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15/08/2018

Resenha de Disco: "High Level Low Profile" - CA$CH

Resenha de Disco:
"High Level Low Profile"
CA$CH

Ano: 2018
Gravadora: Rock Artisan
Músicos:
Marcello Schevano - Vocais/Guitarra/Teclados
Ricardo Schevano - Baixo
Rolando Castello Jr. - Bateria
Faixas:
High Level
God
Earth Spinning Backwards
Big Paul's Basement
Flesh
 
Houve uma época em que os chamados "power trios" de Rock, mais por intenção de juntar três dos melhores baixistas, guitarristas e bateristas, e possivelmente menos por juntar muita grana, enchiam o mundo do Rock de trabalhos geniais. Assim aconteceu com bandas como Cream, Beck, Boggert & Appice, West, Bruce & Laing e outros históricos e emblemáticos, como a Jimmi Hendrix Experience. Isso foi há muito tempo, quando a maioria dos chamados "rockers" da atualidade sequer tinha nascido. Agora, na segunda década do século XXI, a união de três músicos fora de série não tem mais o mesmo apelo, e quando tem, é por pura questão de mercado.

Acontece que quando a gente conhece um trabalho, como o da "Ca$ch", ótima sacada com os nomes dos integrantes, o batera Rolando Castello Junior, uma autêntica lenda do Rock Latino Americano, que dispensa maiores apresentações, e o multinstrumentista e cantor Marcello Schevano e seu irmão Ricardo Schevano, um baixista absurdamente acima da média, a coisa se torna um pouco mais complicada. Rolando, decerto o maior baterista brasileiro, e influenciou uma verdade legião de bateras Brasil afora (e possivelmente fora dele, mesmo que não reconheçam) e Marcello já tocaram juntos na formação da Patrulha do Espaço que se reuniu em 99 e durou até 2004 e Ricardo é o mestre do ritmo na banda Baranga, desde sua formação, onde toca com outro fera das baquetas, o Paulão, um dos confessos discípulos do mestre Junior.

Por algum motivo, que a banda pode explicar, todas as letras de "High Level Low Profile" são em inglês. Já escutei milhares de explicações sobre as razões pelas quais uma banda formada por brasileiros, no Brasil, compõe em inglês, e nenhuma delas me deixou totalmente satisfeito, mas nesse caso específico, pensei: "dane-se, que isso é Rock'n'Roll, baby!". Então, "let's Rock!". A sonoridade ficou perfeita, e é isso o que, no final, importa.

O disco começa com a batida característica de Rolando, na faixa "High Level", extremamente pesada e rápida, de cujo refrão "High level, low profile", foi tirado o nome do disco. Os solos de guitarra de Marcello ponteiam a musica, que já mostra bem o que iremos encontrar nesse disco.

A segunda faixa do disco, "God", começa com um teclado dando a impressão que estaremos à beira de uma canção daquelas características com Rock Progressivo setentista, mas depois de poucos minutos, a coisa começa a mudar, e o que parecia ser, simplesmente não é. A pegada se torna mais forte e mais pesada, com o baixo do Ricardo se destacando soberbamente. O ritmo vai ficando cada vez mais rápido e mais tenso, com a letra sendo quase urrada pelo vocalista. Difícil não lembrar de Black Sabbath nas suas seções mais pesadas. Entretanto, o desenrolar dessa faixa, de mais de nove minutos, reserva muitas surpresas. Todas elas maravilhosas. Quando a quebradeira parece ir até o final, com a guitarra solando sobre um ritmo alucinante, entra um piano ponteando um vocal em tom quase suplicante. E ai vem o ponto alto, com o teclado voando sobre uma cama rítmica feroz e densa, que faz a gente prender a respiração, só esperando o êxtase.

Depois disso, só a gente dando uma parada, né?! Respirar um pouco, beber uma água, um café, uma cerveja, qualquer coisa assim. Levantei com o intuito de respirar, mas aí acabou a energia elétrica do bairro. Acho que nem a hidrelétrica da região aguentou tanta energia.

Meia hora depois, retomo a audição, que, aliás, é a quarta ou quinta de hoje, poucas horas depois de ser chamado pelo carteiro ao portão com o pacote contendo esse disco. "Earth Spinning Backwards" é quase uma balada, que lembrou bem as músicas da formação de 1999, que além de Rolando e Marcello, tinham ainda outros dois músicos excepcionais, o baixista Luiz Domingues e o guitarrista Rodrigo Hid. Formação essa que pude acompanhar bem de perto, durante cerca de três anos, pelas estradas e palcos do Brasil.

A quarta faixa, "Big Paul's Basement", é um Rock bem básico, embora tanto pesadinho, e a letra faz referência, com certeza a certo porão do Paulão, uma referência que decerto os músicos de Rock de São Paulo, e os fãs mais aficcionados irão entender. Uma faixa sem grandes novidades, nem virtuosismos, mas competente e, enfim, como diz o refrão: "always rock'n'roll in Big Paul's Basement".

A quinta e última faixa desse disco, que além de me tirar o fôlego, fez cair a energia elétrica na cidade é: "Flesh", que já na primeira audição se tornou a minha predileta do disco. A coesão entre os músicos, o ritmo preciso entre os instrumentos e o amálgama com a letra, tornam essa música, em minha opinião, um clássico do Rock pesado. Uma levada que lembra em alguns momentos Uriah Heep, em outras Grand Funk Railroad, e inúmeras bandas de Rock Progressivo. O trecho onde há um solo de teclado, sobre a base rítmica é esplêndido e remete aos bons tempos do Prog Italiano. Uma preciosidade que merece ser escutada centenas, milhares de vezes.

O disco foi lançado recentemente, dia 6 de Agosto, data em que se lembra da explosão da bomba atômica sobre Hiroshima. E fico pensando sobre o fato de que os sujeitos que criaram o Rock, ou ao menos os que fizeram dele o que se tornou a maior expressão cultural e artística, no sentido de popularidade, do mundo. Então, uma data como essa, não poderia ser mais bem escolhida para o lançamento desse disco. Espero apenas que aconteçam apresentações ao vivo dessa banda, e que venham muitos outros discos.

A ressalva, na minha nota de avaliação fica por conta do "quero mais", ou seja, apenas cinco faixas? A gente queria no mínimo dez. Fora isso, estou certo de que o público roqueiro, especialmente os fãs de uma música mais elaborada e feita com profissionalismo irão simplesmente ficar apaixonados. Esperemos que, ao contrário do que sempre acontece, prestigiem, comprando o disco e indo aos shows.

Escrito por Barata Cichetto, um admirador do trabalho e um amigo de longa data do genial Rolando Castello Junior, e desses irmãos prodígios, Marcello e Ricardo, sobre um exemplar ofertado pelo amigo, em Araraquara, Morada do Sol, em 15 de Agosto de 2018.


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13/08/2018

A Lira dos Sessenta Anos

A Lira dos Sessenta Anos
Barata Cichetto

Ah, então o poeta fugiu ontem a noite da escola
E sua mão direita insurgiu fingindo uma esmola
Ah, seria esse o poeta que fingiu ser o mentiroso
Ou seria qualquer pessoa a fingir ser incestuoso?

Ah, e então ele, aquele poeta que tinha verdades
Sucumbiu pelos prados, em procura das vontades
E despencou pelas rochas com alma de prostituta
Ou seria na sua fé, pelo vinho em que transmuta?

Oh, pois então é ele, o poeta que pulou o abismo
E das profundas chamou a todos por seu cinismo
Seria ele, este homem de verve tão maligna e pura
A solfejar palavras contra o véu de uma ditadura?

Oh, e se não há o poeta que possa tatuar no rosto
Que haja o que houver, que imprima seu desgosto
Há rigor no traje do político, e frangos no quintal
Ou seria o rigor da morte, mesmo que seja brutal?

O pasto tem cheiro de merda de vaca, há risco no ar
E eu, arisco feito frango, alguém há de me consolar
Acendo um cigarro, a fumaça sai pela janela da sala
E se há risco de incêndio, quem ainda que me cala?

O poeta foi aquele que a fodeu no meio do mato
Não aquele que foi feito de rato, de gato e sapato
Se não fosse ele as tuas entranhas seriam imundas
E o que seria dele, não fossem outras vagabundas?

Tem tanta poesia dentro dos próximos sessenta anos
Que o poeta deseja rabiscar no caderno seus planos
E se essa lira sem vergonha não terminar sem o fim
O que fará o poeta, longe das asas de corvo carmim?

Há na minha lira palavras sem algum sentimento
E eu as trocaria por tijolos e por sacos de cimento
Pois se não morre o poeta, por seu veneno sem sal
Por que não renascer como a vingança do seu mal?

11/08/2018

11/08/2018

O Poeta e o Doce

O Poeta e o Doce
Barata Cichetto

O poeta tinha um doce. E era tão doce o confeito. Que parecia até conceito. De tão doce que era seu efeito. E de tão doce não tinha defeito. O doce. Desse sujeito. E era tão doce que parecia ser feito. De poesia. E o doce. Que era doce. Tão doce feito poesia. Doce. Caiu no chão. E ficou sujo. O dito cujo. E o dito cujo. Do poeta. Ficou sem doce. E sem poesia. E o poeta. Que não era doce. Ficou amargo. E magro. Feito sua poesia.

11/08/2018

04/08/2018

In(con)victus

In(con)victus
Barata Cichetto

I'm the master of my fate, the captain of my soul! -  William Ernest Henley

Minh'alma é fragata pelos mares perdida
A deriva, feito mão por pedido estendida.
O meu destino perde a esperança do porvir
E deriva do choro de criança que há de vir.

Às sereias jogam traidores, poetas ao fundo
Nau dos piratas caolhos ao redor do mundo
E se não for por seu meu aquilo que mereço
Prefiro a sepultura sem lápide nem endereço.

Se lamento por ser indigno dos portos além
Nunca nesses lamentos ouso acusar alguém,
Pois se há na terra quem espere pelo meu fim
Esse alguém que espere muitos antes de mim.

Ah, e a minha luta, quanto luto foi meu custo
Que deveras mereço uma estátua ou um busto
E se minhas lágrimas ao porão do barco imunda
Deixo que ratos roam até as carnes da tua bunda.

19/06/2018

01/08/2018

Em Casa de Barata Não Entra Lobisomem

Em Casa de Barata Não Entra Lobisomem
Barata Cichetto


Aquele a quem (nunca) chamaram de pai, nem de filho, não mora mais ali. Nem aqui. Mora acolá, na Morada do Sol.  Não mora mais na arte que construiu, não mora na escultura; não mora mais onde suas mãos calejadas e sangrentas construíram. Não mora mais no seu sonho, não mora mais lá, no pesadelo. O poeta que nunca leram não escreve mais lá, apenas algumas manchas do seu sangue estão esparramadas pelas paredes e pingados pelo chão. Misturadas às lágrimas. Deixei cada pedaço de madeira, cada prego e cada parafuso para trás. Fui escorraçado, pisoteado e humilhado - não pela primeira vez, mas juro que pela última - Ali podem encontrar meu primeiro quadro pintado, na parede. Ali podem encontrar quilos e quilos de papel e papelão, besteiras de decoração, pedaços de coração, e também alguns nacos da minha carne e dos meus músculos que rasgaram.  Não, o poeta que nunca leram, o poeta que nunca entenderam, não morreu, nem foi ao Inferno. Nem voltou. E agora sabe que o Inferno tem muitas paredes, e o Demônio caras diferentes. E mil dentes. Há o Inferno e existem os outros. São coisas distintas. Doravante, seguirei. Irei. Serei. Sempre sozinho como sempre fui, de fato. Mesmo que não esteja só. Trago comigo minhas filhas felinas, aquelas que sempre entenderam o que é liberdade, que sempre souberam o que é lealdade, que sempre souberam me olhar com carinho e respeito. Que sabem reconhecer cada gesto que faço. Minhas gatas não são comunistas, entendem de afeto, de reconhecimento e de merecimento. Aquele cantor que nunca ninguém escutou, agora calado, não lhes cantará uma canção. Ele já não tem coração. Nem adoração. Desfigurado, o poeta ludibria a própria morte. Esguicha sangue do corte. E resvala na beira do precipício. Não há caminho por onde não se possa andar. E aquele homem, que nunca foi distinto, que nunca usou um distintivo de autoridade, já não mora mais, não namora mais. Não chora mais. Morar e chorar rima com sonhar. E aquele que pediu socorro se cala. Diante de seu silêncio. A nova geração herdará a merda. Tudo se herda! E sem perda não há ganho. Dividir para conquistar é a tática marxista. De Karl e de Zuckemberg. Não quero preces. Nem foices. Nem martelos. Quero apenas o que é meu. Foi assim que ensinei. Foi assim que vivi. Foi assim que aprendi. E surpreendi. A mim mesmo por não saber ganhar. Perdi sem ser perdedor. Meus heróis estão na Academia. Brasileira de Letras. Na Feira de Paraty. Ou são membros da quadrilha. E eu, numa ilha. Náufrago que queima agora as ultimas caravelas.Não tem retorno. Nem rendição. Apenas a conquista. Ou a morte. Com sorte um império. É sério. Não sei mais rir. Nem chorar. Não lembro mais como se faz. Só quero que esqueçam. Deixem de procurar. Rasguem a certidão. Foi morrendo que aprendi a ser homem. Aquele a quem nunca escutaram, de quem reclamaram falar demais agora se cala. E Tudo o que foi criado foi destruído; toda a fidelidade traída; todo o trabalho prostituído. Dos envelopes pelas ruas, projetos de brinquedos, à poesia e pintura. Todos os meus heróis morreram ou foram para a Academia. O resto também me ignora como eu ignoro a eles. Quem precisa de construtores? De sonhos ninguém. Quem precisa de poetas? De poesia ninguém. Quem precisa de mim? Eu preciso. E dedicarei minha vitória e minha derrota àqueles que nunca precisaram de mim. Arrombaram a porta dos meus sonhos. Não precisava, eu lhes daria a chave. Um rei continua sendo rei sem um palácio. Lembrem-se disso quando chorarem. Saudades é coisa de capitalista; comunistas não sentem saudades. Só maldades. Mas eu tenho amigos comunistas que sentem saudades de mim. E eu deles. Invadam a minha construção. É sua herança e minha satisfação. Construí sobre a Terra. E a Terra não tem dono. Proprietário é o que constrói. E eu construí. Exerçam seu direito de herança, e façam o que eu não fiz: derrubem as paredes, taquem fogo na madeira. Incendeiem tudo. Eu lhes dou permissão para invadir. Pilhar. Destruir. Restaurem a dignidade. E ao restarem farpas, matem os lobos. Não uivem na esquina em vão. Entre o vão e a plataforma há um anão. De olhos claros e cabelos brancos. Anão moral. Impotente e preguiçoso. Coloquem um velho bêbado na cadeira de rodas e o empurrem ladeira abaixo. Há tipos e tipos de velhos. Inclusive velhos porcos, daqueles que acham que são humanos. São esses os piores. Não poupem suas balas. Prefiram as de hortelã. Atirem para matar. De rir. Ademais, não lhes dou o endereço, nem o código de endereçamento postal, nem o de barras. De chocolate. Visitem a mansão dos mortos, enquanto queimo nos portos as caravelas. As caravanas que passam atropelam os lobos. Pedras que rolam viram poeira. E eu continuo sem beira, nem beira. À beira. Do cais. Cães que ladram. Cães de guerra. Selvagens da Terra. Acordem, crianças, que não há mais onde pisar. A terra não aguenta mais seu peso. Deixem que afundem. Em Agosto. Cuspiram em meu rosto. E a contragosto fiquei calado. E em Setembro, se ainda lembro, serei falado. Até Outubro serei alado. E depois jamais será o antes. Nunca mais. Deixem seus recados após o sinal. Tu-tu-tu-tu...
28/07/2018

17/07/2018

Esgoto

Esgoto
Barata Cichetto

Aquele que nunca é convidado a uma festa, nunca pode ser acusado de chegar atrasado. Já em um velório, não é possível culpar o morto. A festa acabou. O velório é na porta ao lado. Deixem suas mensagens no livro preto de visitas. E mantenham suas consciências tranquilas. Não me convidaram para a festa que deram. Não foram na festa que eu dei. Não os convido para o velório, então. Fico sozinho. Com os vermes e as velas. Tirem as rosas do meu caixão. Detesto todo tipo de rosas. Incluindo adálias e margaridas. E outras flores fedorentas, com cheiro de morte e solidão. Deixem os vermes. São meus convidados. Estão dentro de mim há tempos. Convidem as chamas. As damas também, menos as das camélias, que essas são flores também. Roubaram tudo o que eu tinha, roubaram até o que eu não tinha. Queriam tudo. Ficaram sem nada. Por que a única coisa que eu tinha era a mim. E me roubaram de mim. Me deixaram sem eu. Agora sou apenas um deus, um anjo do inferno. Meu caralho é minha lança e enfio no seu rabo. Não geme. Não grita. Cala a boca e me esquece. Não desce do ônibus. Continua seu caminho. Não olha para trás. Não me ligue. Não ligo. Não digo. Não diga. Não diga alô. Nem adeus. Não digo adeus. Não estou morto. Não sou morto. Mortos são todos que roubam de mim meu direito de ser. O que sou. Apenas o esquecimento será sua herança. Não busque na lembrança minha imagem. Que por semelhança é torta. Não ore. Não chore. Não adore. Sua sorte não é sua. É emprestada. Devolva. E pague os juros. Sua casa não é sua. Sua bunda não é sua. Devolva as calcinhas que roubou do varal da vizinha. Devolva o que roubou. Não a mim. A mim não precisa. Nada do que me roubou tinha valor. Apenas preço. Empreste. Jogue. Queime. Engula. Morra. Escorra. Essas sentenças são tão extensas, e tão pouco extensas, mas foram feitas pelas minhas crenças. Se crê há. Se há crê. E se nada há, nada há de se perder. Nunca me perdi. Nunca perdi nada que não pudesse encontrar. Não me roubaste nada que eu não pudesse lhe dar. Não deixo lágrimas sobre a terra. Deixo apenas um nada enorme que jamais poderá preencher o buraco que há no seu caráter. Não deixo nenhuma culpa atrás da porta. Pode arrombar a minha casa. Pilhe o suor esparramado no chão, mas não se esqueça da maldição. Que nem todo o sangue podre poderá apagar. Não revise meu texto. Enfie no rabo seu pretexto. Foda-se o contexto. O sol é minha morada. Lá estou indo. Fique na tua escuridão.

17/07/2018