Barata Cichetto
Poesia não é feira e não precisa de hipocrisia,
E não é pastel, nem caldo de cana, burguesia.
O feirante acorda cedo, enquanto o poeta dorme,
Então fiquem o feirante rico e o poeta com fome.
Fede a burguesia, disse o Poeta, fede até a feira,
Também fede Barata, aquele sem eira nem beira.
E o que fede não cheira a Rosas e nem tem Casa,
Mas o que o poeta tem não é reinado, é uma asa.
Grita o feirante chamando a distinta freguesia.
E se não é tomate, nem alface, o que é Poesia?
Acabou a feira e os restos estão à sua disposição,
Então que comam o mendigo, o poeta e o ancião.
Tomates moles, restos de alface, cessam os gritos,
Agora dormem os feirantes, os pobres e os aflitos.
E acordam os poetas, pois ainda são bem poucos,
Gritando "Poesia!" igual os feirantes, e os loucos.
10/05/2013
©Luiz Carlos Cichetto - Direitos Autorais Reservados
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