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23/05/2019

Um Poema Dedicado a Você (Mas Você Não Vai Ler)

Um Poema Dedicado a Você (Mas Você Não Vai Ler)
Luiz Carlos Cichetto, Aka Barata, que você não conhece...

Longe da pretensão vaidosa dos poetas sem entendimento,
Eu não espero de ninguém que leia esse meu pensamento,
Como não leram outros tantos que escrevi em cinquenta anos,
Pois enquanto eu morria de dores tolas, tinham outros planos.

E agora, que chego à idade de estar de pijama, jogando dominó,
Com um frasco de soro pendurado no braço e sob olhares de dó,
Não espero que ninguém leia poesia de adolescente de sessenta,
Que achou de ser moleque apenas quando chegou aos cinquenta.

Então, escrevo poema resmungando, apenas para tirar sarro,
Antes que a enfermeira traga o remédio para soltar o catarro,
Ou ainda que mesmo morto me tragam as contas do hospital,
E eu tenha que depender de esmola de uma assistente social.

Então, leitor que não me lê, este poema é a você dedicado,
Por um poeta que já foi um sujeito simples, sem predicado,
Que de sua poesia nunca ganhou um troféu ou premiação
Mas que dela sempre fez sua dúvida, sua crença e oração.

24/05/2019

21/05/2019

Microconto de Vampiro

Microconto de Vampiro
Luiz Carlos Cichetto

- Olha, querida, eu trouxe pão! Consegui algumas moedas e passei na padaria. Está quente!
- Eu não quero pão, seu desgraçado, quero sangue. Sangue! Sangue o seu é o que eu quero!
- Ah, desculpa, querida, mas acabou. Dei-lhe todo sangue que eu tinha. Só tem pão, mesmo!

01/03/2019

19/05/2019

Os Seis Cegos Indianos e o Elefante Efervescente

Os Seis Cegos Indianos e o Elefante Efervescente
Luiz Carlos Cichetto

Arte só é valida se a gente estoura os miolos de alguém... Nem que sejam os próprios. E diz Daniel Kobra Kaemmerer: "Verdade mesmo! Somos rebeldes suicidas." Exatamente. Somos suicidas rebeldes, apenas demoramos a vida inteira pra apertar o gatilho... De um revólver sem balas. Ou de balas sem revólver. A cada estrela que morre, nasce um grão de poeira. Poeira. Poesia. Poe, Edgar. Allan. Tycho Brahe: "Ne frustra vixisse videar!" Tycho Brahe e seu nariz de ouro. Ou de cobre. Cobre. Recobre. Redobre. Abram minha sepultura e retirem o ouro enterrado dentro da minha carcaça. De graça. Desgraça! Desgraça pouca... É pouca desgraça. Disfarça. E entrega o ouro ao bandido. E a seu cavalo o cocô. Um verme pode estar cheio de vermes? Vem ver-me! Agora? Mesmo! Eu nunca descobri uma estrela. Nenhuma estrela me descobriu. Onde anda Deus? Pregando entre os ateus? Entre os meus? Judeus? Teus? Onde andam os porcos? Não há mais chiqueiros. Nem canetas tinteiro. Aprendi a escrever com caneta tinteiro. Tinha até mata-borrão. De papelão. Caderno brochura que era mais barato que o espiral. "Caderno de molas",  colchão de espuma nem pensar. Sofá rasgado. De couro artificial. Lagartixas sem rabo. Panelas sem cabo. E nenhum feijão para ser cozido em sonho. Qual é a origem de Orígenes? Minha existência é um dramalhão escrito por um mexicano e  filmado por Tarantino. Izabel Cristina tinha "O Direito de Nascer" E de ser. O que fosse. Onde fosse. E para onde fosse. Mamãe Dolores. Mamãe e suas dores. Coragem, João. Coragem, Irmãos! Nunca soube jogar futebol. Era o Irmão Covarde!  Deixa eu fazer como Elvis: atirar na televisão. No rolo de papel higiênico. Ato cênico. Obsceno. Seno, cosseno. Tangente. Secante. Saída pela tangente. Teorema de Pitágoras. E Ágora? Agora, não! Caiu uma estrela na minha cabeça. Não era uma maçã, não! Descobri a lei da gravidade, sem gravidade. Apenas era da maior gravidade. Escrevi um breviário. Em breve estará nas igrejas. De joelhos. Coelhos não sabem ficar de joelhos. A poeta, de sexo feminino se diz poetisa, mas eu digo que é uma sacerdotisa. De Pisa. Não pisa. Não me pisa que dói. Ontem olhei o Sol. Queimou minha retina, menina. Menina de sóis nas vistas. Veja o que o sol fez nas suas vistas. Um menino me pede uma entrevista. Só pago a vista. Mas ele quer de graça. Que desgraça! Não se faça. De besta! Eu não pago. Só cago. Não quero rimar com trago. Amyr, meu querido amigo Dragão solta suas labaredas pelos dedos e compõe uma peça musical magnífica. Explica! Não, não explico o que não sei. Pergunte ao nó! Ao infante. Ou ao elefante. Pergunte aos seis sábios cegos da Índia sobre o elefante efervescente de Syd Barrett. Perdi o bonde. Onde? Onde conde se esconde. O Conde D'Eu?  E eu? Eu não! A Princesa Áurea! Aura de Princesa. Tigresa. Isabel era Princesa. Izabel é Rainha. Do meu reino de solidão e poesia. Eu queria foder com ela no meio da rua. Dentro do ônibus. Na Praça da Sé. Dentro da Igreja. Ela não deixa. Ela não quer. Sou um filho da puta, ela diz. Ela disse: "Case!" E eu casei. Por escrito. Sou maldito. Não sei se coloco interrogação ou exclamação nessa pequena frase. Queria tanto saber onde e como usar a crase. Onde está meu bonde? O Bonde do Desejo... Amanhã tem teatro. Na calçada em frente. Um ator indigente. Indulgente. Uma atriz meretriz. Indecente. E um diretor sem talento. Indiferente. Dramas mexicanos, atrizes peitudas de silicone. E um clone. De plástico. Papel higiênico Dama. E uma dama higiênica. De cu lavado e depilado. Represento meu papel. Ele é higiênico. Escrevo poesia composta. Com bosta! Seca. Ressecada. Grudada nos pelos do seu cu. Fedida! Nojenta! Onde anda Lulu com aquela bunda deliciosa e cabelo Chanel? Dando o cu, no mínimo. No máximo chupando o pau do dono do Jeep. A loira gigante balançando as ancas, a bunda murcha, chinelos de plástico e pés rachados, arrastando seu desejo pelas calçadas cheias de bosta de cachorro. Socorro! E a outra? Aquela que tem tatuagem e ombros de estivador. A rabuda da esquina. É uma menina, mas quer ter filho. E não tem brilho. Mas tem desejo. No olhar. Eu a vejo. Sem beijo. Quer um queijo? Filho sem brilho... Trilho sem trem. O que tem? Rain, rain, rain. Rain Man. Hey, man! E o estribilho. "Dos filhos deste solo és mãe gentil". Da puta que te pariu! E o bigorrilho que tirava o cavaco do pau? Uma canção popular de mil novecentos e guaraná com tampa de rolha. E da brincadeira de bolhas de sabão. Ah, não! Por que não? Porque não! Ah, não! E o que tem o anão? Não... Nada não. Era caolha a trolha que mijava na garrafa. Até o dia que o gargalo ficou preso na sua buceta. A desgraça precisou de cinco médicos para tirar a garrafa de dentro da buceta dela. E os cacos de vidro cortaram seu cu. Ela nunca mais mijou na garrafa. Nem deu a buceta. Virou especialista em boquete. Acho que era a Ivete. Talvez Ivonete. E casou com um pivete, que depois cortou sua garganta com um canivete. Suíço.  Que ela trouxe de Pequim. Era o Joaquim. E quanto a mim, fico perguntando com quantos paus se faz uma canoa. Rosinha, minha canoa. Rosinha é coroa. E amaldiçoa a garoa. Enrolo, enrolo, enrolo... Não sei de que forma terminar esse texto. Qual é o pretexto? Preciso de um? Não. Acabo assim. Fim!

01/02/2012

18/05/2019

Poema de Sete Faces Além da Minha

POESIA EM PROSA | Poema de Sete Faces Além da Minha
Luiz Carlos Cichetto
Outra Face do "BBibliotecário", de Gazua, por Celso Moraes F.

Um dia conheci Carlos. E Carlos, que poderia ser eu mesmo, mas era um outro, que não Mário nem Oswald, mas da família. E ele me disse, "Vai, Carlos, vai ser gauche na vida!". E eu disse: - Vai, Carlos, vai se foder na vida! E nem sabia para qualquer Carlos eu dizia aquilo, se ao outro ou se a mim mesmo. Afinal, como Carlos também são o Roberto e Erasmo, e como Carlos também é outro, que não fala com anjo torto, nem está morto, feito o outro Carlos e eu. Um dia conheci Andrade, que não tinha maldade, mas tinha tesão. E Andrade me disse que se chamasse Raimundo, seu nome seria Solução. E por fim eu disse: - Vai, Carlos, vai para o mundo, ser gauche, na puta que te pariu!

17/05/2019

15/05/2019

O Suicídio Metafórico de Barata Cichetto

O Suicídio Metafórico de Barata Cichetto
Luiz Carlos Cichetto


Meu suicídio sempre foi e sempre será metafórico, minhas metáforas sempre serão suicidas, com algum toque adicional de homicídio. Sou perigo aos que cercam, aos que me cercam, e que de alguma forma fabricam cercas. Acerca de mim, apenas eu, o que comete diariamente suicídios metafóricos e metáforas suicidas. O que me cerca não é a cerca, nem a seca. O que me cerca e beira, a eira, a esteira de praia e os ratos de esgoto. Baratas são duras de roer, cascadura, cascudas e pontiagudas. Morri na mesma época que nasceu a estupidez mundial. Meu suicídio é metafórico e alegórico, metafísico e alérgico, metástico e estático, metálico e anárquico. Sou osso duro de roer, mas roo até os ossos, mesmo que sejam os meus. São teus meus castigos, são meus meus perigos. E não somos mais amigos. Estou sempre a perigo, mesmo que são, e mesmo que salvo, sou alvo e mesmo que alvo estou salvo. Não há mais perigo quando se morre. Agora vou me deitar. Quem sabe eu morra antes de acordar, ou acorde antes de morrer. Corra, que ainda dá tempo de me socorrer. Morra, que ainda dá tempo de me matar. Ainda há tempo de me suicidar.

14/05/2019

14/05/2019

Inspirados (Poemas Para Cheirar)

Inspirados (Poemas Para Cheirar)
Inspirados no Titulo do Livro de Dimitri Brandi, "Baseados - Poemas Para Acender"
Barata Cichetto

Há tanta poesia pairando no ar,
Que sequer a podemos respirar.

E tanta poesia a nos inspirar,
Que mal as podemos respirar.

E tanta que possamos cheirar,
Que mal pagamos por esperar.

E há tanta poesia a nos mirar,
Que nem podemos as acertar.

15/05/2019

12/05/2019

A Morte Dura Uma Eternidade

A Morte Dura Uma Eternidade
Luiz Carlos Cichetto

Amigos que acreditam ser, eles próprios, loucos e malucos, afirmam que sou, eu mesmo, um careta. E há os outros, que veem a si próprios como conservadores, que decretam que sou, minha própria pessoa, um doido sem cura.
Outros que juram ser ateus, acreditam e tem fé, que eu seja, eu mesmo, religioso demais, enquanto existem os outros, que na crença, são capazes de blasfêmias, apontando ser eu um maldito ateu.
E tenho também amigos outros, que comunistas eles próprios, declaram que sou eu um maldito capitalista, enquanto tantos e quantos outros, propriamente ou não capitalistas, jogam-me na vala escura dos comunistas.
E ainda existem tantos outros que acreditam ser aquilo que são, e sendo assim, certos de que não são os outros senão o lado oposto de seus rótulos, por que afinal é preciso um para que vários existam. É preciso a diferença para que a igualdade prevaleça. E é preciso que exista o mal para que o bem aconteça. A morte dura uma eternidade, e não há o certo nem o errado, quando prevalece a individualidade.

12/05/2019