ética – Parte 1
Luiz Carlos "Barata" Cichetto
Imagem: Wikimedia Commons

O Led Zeppelin (1968/1980) não tem uma discografia muito extensa. Em seus pouco mais de 12 anos de existência lançou apenas 10 discos, incluídos uma coletânea e um disco ao vivo. Nesses discos, foram gravadas pouco mais de 80 músicas, sendo que destas, quase 30 (trinta) são consideradas plágio, parcial ou totalmente, sendo que ao longo dos anos a banda e seus integrantes, particularmente James Patrick Page, sendo algo de processos. Uma proporção muito perigosa para uma banda considerada como uma das melhores do Rock de Todos os Tempos. Tecnicamente, um plágio musical é considerado quando há uma sequência de 8 compassos idênticos, mas deixo de lado a questão, por falta de conhecimento na área. Considerarei o histórico e a semelhança entre a original e a “Cópia Infiel”. E é isso que importa, no final. E antes de qualquer coisa, quero avisar que, antes deste artigo ser publicado na Internet foi registrado no Escritório de Direitos Autorais, como todos os outros de minha autoria o são. Nem pense em plagiar! Acaso queira publicar, informe e cite autor e fonte. 

Antes de começar, quero dedicar este parágrafo deste artigo a um idiota.  Normalmente idiotas não merecem um parágrafo, mas este, por ter se dado ao trabalho de escrever uma "Carta Aberta" endereçada a mim estaria num grau mais elevado na escala. Tomei conhecimento da tal carta não porque a tenha recebido, mas por um "Alerta do Google".  Um ser que se auto-explica com uma conclusão de que “seus instintos não tem cérebro”, não mereceria nem ser lido, mas fiquei curioso em saber o que tal ameba pensa... Não que eu preocupe com o que pensam as amebas, mas é que minha mãe me ensinou a respeitar todas as formas de vida. Então, o cidadão começa logo ameaçando, afirmando que escreve não como fã, mas como jornalista, deixando clara sua prepotência, achando que o fato de ter cursado uma faculdade de jornalismo dá a ele o direito de ser dono da verdade, não apenas da sua verdade, mas também da minha. Informação e cultura não se aprende apenas na escola e jornalismo não é ciência. Caras assim não se conformam em perder seu status de dominadores da opinião publica, sentados em cima de seus rabos perfumados em redações de jornais e estúdios de televisão. Não se conformam com o fato de não dependermos mais apenas deles para nos informar e formar nossas próprias opiniões.  Até comecei a ler com respeito a opinião escrita no blog dele, mas quando li a frase: "E, como se trata de um texto seu, é claro que também está errado." Simplesmente desisti. Afinal, é apenas um cidadão que sequer coloca seu nome verdadeiro no blog e publica também uma Carta Aberta a ele mesmo, claro, com elogios rasgados à sua própria pessoa... Não sei, mas tenho a impressão que gastei um bom tempo dando atenção... a uma ameba vaidosa. Mas é que minha mãe... Ah, mãe! Pô!

Acredito que o leitor de cabeça aberta, com o cérebro não carcomido pela influência nefasta daqueles que ditam o pensar alheio, saberá entender que o que estou colocando neste e nos outros artigos é a minha opinião pessoal. E antes também que olhem o texto da minha biografia, onde falo que cresci escutando Led Zeppelin e que portanto estaria sendo incoerente, deixo claro uma coisa: sim, cresci escutando Led e até hoje ainda escuto. Comprei todos os discos, boa parte deles no momento em que saíram. Escutei centenas, milhares de vezes todas as musicas, procurei suas referencias musicais, artísticas e intelectuais, assisti dezenas de vezes o filme "The Songs Remains The Same". Além disso, o eremita (aquilo é um eremita, não um mago nem um bruxo, por favor) se transformou num símbolo esotérico forte para mim. E por fim, Led Zeppelin foi a única banda que usei em uma camiseta. E ainda no ano de 2012, escrevi um texto para a edição de um livro sobre a banda, escrito pelo psicoterapeuta, musico e escritor Amyr Cantusio Jr.

E esses fatos e argumentos me dão o direito de falar de Led Zeppelin da forma que eu quiser.  Como, aliás, a qualquer pessoa cabe o direito de falar sobre figuras publicas. Artistas não são deuses, música não é religião. Fanatismo é idiotice. E os nossos ídolos podem e devem ser cobrados, questionados, pilheriados. E até mesmo chamados de chatos, feios e bobos se quisermos. Para a maioria nunca deixarão de ser ídolos intocáveis, vacas sagradas, mas aqueles que ainda têm seu cérebro operando acima do necessário de cumprir as funções vitais como comer e beber entenderão o que falo. É preciso, portanto deixar o fanatismo de lado momentaneamente e enxergar meus de duas formas. Em primeiro lugar, o fato de apontar defeitos em um artista não quer dizer que eu o acho um bosta (em alguns casos acho mesmo), mas simplesmente o que faço é apontar as falhas e as divergências entre a obra e o artista (não, não sejam tolos, o artista e a obra são uma coisa só, e é isso o que difere o gênio da fraude, ou simplesmente do ser comum). Em segundo lugar, quando uso fatos para compor minha análise é com base em pesquisas, em noticias que foram divulgadas por vários meios de comunicação. Não invento nada. Se as fontes estavam corretas ou não, ai é outra questão. Como por exemplo, história do Kiss ser ou não uma resposta americana ao Secos e Molhados, na época foi matéria de jornal e está presente nas falas dos integrantes da banda brasileira e em muitos sites. Claro que a versão oficial dada por Gene Simmons, jamais irá confirmar isso e ninguém terá como provar nem uma nem a outra versão. 

Esclarecidas certas questões importantes, que, aliás, eu duvido que a maioria esteja lendo, pois irão direto a lista de musicas... Ou nem isso, irão pegar o titulo, a chamada da matéria e descer a lenha, fazendo associações esdrúxulas e partindo para a ofensa pessoal, espero poder agora tranquilamente dissertar sobre o assunto a que me propus: os plágios do Led Zeppelin. Pouco me importa se irão concordar e usar a educação que seus berços lhes proporcionou, o que importa é que estou exercendo meu sagrado direito à opinião e principalmente o direito de pensamento e de ação, da forma que minhas experiências me conduzem. Não há vacas sagradas e eu não contemplo o oceano com seus cardumes de peixes, contemplo as ondas, agitadas e perigosas que arrebentam na praia. 


Cópias Infiéis – Parte 1
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: - Bert Jansch:
Herbert Jansch, conhecido por Bert Jansch, foi um músico escocês, ex-integrante da banda Pentangle, morto em 2011 aos 67 anos. Lendário compositor e guitarrista, largamente reconhecido como um dos músicos mais influentes de todos os tempos. Em entrevista ao jornal britânico "The Guardian", Jimmy Page lembrou ser "absolutamente obcecado por Bert Jansch".  

*  "Blackwater Side" (Faixa 7 do disco "Jack Orion" - 1966) 
> "Black Mountain Side" (Faixa 2/Lado B do Disco "Led Zeppelin" - 1969) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page"

* "Go Your Way My Love" (Faixa 1 de "Nicola" - 1967)
> "Going To California" (Faixa 3/Lado B de "Led Zeppelin" (4) – 1971) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page/Plant".

* "The Waggoner's Lad" (Faixa 1 do disco "Jack Orion" - 1966) 
> "Bron-Y-Aur Stomp" (Faixa 4/Lado B de "Led Zeppelin III"  - 1970 - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Jones, Page, Plant"
(Sobre esta música: Robert Plant declarou: "'Bron-Yr-Aur' foi um lugar fantástico no meio do nada, sem instalações, etc e era incrível o que poderíamos fazer naquele ambiente. (...). Jimmy estava ouvindo Davey Graham e Bert Jansch e estava experimentando com afinações diferentes.")

Comentário: A declaração de Page a respeito de Jansch feita por ocasião de sua morte em 2011: "Eu estava absolutamente obcecado por Bert Jansch Quando ouvi pela primeira vez que seu primeiro LP em 1965, eu não podia acreditar que ele estava tão à frente do que todo mundo estava fazendo. Ninguém. na América poderia tocar isso. ". Disse tudo isso, mas devolver a autoria das musicas surrupiadas, que rendeu e rende a ele e seus companheiros de banda muita grana, isso parece que não faz parte da reverência.
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: - Blind Willie Johnson:
"Blind" Willie Johnson nasceu em 1897 e morreu em 1945, no Texas. Foi um cantor e guitarrista afro-americano. A despeito de suas letras serem de cunho religioso, sua a música ultrapassou a barreira do gênero. Johnson era cego.

* "It's Nobody's Fault But Mine" (Disco de 78 RPM Gravado em 1927)
> "Nobody's Fault But Mine" (Faixa 1/Lado B de "Presence" - 1976) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page/Plant".
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: - Bobby Parker:
Bobby Parker nascido em 1937 em Lafayette, Louisiana é um guitarrista de Blues-Rock

* "Watch Your Step" (Compacto Simples de 1961)
> "Moby Dick" (Faixa 4/Lado B de "Led Zeppelin II" - 1969) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Bonham, Jones, Page"

Comentário: A história é que os músicos do LZ afirmam que a música de Parker teria sido a "inspiração" para "Moby Dick", tendo isso até mesmo gerado um contrato do bluesman com a Atlantic Records. Mas uma audição da musica original (que tem letra), principalmente da primeira parte, demonstra que é muito mais que isso. E a referencia a isso continua sendo ignorada.
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: -  Bukka White
Nascido Booker T. Washington White em 1909  e morto em 1977 foi um cantor e guitarrista de Blues. "Bukka" não era um apelido, mas um erro de grafia de seu nome cometido pela gravadora Vocalion Records. Booker era primo de B.B.King. "Shake 'Em On Down" foi gravada em 1937 quando ele estava preso cumprindo pena por assalto.

* "Shake 'Em On Down" (Lado B de Compacto Simples - 1937)
> "Hats Off To (Roy) Harper" (Faixa 5/Lado B de "Led Zeppelin III" - 1970) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Charles Obscure"

Comentário: Segundo a informação oficial "Charles Obscure", era um pseudônimo “humorístico” de Page. A "versão" do humorista Page mistura trechos de vários blues tradicionais, sendo que a musica de White tem o maior numero de "pedaços" usados. E foi Bukka quem foi preso por assalto... 
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: -  Howlin' Wolf
Chester Arthur Burnett (1910/1976), mais conhecido como Howlin' Wolf, cantor, compositor e guitarrista de blues. Um dos mais significativos cantores de blues de Chicago. Juntamente com, Sonny Boy Williamson II e Muddy Waters são citados como os maiores músicos de blues do mundo. O Led Zeppelin tocou "Killing Floor" ao vivo em 1968, sendo que em algumas apresentações iniciais Robert Plant anunciou a canção como "Killing Floor" e as primeiras prensagens do disco na Inglaterra ainda tinham esse nome. Após a ação legal impetrada pela editora Howlin 'Wolf, seu nome foi acrescentado aos créditos. A "versão" do Led Zeppelin tem em um ritmo mais lento e com palavras diferentes na letra, que é de fato de uma outra música, "Squeeze My Lemon" de Robert Johnson, que este também teria roubado da música "She Squeezed My Lemon" de Art McKay. Em algumas edições do álbum do Led Zeppelin a musica aparece como "Killing Floor".

* "Killing Floor" (Compacto - 1964)
> "The Lemon Song" (Faixa 3/Lado A de "Led Zeppelin II" - 1969) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Bonham, Jones, Page, Plant" (Posteriormente acrescentado o nome de Howlin' Wolf).
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: -  Perry Bradford e Little Richard 
Perry Bradford (1893/1970 foi um compositor norte-americano que em 1920 compôs "Keep A-Knockin' (But You Can't Come In)". A musica foi gravada por inúmeros cantores e naquela década e nas posteriores fez muito sucesso. Em 1957, Little Richard, considerado um dos pais (ou uma das mães) do Rock, gravou a versão que foi a base completa, principalmente na introdução, de um dos maiores "hits" do Led Zeppelin: "Rock'n'Roll". Na gravação de Richard, o baterista era Charles Connor, e a introdução de bateria foi também copiada por Earl Palmer na gravação de "Somethin' Else" por Eddie Cochran, antes da gravação do Led Zeppelin. 

* "Keep A Knockin'" (Lado A de Compacto -1957)
> "Rock And Roll" (Faixa 2/Lado A de "Led Zeppelin" (4) - 1971) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page, Plant, Jones e John Bonham"
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: -  Memphis Minnie
Memphis Minnie (1897/1973) Cantora e compositora americana de blues. Nascida Lizzie Douglas em Argel, Louisiana, Minnie foi uma pioneira das guitarristas e um dos músicos de blues mais influentes  de todos os tempos.  Em 1980, foi incluida no "The Blues Foundation's Hall of Fame". Mas, o fato é que ela lembrada atualmente "por ter escrito uma música chamada "When the Levee Breaks", que, com letra e melodia ligeiramente alteradas".

* "When The Levee Breaks" (Gravação de Memphis Minnie e Kansas Joe McCoy - 1929)
> "When The Levee Breaks" (Faixa 4/Lado 2 de "Led Zeppelin" (4) - 1971) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page, Plant, Jones, Bonham e Memphis Minnie".

Comentário: Pegar uma musica que já existe e foi gravada há mais de quarenta anos, mexer em alguns detalhes e depois colocar seu nome e de três amigos seus como co-autores da música pode não ser tecnicamente plágio, mas é no mínimo uma absoluta e total cara de pau aliada ao desejo de faturar em cima de algo que realmente não compôs. É o mesmo que um camarada pegar um livro, alterar alguns parágrafos e colocar a venda com o mesmo nome e incluindo seu nome como co-autor... Ética? 
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: -  Ritchie Valens
Ricardo Esteban Valenzuela Reyes, (1941/1959), descendente de mexicanos, nascido em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos. Seu grande sucesso foi a canção "La Bamba", que mais tarde nomearia um filme sobre sua curta vida, terminada num acidente de avião no auge da fama.

O título da musica gravada pelo Led Zeppelin era "Sloppy Drunk", mas já era uma musica de Leroy Carr. No disco a musica foi creditada a "Page/Plant/Jones/Bonham/Ian Stewart/Mrs. Valens". "Mrs. Valens" seria a mãe de Ritchie. A Kemo Music, processou o Led Zeppelin e foi feito um acordo fora dos tribunais. A explicação de Page: "O que tentei fazer foi dar crédito à mãe de Ritchie (Valens), porque ouvi dizer que ela nunca recebeu quaisquer royalties de qualquer um dos sucessos de seu filho, e Robert (Plant) fez inclinar-se sobre aquela letra um pouco. Então o que acontece? Eles tentaram nos processar por toda a música!". 

* "Ooh! My Head" (Faixa 6 do Disco "Ritchie Valens" - 1958)
> "Boogie With Stu" (Faixa 3/Lado 4 de "Physical Graffiti" - 1975) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page/Plant/Jones/Bonham/Ian Stewart/Mrs. Valens"

Comentário: Uma ironia no mundo das cópias: o baterista que gravou o disco de Valens em 1958 era Earl Palmer, aquele que copiou a introdução de "Keep A-Knockin". Uma outra "coincidência: nos créditos do disco consta: "Roy Harper - Fotografia". Decerto que não era o cantor americano que foi homenageado em outra surrupiação,  "Hats Off To (Roy) Harper" . É apenas um homônimo, ou o fotógrafo da belíssima capa do disco é também um plágio. Ian Stewart, "road manager" dos Rolling Stones' que tocou piano na música e que, graças a isso creditado como co-autor da musica. Quanto à explicação de Page: grande e nobre senhor, preocupado com as senhoras mães de músicos mortos desamparados. Pegam a musica do filho dela, mudam alguns detalhes, gravam e ganham dinheiro com ela e a "megera" não reconhece que ele está lhe fazendo um favor. Ah, James Patrick, me poupa, né?! Mas... E ainda existe o "mas" ... "Ooh My Head" é uma cópia de 'Ooh My Soul' de Little Richard, lançada no mesmo ano de 1958...
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: -  Robert Johnson
Robert Leroy Johnson (1911 ou 1909 ou 1912 / 1938). Nascido no Mississipi, é considerado um dos músicos mais importantes e influentes do Blues. Gravou apenas 29 músicas ente 1936 e 37.  Seu incrível talento como músico e compositor ensejou mitos e lendas, como o de ter feito pacto com o Demônio em troca de virtuosismo.  Segundo uma dessas lendas, alimentada por algumas de suas letras e também pelo cinema no filme de 1986 "Crossroads", Robert Johnson teria feito o pacto na encruzilhada das rodovias 61 e 49 em Clarksdale, Mississipi, quando o Diabo teria pego seu violão e afinado um tom abaixo, devolvendo para Johnson que o tocou virtuosamente a partir de então. Uma biografia envolta em lendas e mitos como a própria morte. Histórias que dão conta que Johnson teria morrido após ser envenenado com Whisky misturado com estricnina pelo dono do bar "Tree Forks" onde ele tocava, enciumado por ele ter cantado sua mulher. Em outras versões, ele teria se recuperado desse envenenamento e morrido em seguida por pneumonia. Outras ainda que teria sido morto por arma de fogo ou de sífilis, mas a mais sensacional conta que ele teria saído desesperadamente do bar "Tree Forks", sendo perseguido por cães pretos, tendo sido encontrado com marcas de mordidas, cortes em forma de cruz no rosto, com o violão intacto ao lado do corpo ensanguentado. Segundo essa versão, Johnson morreu de olhos abertos e uma expressão tranquila no rosto. Em seu certificado de óbito consta apenas "No Doctor" (Sem Médico) como causa da morte.

"Travelling Riverside Blues" aparece em alguns lugares com o nome de "Mudbone" ou "Mud Bone" e é uma canção de blues composta e gravada pelo bluesman Robert Johnson. 

* "Travelling Riverside Blues" (LP "King of the Delta Blues Singers" - 1961)
> "Travelling Riverside Blues" (Originalmente gravado no BBC Studios em Junho de 1969. Posteriormente lançada em “single” em 1990. Em 93 foi incluído em "Coda" - Edição em CD)

Comentário: O mesmo de "When The Levee Breaks". Pegar uma música pronta, gravada anteriormente e modificar pequenos detalhes não dá o direito de se arvorar como co-autor da mesma. Se assim fosse, cantores como Joe Coker, especializado em gravar musicas de outros compositores com arranjos diferentes, que muitas vezes modifica totalmente o andamento e o ritmo da musica, poderiam colocar em todas essas "versões" seu nome como co-autor. 
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: -  Willie Dixon
Willie Dixon (1915/1992). Baixista, cantor, compositor e produtor musical norte-americano. Um dos nomes mais importantes do Blues e referencia constante de muitos músicos do Rock. Suas músicas foram interpretadas por artistas como Bob Dylan, Rolling Stones, The Doors, The Allman Brothers Band, Grateful Dead e Megadeth. E pelo Led Zeppelin. Dixon foi lutador de Boxe na adolescência, chegando a ganhar um campeonato no esporte em 1937, aos 22 anos de idade.

* "Bring It On Home" (Sonny Boy Williamson - 1963)
> "Bring It On Home" (Faixa 5/Lado B do Disco "Led Zeppelin II" - 1969) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "Page, Plant".

O Led Zeppelin gravou uma versão da música para o seu álbum “Led Zeppelin II” usando uma parte como "uma homenagem a  Sonny Boy Williamson”. A Dixon, entretanto não foi dado nenhum crédito. Em 1972,  a Arc Music, braço editorial da Chess Records, entrou com um processo por violação de direitos autorais. Mais uma vez, o caso foi resolvido fora do tribunal por uma quantia não revelada. Em uma entrevista em 1977, Page comentou: "Há apenas umas poucas tomadas a partir da versão Sonny Boy Williamson e nós jogamos como um tributo a ele. As pessoas dizem que 'Bring It On Home' é roubada, mas, bem, há apenas um pouco na canção que diz respeito a qualquer coisa que tinha sido antes, apenas o fim."

Nota: Há uma outra música: "Bring It On Home to Me" escrita e gravada pelo compositor e cantor de R&B Sam Cooke em 1962, que foi gravada por dezenas de cantores como John Lennon, Sony & Cher, Van Morrison, Eddie Floyd e Lou Rawls. Na Internet existem textos que confundem as duas músicas, mas elas não tem nada em comum, a não ser parte do título e de terem sido feitas mais ou menos na mesma época.

* "You Need Love" (Muddy Waters - 1962)
> "Whole Lotta Love" (Faixa 1/Lado A do Disco "Led Zeppelin II" - 1969) - Autoria Expressa em Disco do Led Zeppelin: "John Bonham, Willie Dixon, John Paul Jones, Jimmy Page, Robert Plant"

Composta por Willie Dixon especialmente para Muddy Waters, "You Need Love" foi gravada em 1962. Em 1966, a banda britânica "The Small Faces" gravou a canção como "You Need Lovin'" para seu LP de estréia homônimo, com a letra bem modificada. A "versão" gravada pelo Led Zeppelin é uma espécie de híbrido das duas, sendo que a música se parece muito mais com a do The Small Faces e a letra com a original de Dixon. Ao analisarmos as duas letras, percebemos claramente que foram trocadas algumas palavras, sendo que até a própria rima é a mesma na maior parte dos versos. Ademais, até a forma de cantar de Plant nessa gravação é extramente calcada na de Steve Marriott. As semelhanças com"You Need Love" levaria a uma ação judicial de Dixon contra o Led Zeppelin em 1985, também resolvida fora do tribunal em favor de Dixon. Os "compositores" do The Small Faces nunca foram processados, apesar de "You Need Love" apresentar créditos apenas Ronnie Lane e Steve Marriott.

Sobre esta música, Robert Plant declarou: "Eu só pensei, 'bem, o que é que eu vou cantar?' (...). Na época, havia um monte de conversa sobre o que fazer. Foi decidido que era tão distante no tempo e influência que ... bem, você só é pego quando é bem sucedido. Esse é o jogo."

Em algumas das músicas de Willie Dixon gravadas pelo Zeppelin, entretanto, existem referencias corretas ao autor, nos discos, como nos casos de: "I Can't Quit You Baby" e "You Shook Me" (I). Há informações que mais tarde, após brigas na justiça e acordos, Dixon se tornou amigo da banda. De qualquer forma, há informações de que o próprio Willie Dixon, também teria copiado e registrado em seu nome muitas musicas de domínio público. 

Comentário: Haja muleta para tanto aleijado.

And... To Be Continued...

04/09/2012

O Rock Está Morto


O Rock Está Morto
Luiz Carlos Barata Cichetto

Confesso que superestimei os leitores do Whiplash! Quando elaborei e publiquei minhas listas de superestimados da musica e uma matéria sobre os plágios de Raul Seixas, claro que sabia que muita gente iria discordar, retrucar, espernear. Mas, sempre tive comigo que roqueiros são pessoas bem informadas, que tem um certo nível cultural e portanto reagiriam ao texto. Mas não da forma como aconteceu.  Quando da publicação da primeira lista, com nomes brasileiros, comecei a responder um a um os comentários postados, no intuito de ser participativo, interativo. Tenho por conduta dar uma resposta de acordo com o tom da pergunta e, portanto, aqueles que reagiram com humor foram tratados com humor, os que retrucaram com inteligência, mesmo discordando, também assim foram tratados. Mas os que partiram para a ofensa pessoal, esses também tiveram suas respostas à altura. Enfim, não agredi sem antes ser agredido.

O tom do meu texto era apaixonado, como todos os meus textos o são. Não sou repórter, portanto meu objetivo não é o de apenas noticiar fatos, mas sim de posse deles e da minha sensibilidade a eles, interpretá-los, juntando a isso minha experiência com relação a esses fatos. Quase que integramente, os artistas citados eu escutei durante décadas, tinha muitos discos, fui a shows e etc. Muitos fizeram parte da minha adolescência e alguns fazem parte do meu cotidiano até os dias de hoje. Escuto ou escutei esses artistas durante cerca de quarenta anos, comprei discos e em determinados momentos também os coloquei na posição de gênios. Tenho, portanto, uma base de informação musical que, estou certo a imensa maioria deles não tem. Não fui criado escutando musica em computador, cresci escutando bons discos de vinil. Minha informação musical não é restrita ao mundo da Internet, embora eu esteja dentro dela muito antes também de boa parte dos meus atacantes terem nascido. Aliás, escutei mais musica que todos esses juntos, podem ter certeza. E em discos comprados com dinheiro do meu trabalho. Não conheço apenas duas ou três das mais conhecidas dos ídolos do Rock, escutadas em alguma rádio descolada, ou em MP3 baixado de graça na Internet.

Não sou dono de nenhuma verdade a não ser a minha. Não existem verdades coletivas. A única verdade é a pessoal. E foi essa verdade que expus em meus artigos, de forma veemente e clara. Não busquei nem abordei nenhum aspecto técnico musical por não ter tal conhecimento. E não era esse o ponto. O ponto principal, que pouquíssima gente entendeu, foi o de tentar mostrar às pessoas que mesmo ídolos cometem erros, que não são perfeitos. E que eu tenho o direito de não achar bom um cantor, um artista que é aclamado pela maioria. Todos têm esse direito. Um direito que todos têm sim, mas que a maioria prefere não usar, deixando que o senso comum prevaleça sobre o senso crítico, que a imposição dos donos do poder seja aceita como verdade. A verdade deles. Enfim, o mote principal dos meus textos é: não pense com a cabeça alheia, pense com a sua. 

Mas o que realmente me deixou pasmo e indignado foi o tom empregado pelos que não concordaram comigo. Ataques pessoais, ofensas, palavrões, em sua imensa maioria com erros básicos de português, denotando que cultura e inteligência realmente não é seu forte. Chegaram ao ponto até de mandar e-mails, ligar para meu telefone com ofensas e ameaças e ofender o trabalho de um amigo e parceiro musical deixando mensagens ofensivas a quem não tem nada com a história. Como se, quando eu "ofendi" seus ídolos, estivesse ofendo pessoalmente a cada um deles. Se usei dados da vida pessoal dos artistas citados era no intuito de traçar um perfil dos mesmos, mostrando a incoerência entre a vida e o trabalho, que é, afinal de contas a obra de uma pessoa. Explicando melhor: uma pessoa não é boa, genial, fantástica apenas porque canta bem ou é bonito. Não é uma deidade porque escreve letras boas ou toca bem um instrumento, pois junto a tudo isso há de existir o seu próprio exemplo como pessoa. Se, por exemplo, eu me senti traído por John Lennon ao saber que ele pregava a pobreza e vivia na riqueza é porque um "idolo" tem que ter responsabilidade para com seus seguidores. O fato é que essas pessoas, que pedem respeito a seus ídolos, agem da mesmíssima forma que todos os fanáticos religiosos por seus deuses e dogmas. E queimam em fogueiras burras aqueles que dizem que o rei está nu. E enfim, eu tenho sim, o direito de berrar minhas verdades num espaço que me foi colocado a disposição por seu dono, como é o caso do Whiplash. Não quer saber? É simples, não clique, não leia. Ou se o fizer e não concordar diga isso, mas não ofendendo pessoalmente a quem não o fez. 

Uma anotação final: as pessoas, a maioria desses que me ofenderam no Whiplash, reclama que não acontece nada de novo dentro do Rock, mas publiquei inúmeros artigos falando e mostrando o trabalho de bandas e artistas desconhecidos com ótimos trabalhos e a audiência e os comentários foram praticamente nulos. Conheço músicos com trabalhos de décadas nas costas que sequer são lembrados ou reconhecidos. Seus shows, os poucos que conseguem, estão sempre vazios, enquanto essas pessoas, - são as mesmas não tenho duvida - pagam fortunas para assistir apresentações desses monstros sagrados que tanto eles defendem. E que deles se alimentam.

Realmente superestimei a inteligência dos leitores do Whiplash e quebrei a cara. E a conclusão: o Rock como espírito e atitude não errou. Está morto! Os fanáticos o mataram. Pobre Rock, que em sua origem pressupunha exatamente o oposto. Descanse em Paz, meu velho!

E quem sabe eu não faça mais uma lista: a dos 1.111 Suprassumos dos Superestimados leitores do Whiplash.

23/08/2012

O Suprassumo do Superestimado - Minha Lista dos 11 Mais (ou Menos?) – Parte II - Internacional


O Suprassumo do Superestimado
Minha Lista dos 11 Mais (ou Menos?) – Parte II - Internacional
Luiz Carlos Barata Cichetto

Quando, há alguns dias atrás publiquei minha primeira lista, com nomes brasileiros daqueles que considero como superestimados, ela gerou certa polêmica, mas fiquei espantado até pois acreditei que ela seria bem maior, por eu estar tocando em gente "sagrada". O que representa a pequena repercussão de uma lista nascida para ser polêmica?  Mas o fato da lista não ter causando, digamos, tanto impacto, pode representar duas coisas: realmente existe mais gente com percepção clara da realidade e com bom gosto que supunha minha vã filosofia, ou o contrario. Ou seja, tem muito mais gente alienada e massificada que sequer se dispõe a ler algo que fala “mal” dos seus ídolos. Uma terceira hipótese, remota acredito, é que listas não causem interesse. O que sinceramente, não acredito. As pessoas adoram listas de alguma coisa.

Não que eu queira necessariamente causar polêmica. Não causo polêmicas, sou a própria, por minha natureza sou assim, por minha história sou assim. E ser assim, atualmente, numa sociedade totalmente perdida em vidas vazias, totalmente desprovida de bom-senso, dominada por um falso conceito de bondade e humanismo e que busca insanamente atitudes hipócritas que não condizem com o que fazem, é um tanto perigoso. Pensar tornou-se um ato perigoso! 

Mas, pouco importa o que a manada finge que pensa enquanto se encaminha ao matadouro, quero apenas mostrar com minhas listas que podemos, sim, pensar, que pensar não dói. Pensar com nossas próprias cabeças. O poder da mídia é muito maior que qualquer militar poderia sonhar, seu poder bélico, de dominação é infinitamente maior. Dominadas pela mídia e pelas igrejas, simplesmente os seres humanos deixaram de ser indivíduos e se transformam rapidamente em massa disforme, inócua e inodora. Carne moída em uma engrenagem que esmaga, tritura, homogeneíza, e que, transforma em pasta é vendidas nos açougues do Paraíso... Ou do Inferno.

Conforme coloquei na anterior, não desejo influenciar ninguém, muito menos mostrar que sou “do contra”, e ela não segue nenhuma ordem de preferência e é também seguida por um disco com a indicação "Suprassumo do Superestimado", que ninguém deve, em hipótese alguma escutar. 


1 - John Lennon - De todos o mais superestimado. Até o momento de sua morte eu também o considerava um gênio, o grande estandarte da paz. Fiquei chocado com sua morte, mas aí começaram aparecer fatos e comecei a analisar a trajetória desse "ídolo". Primeiramente, John era um musico apenas razoável. Era digamos, o rebelde necessário ao contraponto da musicalidade fina de Paul e George. E com relação a questão pregar/ser o que prega: Lennon pregava que as pessoas deveriam viver com menos posses, pois apenas assim existiria a paz e a "Irmandade dos Homens", mas vivia no prédio mais caro de New York e inclusive tinha um apartamento no mesmo prédio, o Dakota, apenas para guardar casacos de pele (sim, de pele. Logo ele um pacifista)...  Num determinado momento cantou que não acreditava em nada, que Deus era apenas um conceito sob o qual mediamos nossas dores. Depois gravou uma canção de Natal e encheu o bolso de dinheiro. John se dizia magnânimo e pacifista, mas não deixava de declarar guerra ao ex-amigo Paul. Noticias e declarações bem mais recentes da própria Yoko e dos filhos, dão conta que ele era um péssimo pai e marido, inclusive dado a espancar os filhos. Enfim, a coerência entre a vida e a obra de um artista o transforma em gênio... Ou numa grande fraude.
Suprassumo do Superestimado: Wedding Album (1969). O LP tinha apenas duas faixas: "John & Yoko" e "Amsterdam" , ambas ocupando um lado inteiro. De fato deveria ser apenas um album de casamento, entregue apenas a convidados ao mesmo, pois assim teria poupado o mundo de uma bobagem tão imensa!


2 - Yoko Ono - Em realidade só é conhecida por ter sido a mulher e atual viúva Lennon. Filha de um dos homens mais ricos do Japão, Yoko foi para os Estados Unidos, alugou uma Galeria de arte onde escreveu "Sim" no teto e colocou uma escada para que isso pudesse ser lido. John Lennon subiu na escada e a partir dai o mundo foi "obrigado" a engolir a "arte" de sua esposa. Uma "arte" feita de berros sem sentido travestido de "grito primal", enfiados goela abaixo dos incautos que queriam escutar o novo disco do ex-Beatle. Além disso, não privou o mundo de sua nudez horrorosa postada até em capas de discos. Mas, não negando o sangue paterno, Yoko era uma mulher de negócios e conseguiu elevar seu ínfimo talento artístico à categoria de obra de arte. Cara, diga-se de passagem. Um brinquedo japonês, caro e defeituoso.
Suprassumo do Superestimado: Fly (1971). Coloquei esse, mas estenda a lista a todos os quase 20 discos gravados por ela. Sem maiores comentários.


3 - Ritchie Blackmore - Tirando suas esquisitices e seu egocentrismo exacerbado, o sempre dono da bola por todos os campos em que atuou, Mr. Blackmore consegue ser um dos campeões de qualquer listagem de superestimados. Ah, sim, é um bom guitarrista, um bom musico. E parou por ai. Ninguém, absolutamente ninguém consegue trabalhar com ele sem arranjar atritos. Até mesmo Dio, dono de uma paciência quase que santa aguentou. Mas na questão que nos interessa nesta lista: Ritchie Blackmore era também um copiador, um plagiador. "Black Knight" é um plágio descarado de "(We Ain't Got) Nothing Yet" da banda Blues Magoos. Não se trata de um ou outro "riff", mas da musica inteira, até com o corinho "ôôôôôôôôôô". Inúmeras são as "chupadas" de Mr. Ritchie, mas não é apenas por tal razão que o aponto como Superestimado. Como se não bastasse, ele foi responsável pela saída de Ian Gillan do Deep Purple, quando este ainda cantava, e por colocar em seu lugar o eterno garoto propaganda de xampu e creme dental, David Coverdale. Segundo uma entrevista dada pela Joan Jett recentemente, ele é isso mesmo, uma coceira ("ritchie" é uma giria para coceira). Enfim, Blackmore é de um ego gigantesco, como todos os superestimados o são.
Suprassumo do Superestimado: Stranger in Us All (1995). É de uma ruindade sem precedentes, com o Sr. Coceira parecendo mais uma frigideira do que um guitarrista e ainda com mais uma de suas descobertas geniais de vocalista: Doogie White.


4 - David Coverdale - Inicialmente apenas mais uma criação esquisita do Sr. Coceira, David Coverdale foi escolhido por ele, que já tinha defenestrado Rod Evans em favor de Ian Gillan e agora tinha o dom de escolher esse ex-balconista como seu substituto. Coverdale não cantava porra nenhuma, era apenas um "frontman" bonitinho, com uma bela dentadura e cabelos encaracolados, bem ao gosto dos produtores e do publico feminino. Quem segurava os vocais era Glenn Hughes, fato que pode ser comprovado nos vídeos dos shows, quando se percebe que quando uma musica exige voz, quem canta é o Glenn. Não contente, depois de fazer o nome em uma das bandas mais famosas da época Mr. Colgate fundou o Whitenaske, uma das bandas mais pomposas e chatas da História do Rock, responsável por levar o gênero ao nível de artigo de tocador e de trilha sonora de cigarros. Sua voz até que melhorou um pouco (ou será que arrumaram algum produtor melhor), mas os seus cabelos... Atualmente, aos sessenta anos, o Sr. Sorriso de Cabeleireiro ainda desfila sua dentição perfeita (dentadura?) e continua achando que é cantor de Rock... Ah, meu São Dio, nos proteja!
Suprassumo do Superestimado: Snakebite (1978) - É o primeiro do Whitesnake. Então e portanto uma boa forma de saber o que não se deve ouvir na sequencia. O Ministério da Saúde informa: Consulte seu dentista regularmente após escutar qualquer disco de David Coverdale.


5 - Ian Gillan - Até 1973 no Deep Purple Ian Gillan era um dos maiores cantores do Rock que o mundo conhecera. Mas o Sr. Coceira o colocou para fora da banda. Teria ele sido amaldiçoado por ter feito o papel de Jesus Cristo em "Jesus Christ Superstar"?  Ou será que esse neto de cantor de Opera estourou a garganta?  Entre esse período e dez anos após quando gravou com o Black Sabbath o disco "Born Again", Mr Gillan perambulou com sua banda Ian Gillan Band, sempre à sombra do Deep Purple. Seus cabelos ainda eram os mesmos... (Opa, cabelos está inserido no tópico errado), mas a sua voz... Durante um determinado tempo, se aposentou do mundo da música e começou a perseguir outras oportunidades de negócios, como uma empresa de fabricação de motos e um hotel, que culminaram em retumbante fracasso.  E Gillan retornou ao Deep Purple, tomou a liderança da banda, cortou os cabelos... Mas cantar mesmo que é bom... Sua voz simplesmente sumiu. Acabou. E até hoje ele fica por ai, arrastando uma banda moribunda, principalmente pelas esquinas do Brasil, onde é figura constante em programas de pseudo-entrevistas, arrebatando um grande numero de massificados que pagam os olhos da cara para escutar um cantor que há mais de vinte anos esqueceu a voz na gaveta. Um conselho a Ian Gillan: volte a fabricar motos!
Suprassumo do Superestimado: Bananas (2003) - Sem contar o mau gosto da capa e do titulo em si, é uma prova material do titulo de Superestimado ofertado ao Gillan. Troque esse disco por uma penca de bananas, não muito maduras, claro!


6 - Ozzy Orbourne - A não ser os fanáticos, todos os outros seres humanos sabem que Ozzy é um péssimo cantor. Não tem voz, é esganiçado e desafinado e parece que canta com um ovo de galinha na boca. Além disso é incapaz de decorar a letra de uma música, dizem, pelo excesso no consumo de drogas. Sua carreira tinha acabado por causa desses excessos em 1978, após ter sido mandado embora do Black Sabbath, quando conheceu Sharon, até hoje sua esposa, empresária e .. dona. Ai gravou "Blizzard of Ozz" escolhendo a dedo grandes músicos, como o guitarrista Randy Rhoads, o baixista Bob Daisley e o baterista Lee Kerslake. A partir daí, Ozzy virou uma unamidade entre os fanáticos por seu estilo fanfarrão, doido-de-pedra, comedor-de-cabeça-de-morcego e outras excentricidades. Unamidade entre os fanáticos parece até pleonasmo, mas não é. Muitos fanáticos, um tipo raro, encontram falhas em seus ídolos, o que não acontece com os fãs do Batman, ops, Homem-Morcego, ops Ozzy... Claro que ele tem um carisma impressionante e uma presença de palco fora do comum. Roupas, trejeitos e falas, tudo muito bem pensado por sua empresária. Mas a sua voz... A voz de Ozzy é algo que ninguém com os dois ouvidos colados na cabeça, que não esteja cheia de vento consegue aguentar. Uma taquara rachada ao vento consegue ser mais afinada e mais melódica. Fora isso, sua incapacidade de decorar musicas e muitas vezes fazer shows, renderam a ele o titulo de a maior fraude da história da indústria do Rock, com "Speak The Devil". Para quem não sabe, o disco era para ser ao vivo. Era... Ou melhor foi... Ah... Bem, o disco foi gravado ao vivo, mas a interpretação de Ozzy estava tão ruim que decidiram regravar... Mas apenas a voz. Portanto, o que se escuta ali é a banda tocando ao vivo, e a voz dele colocada depois, no conforto do estúdio e com direito a quantos "takes" fossem necessário. Ai, mermão, assim até eu gravo.
Suprassumo do Superestimado: "Speak The Devil” - Claro, e pelos motivos acima, além, de terem feito esse disco como uma pura provocação a Tony Iommi, incluindo o fato de que o repertório predominante era de musicas do Sabbath.


7 - Yes - O Yes foi formado em 1968 pelo vocalista Jon Anderson e pelo baixista Chris Squire, musicos com sólida formação em musica e posteriormente, em sua formação mais clássica, com a presença de Rick Wakeman. Uma banda tecnicamente perfeita, fantástica... Mas extremamente, potencialmente, absolutamente... Chata. O vocal de Anderson é uma das coisas mais ranhetas e irritantes da história do Rock, e não perde nem mesmo para a de Robert Plant. Falsete é uma coisa complicadíssima de ser feita e, não sei por que razão, acabou sendo uma constante nos vocalistas de muitas bandas de Rock Progressivo, possivelmente por influência do Yes. Apenas uma informação: durante muitos anos colecionei LPs de bandas de Rock. Tinha discografias inteiras das maiores, compactos, piratas e tudo o que podia, mas nunca, jamais, comprei um disco do Yes. Com exceção de um compacto que comprei de presente a uma namorada... Ah, sabem qual é, estou certo... "Sooooooooooooooon"... Essa musica, trecho de uma faixa que tinha a duração de um lado inteiro do disco, chamada "The Gates Of Delirium" . Nesse disco, a banda tinha como tecladista um suíço de nome Patrick Moraz, que depois viria morar no Brasil, casado com uma brasileira e que, entre outras facetas, engabelou os então moleques Lobão, Lulu Santos e Ritchie que tinham uma banda chamada Vimana, fazendo-os acreditar que os transformaria nos "novos Yes".  Enfim Yes é uma banda chata, complicada e pretensiosa. Sem sentimento e sem força... Sem qualquer coisa que a aproxime do espírito do Rock. Pode ser uma boa banda, mas não de Rock. Sem criatividade até na escolha do nome. Se bem que poderiam mudar o nome para "No", que o resultado ainda seria o mesmo. O Yes é a banda citada por 10 entre 10 descolados e pseudo intelectualizados musicalmente como a melhor. E por 1 entre 10 que prezam os próprios ouvidos como o Suprassumo dos Suprassumos dos Superestimados.
Suprassumo do Superestimado: "Relayer" (1974) - Disco recomendado a atormentar seu vizinho, principalmente se ele tiver gatos ou for vidraceiro. Coloque "Sooooooooooooooon" no ultimo volume e  veja a gataria responder... E os vidros partirem.


8 - Elvis Presley – Elvis era um caipira americano que gostava de cantar... Tal e qual milhões de outros. Serviu o exército americano numa das inúmeras guerras americanas, como milhares de outros. Não era nem um pouco rebelde, como outros tantos milhões. Elvis  era caminhoneiro quando foi descoberto por um caça talentos, depois brincou de ir pra guerra, no auge da fama, como parte de um plano de propaganda muito bem engendrado. Elvis era "um branco que cantava como negro"... Como outros de sua época. Elvis usava camisa cor de rosa... E o que mais?? Elvis foi descoberto pelo Coronel Tom Parker, que o transformou num dos maiores mitos, numa terra onde criar mitos é tão fácil quanto destruí-los. A América, "terra das oportunidades" a quem ele, melhor que qualquer outro artista representou mundo afora. Elvis era contemporâneo e morava na mesma região que um outro musico, com as mesmas características e biografia parecidas, até mesmo na questão guerra, um tal de Johnny Cash. Na mesma época e no mesmo estúdio gravaram seus primeiros discos... Mas Johnny Cash era o "Homem da Camisa Preta"... E não caiu nas graças de nenhum Coronel. Não era bonitinho nem ordinário... E a história hoje conta como sendo de Elvis o Cetro de Rei do Rock, enquanto o outro, sempre foi considerado menor, embora de um talento igual ou porque não dizer, muito maior. A mídia transformou Elvis num mito, inatacável, intocável... Mesmo quando as drogas e o álcool o consumiram e o transformaram num obeso cantor de cassinos. Não desprezo o talento de Elvis Presley, nem seu importante papel dentro da História do Rock, tendo influenciado centenas e centenas de artistas, mas também não posso deixar de analisar o quanto superestimado ele é, não tanto pelo trabalho, mas pela mítica, pela aura que colocam sobre ele. Elvis foi fundamental como mito, mas totalmente superestimado como cantor.
Suprassumo do Superestimado: The Sun Sessions (1976) - Uma coletânea de canções gravadas por Elvis Presley no período da Sun Records, na década de 50. Quero pedir que as mulheres e outros seres deslumbrados por Elvis por sua beleza física e seu vozeirão dos anos 70 que escutem esse disco... Por mais de 5 minutos... Depois me contem.


9 - Kiss - Quero começar falando do Kiss com historinha. Em 1974 entrei numa loja de discos e na prateleira tinha um disco de capa preta com as fotos desfocadas de quatro musicos mascarados... "Disco novo do Secos e Molhados?" Perguntei ao balconista. "Não, é uma banda americana nova, o Kiss." . Meses depois acabei comprando o disco e foi uma enorme decepção. Era ruim demais. Fraco, mal feito, com “rockezinhos” chinfrins pra caraio. Nessa época até mesmo na grande imprensa foi noticia um acontecimento que envolvia o Secos & Molhados e o Kiss. A fama do S&M tinha extrapolado fronteiras e eles teriam sido procurados por um empresário americano que queria transformá-los num sucesso mundial. Mas eles teriam que cantar em inglês e se mudar para a atual Terra de Obama. Eles não toparam e o tal empresário teria dito: "Os ingleses criaram os Beatles e nós os Monkees, e agora vamos criar uma banda igual a vocês e conquistar o mundo". Essa história, obviamente negada pelo dono do Kiss, o megaempresário Gene Simmons (nascido em Israel com o nome de Chaim Witz, depois mudado na América para Eugene Klein), mas confirmada por muita gente, incluindo Gerson Conrad (perguntei isso a ele numa entrevista em 2006 e ele confirmou a história) e João Ricardo. Então, a história do Kiss começa assim. . Outras histórias contam que nenhum dos quatro integrantes era musico mesmo, embora alguns tivesse tido alguma participação em bandas de menor expressão, e que apenas a partir de "Destroyer", quarto disco da banda, o produtor Bob Ezrin os teria obrigado a aprender a tocar. Essas histórias podem até não ser factuais, mas o fato é que, os dois primeiros discos do Kiss eram ruins demais, musicalmente falando e só melhoram a partir do disco que continha "Detroit Rock City".  Segundo outras versões, os discos eram gravados por músicos de estúdio e nos shows eram "playbacks".  Ademais, atrás de máscaras poderia estar qualquer pessoa.  Aliás, as máscaras sempre foram a marca maior da empresa “Kiss”. A tal ponto de fazerem uma operação de guerra em uma de suas vindas ao Brasil para que não fossem vistos sem elas. Para imediatamente em seu retorno ao EUA, decidiram tira-las. Gravaram algumas coisas assim, mas o Marketing não funcionava, caiu a venda de discos e voltaram a usar máscaras. Em 1998, o lançamento do disco "Psycho Circus", abriu novamente a ferida da cópia, na pele dos integrantes do Kiss, quando Alice Cooper os acusou de plágio em "Dreamin", que seria uma cópia de "Eighteen". De fato, as musicas são exatamente idênticas, sendo que a versão de estúdio da Versão Kiss é um pouco mais lenta. Mas a banda sempre foi um grande produto comercial, um meganegócio, assim tratado pelo Sr. Linguarudo Simmons. Um circo, que ao contrario do de Soleil que nos brinda com atrações diversas e inusitadas, oferece uma única atração: palhaços pintados e maquiados empunhando instrumentos musicais e tocando Rock. Um autentico "Psycho Circus".  Um circo psicopata que é tratado pelo homem Linguarudo como negócio milionário que de fato é. E como diria um outro Suprassumo dos Superestimados, Arnaldo Dias Baptista: "onde é que está meu Rock'n'Roll?"
Suprassumo do Superestimado: Kiss (1974). Sem comentários maiores. É ruim demais!


10 - Robert Plant - Muita gente poderá estranhar a inclusão de Plant nesta lista. Afinal Led Zeppelin, todos sabem, é uma das minhas bandas preferidas. "Uma das". E apenas não é "A preferida" por um único fator, ou componente chamado Robert Plant. Composto por três músicos absolutamente geniais, o Led Zeppelin era uma banda quase perfeita. Um guitarrista com uma técnica e precisão absolutamente fora do comum, um baterista que aliava técnica com peso absurdos, como tem que ser um baterista de Rock autentico e um multinstumentista inigualável, formavam a base musical do Zeppelin de Chumbo. Mas a voz.., a voz de Plant era um caso sério. Apenas não tão sério quanto a seriedade do Jon Anderson, mas um caso sério, de irritabilidade, de enjoamento, de punição aos ouvidos mais sensíveis. E repito: porque certos vocalistas teimam em usar esse tal de falsete? Além de outras coisas, isso força demais a garganta e acaba com as cordas vocais. É falsete, é falso, além de soar estranho um homem cantando falsete. Soa enjoado. Irritante. Ainda na época em que a banda estava na ativa e eu comprava todos os seus discos, comentei várias vezes com amigos, que o Led Zeppelin seria a banda perfeita caso tivesse um cantor com um vocal mais forte, mais poderoso. Era estranho ver toda aquela massa sonora produzida pela usina Page/Jones/Bonhan ser acompanhada por aquela voz gritada, aguda e ... Irritante. Acontece que Plant era loiro, tinha olhos claros, cabelos encaracolados, andava de peito nu e de calça justa e então era o "frontman" perfeito para atrair o publico feminino.(Já leu isso aqui mesmo, eu sei.) então, quis o destino, nesse caso chamado de overdose de Vodka, que Bonhan fosse "obrigado" a parar de tocar. Sem ele, e porque o ultimo disco da banda “In Through The Outdoor” era uma autêntica e absoluta porcaria comercial, a banda decidiu acabar. E o Sr. Plant começou a procurar outros lugares para cantar. Pena! Ele poderia ter pendurado as chuteiras e deixar que sua fama de grande vocalista passasse a história. Mas ele insistiu. "Unleded", gravado no Marrocos por ele e Page é genial. Sim, é genial, mas não por ele, mas pela presença de Page e dos músicos marroquinos. A partir dai, um cem numero de projetos insossos. O desenterro de sua banda antes do Led, a Band Of Joy e uma dupla esquisitíssima com Alison Krauss. Agora, Plant precisa de ajuda, seus shows sempre tem "backing vocals" que são sempre bem mais do que isso, porque acabam sempre sendo as cantoras principais e ele se estrebuchando para fingir que ainda canta. É sabido que atualmente ele tem um problema sério nas cordas vocais e é claro que isso o afeta demais. E é sabido também que foi seu canto em falsete que causou essa doença. 
Suprassumo do Superestimado: Raising Sand (2007) com Alison Krauss - Esse disco merece ser escutado para se que perceba o quanto é a voz da parceira que predomina. Plant.. Entrou com o nome. A garota gostou, é claro.


11 - Roger Waters - Waters é um grande musico? Ah, é sim! Um grande compositor? Também é, sim! Então porque eu o coloco nessa lista?  O fator maior a presença de Waters é o seu egocentrismo e sua megalomania. Em 1965, quatro estudantes, Nick Mason, Richard Wright e Syd Barrett e o próprio Roger Waters, uniram seus talentos a beira do genial e criaram uma das maiores bandas de Rock, ou melhor um dos melhores conjuntos de músicos da história da musica interplanetária (E como também como no caso do Plant, só não foi a maior por causa do meu listado). Eram artistas tecnicamente perfeitos, embora ainda jovens, com uma criatividade perfeita, uma disposição artística e política perfeitas... Eram quase deuses no Olimpo do Rock. Mas como em todas as histórias sobre deidades, alguns piram e outros, tomados pela vaidade querem se tornar um deus maior. E foi exatamente o que aconteceu com o Pink Floyd. Um dos deuses pirou e foi afastado e o outro, sem a sombra dele, e com deuses não menores, mas mais tímidos, começou a engendrar seu plano diabólico de domínio do Olimpo Pinkfloydiano. Waters é perturbado, paranóico com a Segunda Guerra Mundial, com certeza por ter nascido na Inglaterra, bem no meio dela. Mas essa obsessão dele por guerra, junto com sua vaidade e megalomania, fez com que ele, após criar um álbum totalmente genial, "The Wall". Desde "The Dark Side Of The Moon", Waters passou a monopolizar muitas coisas dentro da banda, a ponto de suas letras terem um papel muito maior dentro das composições do que propriamente a musica. Isso começou a gerar conflitos, a ponto de ele demitir Richard Wright e colocar o nome do disco gravado nessa época, “The Final Cut” como: "Um réquiem para o sonho do pós-guerra por Roger Waters, tocado pelo Pink Floyd: Roger Waters, David Gilmour e Nick Mason". Era o fim da picada. E Waters, na sua sanha de poder, acabou saindo da banda, e mesmo com os outros membros continuando a trabalhar, partiu para pleitear na justiça a propriedade para si do nome "Pink Floyd". A disputa judicial acabou com um acordo entre as partes. Entretanto, Waters, apesar de ter lançado outros discos com composições diferentes, nunca deixou de se apresentar como dono do Pink Floyd, tocando as musicas em shows. Em 1990, após a queda do Muro de Berlin, ele promoveu um show, no local, onde ficava o Muro, se apresentando de dentro de uma cabine, praticamente sem aparecer no palco. As musicas foram apresentadas cada uma por uma banda ou artista diferente, como a banda Scorpions, por exemplo. Até hoje, Roger Waters carrega consigo a idéia de que o Pink Floyd é ele, tanto que sua penúltima turnê era intitulada: "The Dark Side Of The Moon", com um repertorio dividido entre esse disco inteiro da banda e outros clássicos da carreira do Floyd. A ultima, em 2011, "The Wall". Todos esses fatos transformam Roger Waters no Campeão do Suprassumo dos Superestimados. E nem tanto pela mídia e pela massa de carne moída que paga fortunas pelas suas apresentações, mas por ele próprio. E condenado por um crime de lesa-majestade: o de ter tirado o titulo de maior conjunto de artistas da história, não apenas da musica, mas da Arte em geral.
Suprassumo do Superestimado: "The Pro's and Cons of HitchHiking" (1984) - Um conselho para esse disco: compre, guarde a capa que mostra uma gostosa pelada com uma mochila nas costas. E jogue a "bolacha" fora.


Reafirmando que esta lista é absolutamente pessoal e ... transferível a quem achar por bem adotá-la. E um ultimo comunicado: não leia apenas os nomes e saia por ai destilando seu veneno fanático. Não gosta ou não concorda, seu direito. Acha que um ou outro merecia estar nesta lista? Crie a sua! E antes de criticar, pare e pense nos motivos que o levam a discordar daquilo que escrevi. Sem comentários destemperados, please!

24/08/2012

18/08/2012

Patrulha do Espaço no Planeta Rock


Apresentação

Desde 1977, quando estive presente ao primeiro show da Patrulha do Espaço, no Concerto Latino Americano de Rock, em São Paulo, ainda como “a banda do mutante Arnaldo Baptista” nunca mais desgrudei os olhos e ouvidos dessa banda. São trinta e cinco anos de carreira, vinte discos, entre CDs e LPs, centenas e centenas de shows.

Durante determinado período de tempo, passei a viajar e participar intensamente dessa tripulação, vendendo shows, organizando eventos, criando artes, sites, conceitos de discos (como foi o caso de “.ComPacto”) e principalmente participando da minha maior experiência como roqueiro. Foi um período de muita criatividade, tanto por parte da banda como minha, e essa convivência culminou com uma amizade com seu capitão-mor Rolando Castello Junior, que não canso de declarar aos quatro ventos, é um dos maiores bateristas do mundo em todos os tempos e em pé de igualdade com os grandes gênios das baquetas, como Keith Moon, John Bonhan e Neil Peart. 

Donos das chamadas “personalidades fortes” (apelido dado às pessoas teimosas e persistentes e que amam aquilo que fazem acima de tudo) tivemos alguns atritos ao longo dos anos. E alguns até contados nestes textos. E atritos em uma amizade são como dizia Nietzsche: ou a mata ou fortalece. Fortaleceu.

Durante minha jornada a bordo da Patrulha, durante algum tempo escrevi crônicas diárias sobre cada show ou viagem, escrevi um texto para release, fiz entrevistas com Rolando e mais recentemente, já neste ano de 2012, tive a honra de construir mais um site para a banda.

Este pequeno volume, criado especialmente aos seguidores desta que é uma das maiores e mais importantes bandas do combalido cenário de Rock no Brasil, é um apanhado desses escritos, publicados em A Barata, blogs e sites de música e é dedicado a todos Espaçonautas que fizeram dessa tripulação a mais roqueira do planeta.


Patrulha do Espaço no Planeta Rock
Luiz Carlos Barata Cichetto
Editor'A Barata Artesanal - 2012
96 Páginas

22/05/2012

Amyr Cantusio Jr. (Alpha III Project)


Amyr Cantusio Jr. é formado em Música Erudita pela Unicamp e autodidata em música eletrônica com teclados e estruturas de orquestração, música experimental progressiva e Canterbury Fusion. Tem cursos nas áreas de Psicanálise Integral, pela Escola Analítica Existencial do Dr.Victor Frankl em Viena, extensivo em Psicanálise Trilógica ministrado pelo Dr. Norberto Keppe e nas áreas de Musicoterapia, Ocultismo, Meditação & Filosofia Oriental de Teosofia e Yogas 

Foi crítico musical e colunista do Jornal Diário do Povo de Campinas e em revistas nacionais (Zen, Pendulum, Bons Negócios) e internacionais como a Background Magazine (Holanda) e Paperlatte (Itália) e na revista germano-brasileira Hard Valhalla.

Como artista plástico, desenhou a maioria dos logos e capas de seus próprios LPs e CDs e é Pintor de surrealismo gótico, com vários desenhos para capas e telas.

Na área musical, foi co-fundador do primeiro selo do Rock Progressivo e Música Eletrônica Experimental do Brasil em 1986 (Faunus), coordenador de vários projetos musicais em Campinas, entre eles “Rock Todas as Vertentes” (1986). Produziu inúmeras bandas no Brasil e no Exterior, trabalhou na trilha sonora do alemão de Holger Kernstein “Jesus Viveu na Índia” (1996) e também criou jingles, spots e trilhas sonoras na Junta de Rádio e Televisão e na Rádio e Televisão Bandeirantes.

O músico Amyr Cantusio Jr. produziu independente 20 CDs e 7 LPs desde 1974. Amplamente premiado no Brasil e no exterior, recebeu a Medalha Carlos Gomes (Campinas) por representar a cidade em mais de 15 países do mundo com seus discos e foi o primeiro lugar de arranjo e composição do Projeto Guarani. Além disso, foi considerado melhor Tecladista e melhor Projeto do mundo em vários festivais internacionais: Espanha/1986; Japão/1986, e Canadá/1991, Itália/1993, Escandinávia e Holanda. 

Atualmente desenvolve projetos de World Music e ritmos árabes e hindus no Espaço Cultural Lince Negro, com Filosofia Oriental, Instrumentação, Teosofia e História da Música, com sua esposa Cáthia Cantúsio.

Discografia:
LPs:
1983 - Mar de Cristal
1986 - Sombras
1987 – Agartha
1988 - Ruínas Circulares
1989 - Temple of Delphos
1989 - The Aleph
1990 - The Seven Spheres

CDs:
1993 - Voyage to Ixtlan
1995 - The Edge
1995 - Acron
1996 - Grimorium Verum
1996 - Oásis
1999 - The Edge of Vortex
2000 - Book of Sacred Magik
2001 - Live Destroyer – (Studio)
2001 - Spectro
2002 - Lord of the Abyss
1998 - The Aleph
1999 - New Voyage to Ixtlan
2000 - Seven Spheres
2004 - Ruinas Circulares
2004 - Temple of Delphos
2008 - Mar de Cristal
2008 - Sombras
2008 - Live-Shades of Windows
2010 – Vitória, ou a Filha de Adão e Eva (Libreto de Barata Cichetto)

Livros:
- Rock, Filosofia & Ocultismo
- Musicoterapia
- Anjos, As Sentinelas do Universo
- A Era da Escuridão
- A Era da Escuridão II
- A Música Erudita de Todos os Séculos
- Led Zeppelin (Compilação)

Sites Oficiais:
www.myspace.com/amyrcantusiojr
www.myspace.com/projectalpha3
www.myspace.com/alphaiii

Contato:
lunardraco@gmail.com
F(19) 3243.8647

24/04/2012

Rockbitch: Sexo e Rock Debaixo da Saia da Rainha


Rockbitch: Sexo e Rock Debaixo da Saia da Rainha
Luiz Carlos "Barata Cichetto


A Rockbitch foi decerto uma das bandas mais chocantes e escandalosas da história do Rock. Tão chocante e escandalosa que terminou por pressão da própria Interpol Inglesa que não via com bons olhos, nem ouvia com bons ouvidos literalmente, as estripulias eróticas das inglesas no palco ou fora dele, bem debaixo da saia da Rainha. 

Formada por um grupo de músicos do sexo feminino a partir de uma comunidade de sexo composta de muitas pessoas além dos integrantes da banda. Nessa comunidade, que tinha apenas três membros do sexo masculino, todas as mulheres eram lésbicas ou bissexuais e não havia casais monogâmicos exclusivos. Baseada na França desde 1998 a comunidade era o sonho de Amanda de criar uma comuna feminista baseada no sistema matriarcal-tribal onde as mulheres podiam explorar a sua sexualidade e psique. A maior parte delas, incluindo a líder Amanda, era de expatriadas inglesas.

“Inicialmente a banda foi usada como órgão de recrutamento para essa comunidade, até que um número expressivo foi alcançado. Em seguida, começou verdadeiramente o processo interno, particular da descoberta, crescimento e inspiração que levam à expressão pública externa que viria a se tornar a face esotérica desse estilo de vida", afirma Amanda. Segundo perspectiva própria, a Rockbitch expressava um estilo de vida pagão, pró-sexo, utópico-feminista, um míssil retórico que usa da musica como interface de um ritual de sexo. "Besteira pretensiosa, plano de marketing, ou a verdade?", Pergunta a fundadora e lider da banda, a baixista Amanda, autodenominada "The Bitch", ou seja "A Cadela".

A Rockbitch foi formada em 1992 com o nome de Red Abyss pela baixista Amanda. Ainda em 1992 lançaram um disco "Luci's Love Child". Mudaram o nome para Rockbitch quando o único integrante homem da banda foi substituído por Jo. Musicalmente, a banda sofre influencias diversas como o Jazz, o Funk e o Rock. A cantora Julie, por exemplo, afirmava ser fortemente influenciada por Janis Joplin. Em 2000, a guitarrista original, Tony, conhecida por "The Beast" sai e em seu lugar entra Alexandra ("The Babe").


Os espetáculos da Rockbitch eram marcadas por performances eróticas explicitas, com as integrantes nuas ou seminuas fazendo sexo oral, urinando umas nas outras, enquanto a banda tocava um Rock frenético que misturava gêneros que iam do Rock mais fundamental ao Metal, passando pelo Punk. 

Além das encenações durante os shows, elas criaram o "The Golden Condom" uma espécie de "Oscar do Sexo", onde, em determinado ponto do show, convidavam alguns espectadores, homens ou mulheres, a subir no palco e praticar sexo com algumas das integrantes. Claro que com esse tipo de performance elas encontraram muitos problemas com as autoridades de inúmeros países, particularmente em sua terra natal, a Inglaterra, bem como na Alemanha, Noruega e outros países. Mas particularmente na Holanda, país com uma mentalidade extremamente avançada, o publico lhe era extremamente simpático e as autoridades não lhes causavam problemas.


Ativistas, os membros da banda emprestaram suas vozes para as questões feministas e sexuais e foram as vencedoras do prêmio anual no Sex Maniacs Ball fundada por Tuppy Owens, sendo que ícones como Annie Sprinkle e Betty Dodson expressaram abertamente sua admiração por sua política sexual, da sexualidade feminina aberta como uma parte saudável da natureza humana. 

Apenas em 1999 foi gravado o primeiro e único disco de estúdio da Rockbitch: "Motor Driven Bimbo" pelo selo independente alemão Steamhammer. As gravações anteriores eram gravações caseiras ou feitas por pessoas das platéias onde se apresentavam. O disco saiu, mas elas também deixaram a gravadora, mesmo com o sucesso em vários países, como o Japão. Um segundo disco chamado "Psychic Attack" que destacaria a canção "I Wish I Were" escrita pela poeta americana Erzsebet Beck nunca foi lançado.

Após pressão contínua da Interpol Inglesa por seus temas e performances sexualmente fortes, a Rockbitch termina em 2002, sendo objeto do documentário "Anna in Wonderland" de 30 minutos da BBC no mesmo ano. Um outro, de uma hora, "The F-Word – This is Rockbitch", foi transmitido no Canal 5 no Reino Unido em 2003.

Em 2005, todo o line-up do Rockbitch ressurge sob o nome de "MT-TV". Mas era apenas um projeto musical, sem nenhum traço das performances sexuais do antigo Rockbitch, embora conservasse as teatralizações de palco. Depois de uma turnê pelo Reino Unido naquele ano, excursionaram aos EUA. Em 2006, Amanda e Jo formaram a banda Syren com a cantora e escritora Erin Bennett in 2006. Em Janeiro de 2012, a baterista Jo morre, vitima de câncer de mama. Extremamente abalada pela perda da amiga de longa data, Amanda decide encerrar sua contribuição a musica e passa a se concentrar em sua vida pessoal.

Em Abril de 2012, Erin lança um disco solo intitulado "Never Give Up The Fight" . A faixa é colocada em "download" e toda a renda auferida é destinada ao "Breast Cancer Care".  Erin continua com a Syren reformulando a banda com novos músicos chamando a ex-Rockbitch Sex Magick Priestess, Suna Dasi para fazer os coros.

Formações:
Julie Worland: Vocal
Luci: Guitarra
Amanda Smith-Skinner: ("The Bitch"): Baixo
Nikki: Piano, Flauta
Joanne Heeley: Bateria
'Babe' (Alexandra): Guitarrra, Côros
'Beast' (Tony): Guitarra em "Motor Driven Bimbo"
Chloe: Sex Magick Priestess
Kali: Sex Magick Priestess
Suna Dasi: Sex Magick Priestess

Discografia/Filmografia:
Luci's Love Child (como Red Abyss) (1992) (Eurock)
Rockbitch Live In Amsterdam (1997) (Crystal Rock Syndicate)
Bitchcraft (Concerto e Documentário - Vídeo - 1997) (Proibido no Japão e EUA)
The Bitch O'Clock News (Reportagens e Video Clips, 1998) Feito por Fãs nos EUA e Japão
Motor Driven Bimbo (1999) (Steamhammer)
Psychic Attack (2002) (Não Lançado)
Sex, Death and Magick (Concerto e Documentário - Vídeo, 2002)

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Site Oficial: http://www.rockbitch.com

The Ladybirds: A Primeira Banda Feminina de Topless do Mundo


The Ladybirds: A Primeira Banda Feminina de Topless do Mundo
Luiz Carlos "Barata" Cichetto


Muito antes das cenas explicitas de sexo invadirem os palco com o pessoal do Fuck For Forest, muito antes de a baixista inglesa Amanda mostrar seu Rockbitch que incorpora cenas de atos sexuais e rituais pagãos e bem antes de Cynthia Witthoft ser presa por coprofagia e destilar sacanagem em discos de Metal, existiu uma banda feminina, ainda nos cândidos anos de 1967 chamada The Ladybirds. "As Joaninhas", em bom português, tinham características muito diferentes das outras bandas da época, pois suas integrantes tocavam de "topless", isso é sem a parte de cima das roupas, exibindo e balançando fartos e volumosos seios.


As informações sobre essa precursora  genuína do Rock em termos de "meter os peitos" literalmente, são muito vagas e desencontradas. Algumas informações dão conta de que são de Nova Jersey, outras que se trata de uma banda inglesa. Segundo Martin Hoyem no livro "American Ethnography", a banda foi formada em São Francisco por Davey Rosenberg, que mais tarde lançaria ainda outra banda, The Hummingbirds. Um dos poucos registros de uma apresentação das Joaninhas de Topless são no "The Granary", em Bristol, Reino Unido, em Março de 1973, e embora algumas referencias digam que essa banda seria sueca, é bem provável que se trate mesmo das nossas “amigas do peito”, as Joaninhas americanas, em turnê européia. Um cartaz do "Chez Paree", anuncia a apresentação das nossas “mulheres de peito” em 12 de Outubro de 1968, como "A Primeira Orquestra Feminina Topless do Mundo". 



Sobre essa apresentação das Ladybirds no The “The Granary”, um dos fatos com maiores detalhes da história das nossas heroínas. Em Março de 1973 The Ladybirds tinham fechado para tocar uma semana no Country Club Webbington, próximo a Bristol. Contataram o The Granary e perguntaram se poderiam fazer um show. E como eles queriam realizar uma seleção do material de um gênero mais Rock aceitaram. E assim as The Ladybirds entram no palco com suas roupas de costume, ou seja, apenas com a parte de baixo dos biquínis.  "Achamos que valeria a pena tentar (apenas para fins artísticos). Elas não eram musicalmente muito boas, mas ninguém parecia se importar com isso. As meninas foram muito bem recebidas. Um dos espectadores da primeira fila, que se contorcia o tempo todo, fugiu com o biquíni de uma das integrantes como troféu. Ela ficou chateada porque era parte da roupa que precisava para seu show no dia seguinte no Webbington. O jeito foi recorrer a jaqueta de couro branco e improvisar a parte faltante."


Aumentando mais ainda a confusão sobre "The Ladybirds", um grupo totalmente vestido com o mesmo nome abriu para os Rolling Stones em 1968.  Existem ainda referencias à elas, ou outra banda com mesmo nome, abrindo a apresentação para os Yardbirds (8 de Setembro de 1968 - Fjordvilla Clube Paramount, Roskilde, Dinamarca). Naquele mesmo ano, foi lançado o filme "The World, Wild Wild de Jayne Mansfield" que incluía um clipe da banda tocando no Clube Blue Bunny em Hollywood. O fato é que a banda se apresentou muito e fez grande sucesso nos cassinos de Lãs Vegas. 


Um nome tão pouco original sempre irá suscitar confusão e, existiu também outro grupo feminino britânico, estas totalmente vestidas, que apareceu em 60 episódios de "The Benny Hill Show", entre 1968 e 1991, formada por Maggie Stredder, Marian Davies e outras. Em 2007, em Indiana surgiu um outro grupo, também com as tetas cobertas, mas com o mesmo nome, formado por Jaxon Swain e Sarah Teeple, com uma proposta de "based retro garage band". O grupo gravou dois discos: Whiskey and Wine, 2007 e Shimmy Shimmy Dang, 2011.



Mas as nossas pioneiras dos peitos a mostra, ao que consta, gravaram apenas um único compacto, em 1967 com a musica "Yes I Know". Se é que o aúdio postado no You Tube, sobre uma foto delas é correto. Quando aos nomes das integrantes, nenhuma informação. As fotos e cartazes da época mostram dez peitos, ou seja, cinco integrantes (duas guitarristas, baixista, baterista e tecladista), embora algumas fotos mostrem apenas quatro pares de peitos. Claro que ao final, permanece uma questão: quem eram aquelas Joaninhas de peitos à mostra, que atualmente devem ter estar aí com cerca de 60 anos de idade ou mais? Seriam hoje doces vovós que escondem dos netinhos um passado em que foram "A Primeira Banda Feminina de Topless do Mundo"?



Principais Referências Bibliográficas
- http://www.thegranaryclub.co.uk/2009/07/06/851/
- http://transversealchemy-raw.blogspot.com.br/2011/10/introducing-ladybirds.html?zx=15e9b767bbf34873
- http://www.burlesquebabesshop.com/2009/06/ladybirds-band-worlds-1st-topless-all.html